Naquela tarde fatídica em que o Sol brilhava fraco, coberto pelas nuvens cinzentas, o pequeno Harry foi colocado no banco de trás do carro branco, ao lado do irmão, que mantinha a cabeça virada para a esquerda e os olhos fixos na rua.
Não demorou muito para chegarem ao grande e velho Orfanato Woodcastle.
As grandes e acinzentadas paredes erguiam-se, imponentes, do chão coberto de folhas secas. As janelas alinhadas do segundo andar pareciam estar repletas de pequenos olhos curiosos, que encaravam o carro em seu caminho através dos portões enferrujados, parando em frente à varanda.
Lá dentro, o ar frio e o chão de um mármore envelhecido traziam um clima melancólico e solitário ao lugar que deveria ser o lar de dezenas de crianças que haviam sido abandonadas pela própria família - ou vítimas de fatalidades, que resultaram em seu estado atual.
Harry suspira pesado quando suas malas são postas no chão. James permacia calado, com seus profundos olhos azuis atentos ao que acontecia ao redor.
- Fiquem de olho nesse daqui. - O policial que os conduzira até o orfanato fala, pousando a mão sobre a cabeça de James, que desvia rapidamente. - Ele causou muitos problemas.
- Aqui eles serão muito bem educados. - Uma mulher de cabelos grisalhos presos afirma.
Ela tinha rugas ao redor dos lábios - apesar de parecer estar há anos sem sorrir - e olheiras profundas sob seus olhos. Sua expressão era séria, parecendo combinar perfeitamente com o vestido preto completamente fechado que usava.
Havia um crucifixo de madeira na ponta do seu colar.Aos poucos, pequenas silhuetas surgem ao redor da sala. Nos degraus da grande escadaria coberta por um tapete escarlate, dois pequenos seres em específico chamam à atenção de James, que estreita os olhos para vê-los melhor - talvez pelo fato de também serem gêmeos.
Assim que o policial deixa o local, a grande porta de madeira é fechada, fazendo com que o som pesado soe pelo local.
- Meu nome é senhorita Adams, sou a diretora do Orfanato Woodcastle, onde faremos o possível para que sintam-se em casa. - o "toc toc" dos soltos ecoavam, intimidantes.
As crianças se entre olham.
- Andem. - ela aponta suas mãos enrugadas na direção dos outros. - Apresentem-se.
- Meu nome... - sob olhares atentos, Harry começa. - é Harry. Harry Styles.
Silêncio. Apenas o ranger das encanações dentro das paredes eram ouvidas.
- James Styles. - o garoto fala baixo, após ser cutucado pelo dedo da diretora.
- Você... - uma voz baixa e fina quebra o silêncio que havia se formado. - Você matou mesmo a sua irmã?
Harry engole em seco. As notícias voam rápido.
- Mason! Eu já disse para você parar de ouvir atrás da porta do meu escritório, não disse? - a senhorita Adams esbraveja, indo em passoas rápidos até um dos gêmeos que estava na escada e segurando sua orelha.
- Ai! Isso dói! - o garoto protesta, sendo puxado degraus a cima.
Chegando ao topo da escadaria, a mulher vira-se - ainda segurando a orelha de Mason, que já se encontrava com lágrimas escorregando sobre as bochechas. Seu semblante era sério, e com uma voz grave ela ordena que voltem aos seus afazeres diários.
Segurando uma pequena mala na mão direita, James caminha em direção ao segundo andar, parando ao lado do irmão gêmeo do garoto que havia sido levado alguns minutos atrás.
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Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]
Mystery / Thriller"Abrir a porta" esse é um ato comum que exercemos todos os dias. Pode ser a porta do seu quarto, do elevador ou até mesmo do armário, abrimos ao menos uma porta diariamente. Mas e se esse simples ato, pudesse mudar tudo na sua vida? Se ao abrir a po...