Pestenium - Transformada (Reescrevendo)

Capítulo 13

A doce sensação de frescor, paz e prazer se choca mais uma vez contra minha pele, me fazendo suspirar profundamente. O pestenium invade a minha cabeça e varre os pensamentos ruins, deixando apenas um rastro de poder e energia. Por um minuto esqueço tudo: minha vida roubada, meu irmão sequestrado, minha mãe morta, Natasha desaparecida, Phillipe que mal falando mais comigo. Mas infelizmente, o pesfício se dissipa no horizonte dando lugar a noite quente de Indiana, e trazendo mais uma vez as minhas aflições, principalmente as mais imediatas. Já estamos na casa de Fernanda há quatro dias, eu me sinto tão angustiada que às vezes até me esqueço de respirar! Phillipe garante que não faz muito sentido baseado no comportamento de Coronel, ter me transformado em polipotente só para matar meu irmão dias depois, que isso era um capricho de Mona para ter o meu irmão como mascote, e garantiu que a segurança dele era de interesse dos dois também, mas depois de tantos dias parada, sem uma notícia, sem nehum movimento que nos levasse adiante, eu estou começando a enlouquecer. O que me leva ao meu segundo problema imediato: Natasha. Ela simplesmente desapareceu na noite sem deixar pista alguma! Phillipe sai para procurá-la todas as noites após o pesfício mas sempre volta algumas horas mais tarde sem notícias. Eu nunca achei que algum dia o veria tão abatido. Seus olhos parecem mais fundos, a cor de seu rosto enfraqueceu e ele mal se alimenta agora. Na primeira noite após a fuga de Natasha ele não experimentou nem uma gota de sangue sequer, meu coração passou horas apertado, até ele resolver se alimentar. Não me esqueci do que Fernanda disse, a falta de sangue humano no nosso organismo pode nos matar! Quase enfiei o maldito sangue na boca dele para convencê-lo. O terceiro problema imediato: Fernanda. Puta que pariu, eu nunca conheci ninguém tão insuportável! Tenho certeza de que se não fosse pelo favor que ela está fazendo para nós (bem... para mim na verdade) de nos levar até Las Vegas, Sweet já teria arrancado a cabeça dela sem remorso. Ele tem tratado ela com o máximo de indiferença e a reação dela não é das melhores, principalmente comigo. Por algum motivo Fernanda achou uma ideia brilhante descontar o desprezo de Sweet por ela em mim, sendo que ele mal olha na minha cara também! Ela me pede os favores mais importunos para mim, sempre com a chantagem de estar muito cansada de tanto trabalhar no avião que vai me levar até o meu irmão. Eu sinto vontade de rasgar a cara dela na unha, principalmente porque sei que ela faz para me torturar.

—Samira, querida!

Fernanda grita o meu nome pela milésima vez hoje assim que eu volto para dentro da casa depois de ter aproveitado o pesfício. Phillipe saiu mais uma vez para procurar Natasha.

—Querida meu dia foi um sufoco hoje! Você não acreditaria se eu te contasse. — Ela diz sorridente. — Eu queria tanto comer uma canja essa noite, sabe...

—Desculpa Fernanda "querida", mas eu não faço ideia de como se faz uma canja.

Digo enfatizando o "querida", satisfeita comigo mesma por está falando a verdade. Não teria conseguido mentir. Já tinha tentando mentir para Fernanda uma vez, o resultado foi uma história inacreditável sobre um raio ter caído em cima da minha galinha preferida na fazendo do meu avô enquanto eu estava consertando a antena da casa no telhado, o que me deixou profundamente traumatizada com antenas de telhado, e por isso não poderia ir arrumar a dela. Não era bem essa história que eu queria contar de início, claro. Eu pensei em antenas e em raios... Enfim, a ideia era que EU fosse atingida pelo raio, mas por algum motivo eu achei a história meio inacreditável no meio do caminho e só Deus sabe porque, achei que um raio atingindo uma galinha ficaria mais fácil de acreditar.

—Você arrumava a antena da fazenda do seu avô tão nova? — ela perguntou com as sobrancelhas levantadas.

Eu comecei a gaguejar como uma louca, e no final da história eu estava em cima do telhado da casa de Fernanda, consertando a antena da casa.