Capítulo 6

1.8K 139 12
                                    

Meu coração pulsava acelerado, com força, quase em pânico, mas pelo menos ainda batia. Certo? A pesar de todos os pensamentos assustadores que cruzavam a minha mente, um era o mais vital de todos: eu ainda estava viva. Isso era uma notícia maravilhosa no meio de todas aquelas informações novas, todas aquelas mudanças grotescas que eu estava presenciando em mim mesma, nos meus instintos e na minha personalidade, mudanças que eu não era capaz de deter ou de identificar.

Natasha foi muito gentil, eu tenho que admitir. Apesar de querer desesperadamente ajuda para achar o meu irmão, não podia pedir a eles que se colocassem em risco por mim. Sweet parece ama-la muito, o jeito como se mostrou assustado com a possibilidade de colocá-la em risco me tocou de alguma forma. Depois da. Conversar sobre os Solskins, Natasha lamentou a morte de Vivian, que ainda jazia imóvel no chão do bar. Quando eu estranhei seu remorso ela me respondeu que quase nunca vampiros matam humano, que nosso veneno ao entrar em contato com o sangue humano, fora do pesfício, acalma a "presa" — como ela mesma chamou — e induz a uma amnésia de curto prazo caso a vítima perca a consciência. Essa notícia me encheu com uma alegria relativa, por um lado eu estava radiante por não precisar matar ninguém, por outro ainda sabia que minha vida havia mudado para sempre, e nada poderia me fazer voltar a ser o que era.

—Natasha.

Sweet apontou para a janela, e eu vi a rua pintada em seu típico tom alaranjado de final de tarde. Pestenium, pensei. Natasha pegou a minha mão com delicadeza, tirei meus olhos encantados da janela e vi que ela me chamava para fora. Eu a seguir até a luz do sol que outrora tentou me assassinar, agora me cobria da sensação mais incrível que eu já havia sentido na minha vida. Por um segundo fiquei animada e pensamentos distorcidos pelo prazer cochichavam no meu ouvido dizendo que valeu a pena passar pelo que eu passei nessa última noite. Senti que poderia fazer qualquer coisa no mundo, senti que era poderosa como uma máquina de demolição.

—E o mundo acabou de ficar menor — Sweet disse olhando para mim, divertido e sarcástico.

Notei que sorria abobada. Me contraí e senti meu rosto enrubescer.

—O que está esperando? — ele disse olhando para mim — Teste!

Eu sabia do que eles estava falando, sentia por baixo da minha pele que era capaz de coisas incríveis agora. Era como se o pestenium tivesse me abastecido e agora eu me sinto uma vampira de verdade e sinto o meu Vampiro Sanguinário Irracional interior concordar comigo.

Eu olho para dentro do bar e em menos de um segundo me projeto no meio das cadeiras e mesas. De lá de fora, Sweet e Natasha dão um sorriso largo. Ele rapidamente entra no bar também, alcança uma cadeira e diz:

—Pega! — Em seguida lança a cadeira com força à minha esquerda. Eu disparo e a agarro antes que toque no chão. — Muito bom. Lance de volta agora.

Eu jogo a cadeira com força sem perceber na direção de Natasha que entrava no bar só agora, Sweet dispara na direção dela e a protege com o próprio corpo, usando o ombro e o braço para proteger seu rosto.

—Você ficou louca, porra? — ele grita, feroz para mim vindo em minha direção. —Quer viver para encontrar a porra do seu irmãozinho ou não?

Minha barriga se esfria ao constatar que ele está me ameaçando. Natasha tenta intervir puxando-o pela mão, ele se livra do contato dela e continua andando até mim. Ela encara sua própria mão notando que há sangue.

—Sweet, sua mão —Ela chama a atenção dele que para e olha para a mão machucada no punho e nos dedos. Sweet olha o machucado por alguns segundos e depois olha para mim com uma expressão de surpresa.

Sinto meu coração gelar. Ele vai querer me matar! Vamos lá Samira, esse é o seu primeiro teste, um puta de um vampiro quer assassinar você agora, não dá para ficar a parada apavorada até a última gota de suor! Sem pensar duas vezes eu passo por ele como uma bala e fujo dali.

Corro pela noite através das vielas mais escuras que encontro até me certificar de que ele não está atrás de mim. Me localizo em um ponto conhecido da minha cidade e decido parar de correr. Vou andando na direção da minha casa. Preciso pegar algumas coisas antes de partir, espero que não tenha ninguém lá, não faço idéia de como explicariam alguma coisa aos meus pais. Eu poderia entrar escondido na casa. Escalar ate a janela do meu quarto, pegaria um tênis e um casaco, depois partiria de alguma forma rumo a Las Vegas. Não me importava com o quão perigoso seria, eu pegaria meu irmão de volta e o colocaria em casa, seguro onde é o seu lugar! Vejo minha casa de longe, mas algo está errado. Viaturas e faixas indicando uma cena de crime circundam o lugar. Ao chegar mais perto vejo meu pai, chorando enquanto conversa com um policial. Meu coração se aperta ao ver meu pai chorar. Tento ir até ele mas um policial me para.

—Deixe-me passar é a minha casa! Pai!

Meu pai vêm até mim depressa e me abraça.

—Samira! Onde você esteve? Onde está seu irmão? — ele pergunta tudo que eu não posso responder.

—O que houve aqui? — pergunto.

—Sua mãe, querida... —ele soluça e completa — ela está morta.

Pestenium -  Transformada (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora