Heart and Soul II (Justin Bieber)

Capítulo 7 - Heart and Soul II

O dia de ir embora de Stratford chegou mais rápido do que eu pensei que fosse possível. Nada mais aconteceu entre Chaz e eu. Ele até tentou, mas eu recusei todas as vezes. Era melhor do que ficar lhe dando falsas esperanças. Ele sabia que eu não o amava e eu sabia que ele gostava de mim. As poucas coisas que Chaz não sabia - que eu amava Justin e que nós tivemos um caso - deviam ser mantidas em segredo daquele jeito.

Nós levantamos cedo e arrumamos as coisas. Tomamos café da manhã e saímos para o aeroporto. Ninguém estava falando muito, porque ninguém estava no clima. Até Louie, que conseguia animar os momentos mais tediosos, não tinha vontade de cortar o silêncio. Chaz parecia sonolento e só. Não parecia triste nem bravo. Era melhor daquele jeito. Eu tinha certeza que ele logo ia encontrar uma outra garota, melhor do que eu.

Ele nos ajudou a levar as malas até o aeroporto e nós três fizemos o check in juntos. Chaz se despediu de nós quando íamos passar pela revista. Ele deu um abraço apertado em Louie, que deu uma risadinha pra ele e beijou sua bochecha. Na hora de me despedir dele, eu não soube o que fazer. Nós dois sabíamos que aquele era o fim, só que não era oficial. Chaz me abraçou forte e não me soltou por um bom tempo.

- Obrigado por ter me dado a chance de ter você por esse pequeno espaço de tempo - ele sussurrou no meu ouvido.

- Obrigada por ter oferecido sua casa e seu coração - sussurrei de volta.

- Eles sempre estarão abertos pra você, especialmente meu coração.

- Chaz, não torne isso mais difícil ainda... - eu me soltei dele.

- Eu te amo, Liv. Só estou dizendo a verdade.

Fechei os olhos e mergulhei em suas palavras. Eu ainda conseguia me lembrar de como era ouvir a mesma coisa na voz de Justin. Ele disse que me amava tantas vezes que havia se tornado banal. Será que era aquilo, então? Quanto mais você diz "eu te amo" a alguém, menos você realmente o sente? Provavelmente não. Eu já havia dito tantos "eu te amo" mentais para Justin e meu amor nunca diminuía. Infelizmente, só aumentava.

- Você é um cara muito legal, Chaz - respondi, abrindo os olhos - A gente se vê algum dia.

- Até logo - ele disse - Boa sorte no tribunal.

- Obrigada.

Puxei Louie pela mão e nós entramos no local da revista. Depois já estávamos na sala de embarque. Esperamos até nosso voo ser chamado e entramos no avião. Louie conseguiu dormir a viagem inteira, mas eu não preguei o olho. Em pouco mais de uma semana, a audiência sobre a minha custódia estaria sendo realizada. Eu precisava pensar numa saída, precisava achar um jeito de tentar convencer o juiz de que eu tinha que ficar com a minha mãe. Ao mesmo tempo, eu não podia mentir.

A única solução encontrada seria dizer que era com ela que eu queria ficar. Só de me imaginar dizendo essas palavras, eu já conseguia supor o quanto meu pai ficaria arrasado com aquilo. O que ele mais queria era me conhecer melhor e eu estava lhe negando aquela chance. Mas como eu poderia me separar de Louie? Como eu poderia deixá-la com a minha mãe?

Nós chegamos em Winnipeg horas depois. Louie e eu pegamos um táxi e fomos para casa. Minha mãe não estava lá, mas aquilo não foi problema. Quando ela chegou mais tarde, trouxe um homem junto. Eu levei Louie para o meu quarto e nós ficamos lá até que ele fosse embora.

- Isso foi grosseiro! - minha mãe disse, entrando no meu quarto - Ele veio aqui pra conhecer vocês duas.

- Não, obrigada - respondi.

- Você vai embora daqui a algum tempo, mas não tem o direito de privar Louie de conhecer o meu namorado...

- Eu vou embora? - eu me levantei e me aproximei dela - Eu vou embora? Você já está contando com isso, então?