Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]

35 - Bomb?

Por um momento cogito a possibilidade de aceitar seu convite, porém, ao lembrar de como minha mãe agiu quando soube que eu havia saído com Luke após a escola, imagino o que ela faria se soubesse que faltei aula para ficar com ele. Apesar de tudo, eu odeio brigar com minha família.

- Sinto muito, senhor Horan, mas terei que recusar o convite.

- Por quê? - Ele me encara.

- Não quero pensar o que meus pais fariam se descobrissem, não posso fazer isso outra vez. Quem sabe outro dia?

- O.k, talvez. - Ele fala, claramente desapontado, enquanto vira-se para subir em sua moto.

- Espera. - Seguro em seu braço, o fazendo ficar de frente para mim. - Não fique bravo, eu só não quero mais brigas em casa.

- Tudo bem, não estou bravo. - Ele segura meu rosto e beija minha testa. - Agora eu tenho que ir, tenha uma boa aula.

Luke pisca para mim e em seguida me afasto, deixando que ele suba em sua moto e coloque o capacete, indo em bora em seguida. Suspiro e entro na escola, encontrando os corredores já vazios.

Enquanto caminho até minha sala, penso em como Luke saio daqui. Ele estava triste por eu não ter aceito seu convite, e a última coisa que eu quero é que fiquemos brigados. Ele é um bom amigo, apesar de sermos um pouco mais que isso.

Ao me aproximar da sala, paro em frente à porta e abro-a, vendo que o senhor Sparks estava dando um aviso à turma. Assim que entro todos me encaram, inclusive o diretor.

- Bom dia, senhorita Daltton. - Ele me olha.

- Bom dia. - Respondo baixo e sigo para a cadeira vazia no fundo da sala onde costumo sentar.

- Posso saber o motivo do atraso? - O diretor interroga.

Abro a boca para falar algo, mas logo fecho-a outra vez. Antes que possa pensar em uma boa resposta, ouço o som, perticurlarmem irritante, da voz de Chelsea tomar conta do espaço .

- Não sabem da novidade? A Skye tem um namorado!

Ela anúncia, então algumas pessoas começam cochichar, outras a assobiar e alguns meninos soltam suas típicas piadinhas sobre o assunto. Naquele momento eu só queria cavar um buraco e enterrar minha cabeça lá, para sempre.

- Senhorita White, por favor contenha-se, a pergunta foi para Skye. - Nesse momento, sinto que já posso levantar a cabeça, então noto que todos me olhavam, esperando uma reação da minha parte.

- Eu... tive um probleminha antes de entrar, mas já está resolvido. - Falo de forma pouco convincente, até para mim.

- É que problema. - Chelsea sussurra de forma sarcástica, insinuando algo sobre Luke, o que me irrita.

O diretor termina seu aviso sobre as festas de fim de ano e as provas finais e logo sai da sala. O professor começa sua aula de história, que sempre foi uma das minhas matérias favoritas, mas ultimamente não tenho me interessado muito.

(...)

Já estávamos na terceira aula. A professora falava sobre alguma coisa que eu não entendia, pelo simples fato de estar olhando para fora da janela, com os fones no ouvido, que eram cobertos apenas pelos meus cabelos soltos.

Noto uma movimentação estranha na sala, primeiro entram três homens vestidos de preto e falam alguma coisa, em seguida todos os alunos levantam-se e correm em direção à porta. Tira os fones e coloco a mochila nas costas e sigo a multidão em direção ao corredor, assim que saímos da sala noto que está havendo um tipo de evacuação em toda a escola.

Assim que vejo um rosto conhecido, trato de tocar no ombro de Melanie, fazendo-a olhar para mim.

- O que houve? - Pergunto, sendo empurrada por todos que passavam ao meu lado.

- Estão evacuando, parece que tem uma bomba-relógio no refeitório! - Ela fala, tentando soar mais alto que os passos e gritos.

- O quê? - Faço uma pergunta retórica, enquanto Melanie já se afasta

Não posso acreditar que há uma bomba na escola! Fico parada no corredor, enquanto todos passam por mim. Quando noto, já estou só.

Tento ir para a saída mais próxima, é como se por um momento eu tivesse me esquecido como sai da escola em que eu estudo há três anos.

Vou para a saída de emergência, mas está trancada. Corro para a porta de entrada, porém, no caminho, vejo algo que me chama a atenção.

Senhor Sparks continuava em seu gabinete, ele falava no telefone, parecia exaltado.

Fico parada ao pé da porta, olhando tudo pelo vidro transparente, conseguindo entender apenas algumas palavras aleatórias como "Está feito" e "Sempre fiel".

Ele olha rapidamente para o lado, e me ver. Ele me encara com espanto, até que desliga o celular e vem até mim, abrindo a porta e ficando à minha frente.

- Skye, o que ainda está fazendo aqui? - Ele pergunta, ainda preocupado.

- Eu... Ham... estava procurando a saída. - Me enrolo um pouco, mas consigo explicar.

- Você precisa ir agora, sim? - Ele coloca a mão em minhas costas, me impulsionando para frente.

- E o senhor, não vem?

- Eu... não posso. Preciso ficar. - Ele suspira. 

- Por quê? O prédio vai explodir!  - Falo um pouco nervosa. 

- Você não entende, e eu não posso explicar. - Nesse momento, ouço passos e vozes vindo em nosso direção. 

- A polícia está chegando -, Ele olha para seu relógio de pulso,  em seguida para mim -  você só tem dois minutos, precisa ir agora! - Ele exclama e sai correndo na direção contrária à nossa, mas logo ele para e olha me mim. - Skye, você foi minha melhor aluna. - Ele sorrir, apesar de seus olhos estarem cheios de lágrimas. 

  Fico observando enquanto ele some entre os corredores. Tudo estava tão normal quanto à escola, e de repente isto acontece. Parece tão surreal! 

  Sinto alguém tocar em meu braço e viro-me para ver quem é, e logo vejo dois homens fardados com trajes especiais e carregando armas, todos usavam máscara para cobrir o rosto. 

- Tem uma garota aqui! - Um deles grita e logo outros dois se juntam ao grupo. 

- Você está bem? Preciso sair daqui, é perigoso! - Outro polícial fala, já me indicando o caminho a seguir. 

   Eles me levam até a saída, e assim que vou para fora, me junto aos professores e a alguns alunos que esperavam por notícias em uma linha de distância traçada pela polícia. 

- O que aconteceu? Ficamos preocupados com você. - Melanie sussurra. 

- Não foi nada, eu só não chegava aqui. - Dou de ombros,  lembrando o que aconteceu lá dentro. 

   Pego meu celular e olho no ecrã, já faz exatamente dois minutos desde que falei com o diretor. Se a escola for pelos ares, vai ser agora.