Capítulo 10

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—Você anda seguindo a gente, Suzana? — Foi a primeira coisa que Sweet perguntou, ignorando a pergunta da somorga negra com os olhos e cabelos cor de mel, ele recuperou a postura e sorriu com o mesmo ar der perversidade que ela mantinha.

Estávamos os três um pouco perto demais da somorgas que se aproximaram de nós com a intenção de nos intimidar. Natasha acompanhou Sweet e sustentou a postura dela. Parecia que somente eu me sentia indefesa e encolhida atrás dos dois. Estava começando a querer me posicionar de certa forma, mas não sabia o que poderia ou não piorar as coisas. Resolvi seguir o meu instinto e obedecer qualquer comando que Phillipe me passasse, se ele só me disse para não me preocupar, então é isso que tentaria fazer.

—Eu garanto que se trata de uma infeliz coincidência — Ela rebateu o comentário sarcástico de Sweet.

—A proposito, — Uma outra somorga disse, essa tinha os cabelos cacheados e cheios — Soubemos da bagunça que fizeram na cidade. Os habitantes não param de falar sobre vocês e de sua amiga. Foi muito imprudente da sua parte. Arriscando-se desse jeito por uma recém- criada, Sweet Blood? Não preza mais a sua vida... — Ela encarou Natasha como se ela fosse a maior das fraquezas de Sweet — Ou a vida da sua Alma Compatível?

Eu suspirei pesadamente. Tinha plena consciência de toda a atenção que eu havia atraído, não só para mim, mas para Sweet e Natasha também, depois que eles me ajudaram na delegacia, ambos meteram na confusão comigo. Eu só não havia parado para pensar na repercussão que causaria para as somorgas. Tive medo de tê-los feito infringir alguma lei delas, e ao mesmo tempo me toquei de que era uma completa leiga no assunto. Quis saber mais sobre elas. Porque elas nos controlavam? Quem era o seu líder? Então resolvi calibrar meus ouvidos e entendi que o máximo que eu poderia fazer era prestar muita atenção na conversa.

—Eu garanto que está tudo sob controle. Pode perguntar a sua amiguinha — Sweet apontou para Suzana — Eu não costumo dar mole para ser ferroado não é?

Suzana, em resposta, gargalhou alto.

—Pelo amor de Deus, Phillipe! Não diminua a pouca estima que eu ainda tenho da sua inteligencia. Todas nós conhecemos a sua infeliz historia de amor, e todos os ferrões que você levou para encontrar a sua noivinha. — Suzana cospe cada palavra em um tom assustadoramente cruel.

Eu não posso ver a expressão de Phillipe, mas Natasha lança um olhar rápido e preocupado para ele, e logo volta a encarar as somorgas, os dois parecem querer fingir que não estão abalados pelas palavras dela.

Ninguém diz uma só palavra por alguns segundos. Elas sabem o efeito que estão causando, com certeza sabem!

—Não se preocupe, Phillipe — Ela volta a falar — Ela está bem como já deve saber. Não quer saber de você, o que faz dela uma garota esperta. Alias da ultima vez que ouvimos falar da sua querida Brenda, ela estava se envolvendo com um grupo de vampiros que não gostam nada nada de somorgas. Mas estamos de olho sempre. — O sorriso dela se alarga. Talvez Sweet tenha demonstrado alguma coisa com o rosto. Tristeza? Ódio? Como eu queria saber!

—Já chega, Suzana! — Natasha rosna — Deixe-nos passar! Nós não fizemos nada!

Suzana olha com desprezo para Natasha.

—Eu não teria tanta certeza assim, minha cara — A terceira somorga fala.

—A partir de hoje Nathaniel sancionou algumas novas leis no livro de Bastet. Nós viemos espalhar a Palavra assim como nossas outras irmãs já estão fazendo pelo país e pelo mundo. — Suzana diz, mais uma vez ela direciona o seu olhar para mim que desvio instintivamente, com medo de entregar alguma coisa na minha expressão — Eu lamento pela sua amiguinha, que entrou no grupinho dos sangues sugas bem agora, quando a vida de vocês está prestes a ficar um pouco mais difícil.

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