Capítulo 9

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O banho foi uma das melhores ideias que eu tive nessas ultimas horas. Senti como se tivesse lavado o dia de ontem do meu corpo, antes era como se ele estivesse impregnado em mim  me fazendo ressenti-lo. Mas agora eu me sentia mais leve, e um pouco decidida a tentar melhorar o meu humor. Fiz as pazes com o meu VSI e ele não deixou que eu pensasse nos meus pais por hora. Era o momento de estreitar laços com Natasha e Sweet, ou Philipe (o nome verdadeiro dele, acredito eu). Saí de toalha do banheiro imaginando encontrar Natasha pronta para tratar do meu ferrão e peguei ela e Sweet se abraçando, meu rosto corou quando eles notaram que eu estava olhando, e corei mais ainda quando me toquei que estava de toalha na frente de Sweet, que cerrou o maxilar ao me ver. Eu fiz menção a voltar para dentro do banheiro.

—Samira, espere — Ele pediu — Eu já estou de saída, só vim pedir desculpas a Natasha, ela vai ajudar você agora.

—Na verdade, Sweet... — Natasha o interrompeu — Não sei se é seguro tratar do ferrão dela sozinha... quero dizer, Samira é polipotente, e pode me machucar sem querer.

Ele pareceu pensativo, olhava para mim e para ela alternadamente. Queria muito saber o que ele estava pensando. Sem duvida era engraçado constatar que Natasha estava com medo da minha força, eu não me sentia poderosa assim, e nem conseguia imaginar que algum dia alguém como ela fosse ter medo de mim. Eu quase sorri com o pensamento e me senti até um pouco mais segura comigo mesma, mas Sweet logo afastou esses pensamentos e trouxe de volta a tensão:

—Molhe um pano com o álcool que eu trouxe da recepção, eu vou segurar os braços dela, e você senta nas pernas, isso vai permitir que você alcance o ferrão.

Totalmente imobilizada? Comecei a me sentir inquieta, a queimadura ardia incessantemente me punindo cada vez mais, e no meio da minha aflição me dei conta de quem nem sequer sabia o porque de ter que passar por toda essa situação.

—Esse é mesmo o único jeito?

Perguntei com um tom de voz apavorado.

— Infelizmente, Sami. — Respondeu Natasha enquanto lascava o forro de uma das camas do quarto — O álcool vai neutralizar o cheiro do seu ferrão por uns dois dias, depois nós vamos ter que passar mais uma vez.

Eu não tinha como contestar aquilo, parecia ser a minha única opção. Comecei a apertar os meus dedos, e ao mesmo tempo que estava com medo, me sentia irritada por estar demonstrando isso.

—Sira — eu disse limpando a garganta, tentando soar mais confiante. Natasha olhou para mim confusa — Ninguém me chama de "Sami" — sorri — minha família costumava me chamar de Sira.

Pude sentir os olhos de Sweet em cima de mim enquanto eu falava, eu olhei para ele e vi um sorriso sórdido na sua cara.

—O que foi? — Perguntei meio insegura, por um momento achei que ele estava caçoando do meu apelido.

—Nada — seu sorriso se alargou —achei muito apropriado para uma vampira.

Antes que eu pudesse rebater, Natasha jogou um travesseiro que acertou em cheio o rosto de Sweet, ele consertou a postura e posicionou o travesseiro na cama em que eu tinha que deitar. Natasha estava visivelmente incomodada. Percebi que esse lance de estreitar laços não seria tão simples como eu pensei. Para me aproximar de Natasha eu não poderia chegar muito perto de Sweet, o que eu respeito, afinal sinto muita empatia por ela e não gosto da maneira como Sweet foi retratado, me pareceu egoísta da parte dele, sabendo que ela o ama ser tão indiferente aos sentimentos dela.

—Deite — Natasha falou.

Eu hesitei.

—Sira — Sweet disse pronunciando o meu apelido pela primeira vez, e inconscientemente eu e o meu VSI concordamos como era agradável a maneira como ele o dizia — Vai durar apenas alguns segundos. Eu prometo que vai acabar muito rápido.

Pestenium -  Transformada (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora