Terça-Feira, 26 de Dezembro de 1994... (DAVID)

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   - Espero que seja importante. Você me fez vir correndo... - Meu advogado entra na sala de interrogatórios.

   - Acredite, é importante. Eu descobri algo que vai me tirar da cadeia.

   - E o que é?

   - Há algumas semanas eu dei uma cópia da chave do meu apartamento para o Gomez, um cara que trabalha... Trabalhava comigo. Só para o caso de acontecer alguma coisa grave. Ele nunca precisou usar a chave.

   - E o que isso tem a ver?

   - Está é a prova A... A prova B é que o Gomez também tem acesso à sessão médica do Departamento.

   - Por quê?

   - Ele fez um trabalho particular para o chefe... Alguém da sessão médica estava do lado dos bandidos, ele fornecia informações para o lado de fora. Aliás, ninguém iria suspeitar de um médico. Enfim, pelo belo trabalho do Gomez, o chefe resolveu compensá-lo com a chave da sessão médica... O que é restritamente proibido. Nem os próprios médicos tem as chaves.

   - E isso quer dizer que...

   - Não está entendendo? O Gomez tinha todos os artifícios para plantar as provas nos crimes, já que ele era o responsável. Ele deve ter pegado a minha ficha médica e o meu DNA, deve ter entrado na minha casa e pegado as minhas roupas...

   - Tá, mas por que ele iria fazer isso?

Droga...

   - Há mais ou menos dois anos, eu e Gomez tivemos uma briga... Feia.

   - Por que vocês brigaram?

   - Bem... Eu era casado na época e o Gomez se apaixonou pela minha mulher. Eu descobri e fiquei furioso. E ele sabia disso... A cada dia que passava, Gomez se aproximava ainda mais dela. Eu perdi a cabeça... Eu peguei a minha mulher e fugi daquele lugar. Gomez nos seguiu de carro, e me fechou... Eu capotei o carro... Ela morreu na hora. Depois desse dia, o Gomez diz que foi minha culpa... Que eu matei ela.

   - Mas a culpa foi dele. Ele quem te fechou.

   - Para o Gomez, não.

   - Ok. Mas isso não resolve nada. Não temos como provar de que foi ele quem plantou as provas.

   - Na verdade, temos sim. O meu apartamento tem um circuito fechado de segurança, e o Departamento também.

   - Acha que ele seria tão idiota ao ponto de deixar que o filmassem?

   - Não. Mas eu sei como recuperar as imagens e provar minha inocência.

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