Convencer meu pai a me levar de volta pra Winnipeg em pleno Novembro foi tarefa difícil. Eu tentei lhe explicar com todas as desculpas possíveis: que sentia saudade da cidade, dos meus antigos amigos, que queria passar frio de verdade no inverno, que queria sair um pouco de Dallas. Mas ele não acreditou em nada do que eu lhe disse e não deixou. Eu tive que lhe contar alguns dos verdadeiros motivos - que eu estava indo na festa de aniversário de uma das crianças de quem já tinha sido babá e queria ver minha irmãzinha de novo - só para que ele pudesse, finalmente, me dizer o querido e esperado sim.- Tudo bem, você vai... - ele disse.
- Ah, pai, eu te amo! - eu me joguei em cima dele para lhe dar um abraço.
- Mas eu vou com você - ele completou.
Não que eu tivesse muito como discutir ou argumentar com ele, mas aquela afirmação me chocou um pouco. Não reclamei e também não o soltei, porque não queria que ele pensasse que eu não queria que ele fosse. Até porque se ele achasse que eu estava pensando nisso, era muito provável que ele me deixasse ir.
Poucos dias depois, arrumei minhas malas. As passagens já estavam compradas e a reserva já estava feita no hotel. Gab continuava me mandando mensagens dizendo que era loucura e que eu não devia tentar conversar com o "puto quebrador de corações e narizes" que era Justin Bieber. Mas eu não conseguia escutá-la. Pela primeira vez, eu sabia que aquilo era o que eu devia fazer. Eu tinha que aparecer na festa do Jaxon e tinha que conversar com Justin.
Nós pegamos um voo de manhã e chegamos em Winnipeg no começo da tarde. O aniversário seria no dia seguinte e eu já sabia a hora porque tinha conversado com Erin no telefone. Mas eu lhe pedi que ela não dissesse a ninguém que eu estava indo pra lá. Eu queria fazer uma surpresa pra todo mundo: Jaxon, Jazzy, Louie e, claro, Justin.
Meu pai alugou um carro no aeroporto e nós tivemos uma breve discussão sobre quem ia pra qual lugar. Ele queria ir direto para o hotel, mas eu queria passar em casa e ver Louie antes. Depois de eu convencê-lo de que ele podia me deixar em casa e ir para o hotel, foi finalmente o que ele fez. Eu desci, sem malas e sem nada, na porta do meu antigo prédio enquanto meu pai me mandava tomar cuidado. Ele saiu com o carro assim que eu lhe disse que ligava quando fosse a hora de me buscar. Meu pai não estava muito feliz com aquela negociação, mas agora não havia mais volta. Nós já estávamos em Winnipeg e eu conhecia minha cidade.
Entrei no prédio, subi pelo elevador e bati na porta de casa. Para minha surpresa, não foi minha mãe quem atendeu, e sim o namorado dela, Alan. Eu lhe disse oi rapidamente e entrei direto em casa, procurando Louie em seu quarto. Ela desenhava feliz numa nova mesinha de plástico que devia ter ganhado há pouco tempo. Meu sorriso se abriu quando eu a vi e eu não soube direito o que dizer. Só ajoelhei no chão, esperando por um abraço dela.
- Louie - eu a chamei.
Ela me encarou com sobrancelhas franzidas, provavelmente reconhecendo minha voz e estranhando. Assim que finalmente percebeu que era eu que estava ali, se jogou em meus braços. Eu a abracei tão forte que ela começou a dar risada.
- Liv! - ela gritou - Senti tanto a sua falta.
- Eu também senti tanto a sua falta, baixinha. Você está tão linda! - eu a soltei por um momento só para encará-la.
Louie parecia ter crescido muito desde a última vez que nos víamos. Agora ela era uma mocinha, a mocinha mais linda do mundo. Voltei a abraça-la, tão feliz de estar com ela que meu coração quase não cabia no meu peito. Quando eu finalmente a soltei, nós duas estávamos sorrindo de orelha a orelha. Aquele sorriso era tudo o que eu queria.
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Heart and Soul II (Justin Bieber)
Roman pour AdolescentsUma reviravolta acontece na vida de Justin e Liv. Acostumados a terem a presença um do outro, eles sofrem tentando continuar suas vidas separadamente. Liv tem um grande desafio: aceitar e se adaptar à aparição de seu pai perdido. Justin tem que lida...