- Oi. - Digo ao abrir a porta.
Ele está tão perfeito... Usando um terno preto básico, seu cabelo está meio bagunçado, meio arrumado... Lindo. Ele segura um buquê de rosas vermelhas.
- Oi. - Ele sorri e se aproxima. - Sentiu saudades?
- Não sabe o quanto?
- Trouxe flores para a sua mãe... - Ele pausa e me fita. - Ela gosta de flores, não é? Me diga que ela gosta de flores...
- Ela gosta... - Não posso conter a risada.
- Trouxe uma coisa pra você também... - Ele me beija. No começo o beijo é calmo, mas logo fica voraz. Sua mão livre desce até a minha bunda... Me apertando.
Mamãe pigarreia atrás de min.
- Com licença...
Nos soltamos e arrumo minha blusa amarrotada. Paul se recompõe e estende a mão para a mulher indignada a sua frente.
- Oi. Meu nome é Paul Lukas. É um prazer conhecê-lá Senhora Durmam.
- O prazer é meu... - Mamãe sorri.
Por que será que estou sentindo uma pontinha de falsidade no ar?
- Trouxe flores para a Senhora. - Paul entrega o buquê para mamãe.
- Obrigada. Vamos entrar. - Mamãe abre passagem e entramos.
Guio Paul para a sala e nos sentamos no sofá de dois lugares, ele coloca sua mão esquerda sobre a minha perna, acariciando meu joelho com os dedos. Mamãe entra na sala segurando uma bandeja com biscoitos e três copos de um suco amarelo, possivelmente deve ser de laranja. Ela se aproxima e coloca a bandeja em cima da mesinha de centro, depois ela se senta na poltrona a nossa frente.
- Sinta-se em casa... - Mamãe diz cruzando as pernas.
- Obrigado. - Paul sorri.
- Então, como se conheceram?
- Na escola.
- E como começaram a namorar? - Mamãe pega um dos três copos de suco.
- Eu sempre ficava observando a Jessy... Até que um dia eu criei coragem e convidei ela pra sair.
Ele ficava me observando?
Olho para ele e ele retribui o sorriso. Já mamãe parece não se convencer das palavras de Paul. Depois de um belo gole do suco, ela se ajeita na poltrona e olha intrigada para o garoto ao meu lado.
- Bom... Quais são suas intenções com a minha filha, Paul?
Paul fica perplexo com a pergunta repentina, e aperta ainda mais a minha perna. Ele pigarreia e olha confuso para mamãe.
- Acho que não estou te entendendo, Senhora Durmam.
- Não está me entendendo? - Mamãe ri com sarcasmo. - Me refiro as suas intenções sexuais.
- Mãe. - Digo, morrendo de vergonha.
- Jessy, minha conversa é com ele agora. - Ela gesticula com a mão. - Responda, garoto.
- Eu não tenho... Intenções sexuais com a Jessy. - Paul está nervoso.
- Não minta para mim, garoto. - Mamãe coloca o copo de suco no braço da poltrona. - Acabei de ver você metendo a mão na bunda da minha filha. E agora, vem me dizer que não tem intenção de transar com ela?
- Mãe! - Grito.
- Não aumente o tom de voz comigo, mocinha.
- Então, pare...
- Não enquanto eu não descobrir a verdade sobre ele.
- Que verdade?
- Não estou escondendo nada, Senhora. - Paul retira sua mão da minha perna.
Ah, não... Estava tão bom.
- Por que será que não confio em você? - O sarcasmo na voz de mamãe volta. Depois de um tempo encarando Paul, mamãe se levanta de repente, derrubando o copo de suco. Mas parece que ela não se importa com o líquido amarelo manchando o tapete branco. - É melhor sair da minha casa, garoto.
- Claro... - Paul tenta se levantar, mas coloco a mão em seu peito, o impedindo.
- Ele não vai a lugar nenhum. - Olho para mamãe.
- Quero este... Marginal longe de você.
- Marginal?
- Isso, marginal. Este garoto não serve para namorar você.
- Essa não é uma decisão sua...
- Passou a ser. - Mamãe vai até a porta a abrindo com força. - Fora da minha casa, garoto.
Paul se levanta. Assim que ele vai até a porta, vou atrás dele.
- Me espere. Vou pegar a minha bolsa.
- Aonde pensa que vai? - Mamãe me encara.
- Ao cinema. - Pego minha bolsa ao lado da porta.
- Não vai, não.
- Mãe...
- Jessy, deve escutar a sua mãe. - Diz Paul com o capacete na mão.
Reviro os olhos e saio batendo a porta na cara de uma mulher furiosa. Paul me olha com espanto, um sorrizinho lindo se forma no canto de seus lábios.
- Bateu mesmo a porta na cara da sua mãe?
- Bati... - Me aproximo e lhe dou um beijo rápido. - Vamos ao cinema?
- Vamos. - Ele sorri e gentilmente coloca o capacete em minha cabeça, suas mãos fazem cócegas em meu pescoço enquanto ele prende a trava de segurança. Ao terminar, ele dá um tapa em minha bunda.
- Ah... - Exclamo de surpresa.
Ele sorri e monta na moto, ligando-a logo em seguida. Monto atrás dele, me aliando a sua cintura.
Partimos pela tarde quente de Nova York.
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Diário De Uma Assassina
Fiksi RemajaO que fazer sua do o ar que você respira acaba? O que fazer quando o mundo que você conhece não existe mais? O que fazer quando você está morta? Jessy é uma adolescente normal... Ou melhor... Jessy era uma adolescente normal. Agora, ela é uma Assas...