Diário De Uma Assassina

DEPARTAMENTO DE HOMICÍOS DE NOVA YORK... Quarta-Feira, 01 de Novembro de 1994

Acabo de receber um chamado. Uma adolescente de 17 anos chamada Jessy Durmam esta desaparecida desde a noite passada. Foi vista pela última vez com Paul Lukas, também de 17 anos.

Tenho que investigar esse caso. Se o Chefe me deixasse ir...

   - Quero um relatório detalhado em 5 minutos. - O Chefe entra em sua sala com o Gomez... O queridinho dele.

Na verdade, o queridinho do Departamento inteiro.

Imprimo o chamado de desaparecimento e criando coragem, vou até a sala do Chefe. Assim que me aproximo, ouço a discussão.

   - Você não pode resolver isso. - Grita o Chefe.

   - Mas chefe... Eu acho que... - Gomez.

   - Não acha nada. Você vai fazer exatamente o que eu mandar. Agora, você vai até o Brooklyn e vai investigar esse assassinato. E quando você voltar, vai sentar na sua maldita mesa e vai analisar o caso. E só volte aqui quando tiver provas concretas ou o resultado. Agora, vai.

A porta se abre, e Gomez sai da sala com o rosto vermelho de raiva. Ele me encara.

   - O que você quer, Singer?

   - Vim falar com o chefe. - Escondo o papel atrás das costas.

   - Boa sorte. - Ele revira os olhos e volta para sua mesa.

Respiro fundo e bato na porta.

   - Quem é? - Pergunta o chefe.

   - Sou eu, o David.

   - Entre.

Abro a porta e entro na grande sala central, com duas grandes janelas espelhadas, dando para ver o que está acontecendo do lado de fora, porém, não dando para ver o que acontece do lado de dentro. O Chefe está sentado em sua mesa abarrotada de papéis, atrás há uma janela com vista para a Estátua da Liberdade.

   - Senhor... - Encosto a porta.

   - Fale o que deseja logo. Tenho muito trabalho a fazer.

   - Eu queria saber se eu posso...

   - Investigar um caso? - Ele assina papel atrás de papel.

   - Mas, senhor...

   - Eu já lhe disse mil vezes que não, David. Você é um agente interno, deixe o trabalho de investigação para os agentes de campo.

   - Senhor...

   - Chega, David. - Ele grita e me olha pela primeira vez desde que entrei nesta sala. - O seu trabalho é fornecer os casos para mim, para que eu os passe para os agentes de campo. Entendido?

   - Sim, senhor.

   - Está bem. Tem algum caso novo para mim?

Escondo novamente o papel.

   - Não, senhor.

   - Então...

   - Senhor. - Ricardo entra na sala de repente. - Acabamos de saber que houve um incêndio em Manhattan, chamaram o Departamento de Homicídios.

   - Onde foi o incêndio? - O Chefe se levanta e começa a colocar o seu casaco.

   - Na escola Brother's Rice.

   - Arrumem as viaturas.

   - Chefe, eu... - Tento mais uma vez.

   - A nossa conversa está encerrada, David. Volte para a sua mesa e trabalhe. - Ele sai da sala às pressas.

Abro o papel e o leio novamente. Vou investigar este caso sozinho. Com ou sem ajuda.