Assim que saiu da sala do diretor, o sinal toca, anunciando que seria hora do intervalo. Com a mochila nas costas caminho até o armário, tirando de lá os livros que precisaria para as próximas aulas.
(...)
Já havia voltado para casa a algumas horas atrás, tudo estava tranquilo. Meu pai já havia voltado para a cidade logo depois de me deixar na escola, Thomas estava na casa de um amigo, jogando vídeo-game, para variar. Minha mãe estava na cozinha preparando o jantar, hoje terá torta na sobremesa, mais um motivo para guardar um lugarzinho especial na minha barriga.
"Estou deitada no sofá, pego o controle remoto e mudo de canal uma centena de vezes, mas não tem nada de interessante para se assistir.
Bufo e jogo o controle ao meu lado, deixo meus olhos fixos no sorteio de um carro que estava sendo transmitido, uma perda de tempo, devo admitir.
De repente o sinal falha e, na tela da TV, apareciam apenas listras cinzas e um chiado agonizante saí de suas caixas de som. Ótimo.
Levanto preguiçosamente e caminho até ela, antes que possa fazer qualquer coisa, a casa fica completamente escura. Não há som, somente a minha respiração acelerada. Com cautela, volto ao sofá e me sento, e esperando que tenha sido apenas uma queda rápida de energia.
- Skye? - Uma voz doce sussurra.
- Mamãe? - Tento me levantar, mas uma corrente de ar frio me faz voltar a posição anterior.
- Não. - Uma voz, perturbadoramente grossa, grunhe, me dando arrepios.
- Q-quem é você? - Gaguejo.
- Seu pesadelo, amor. - Ouço passos pesados e lentos vindo em minha direção, fazendo com que eu me encoste mais no braço do sofá. - O badboy da sua escola parecerá inofensivo, perto de mim. Vou tornar sua vida tão insuportável, que você irá desejar estar no inferno!
- P-para... - Sussurro.
- Mas não. - Ele me ignora e continua - Você só estará comigo, para sempre! - Ele grita e bate em algo de madeira.
Seus passos ficam cada vez mais rápidos, era como se ele estivesse correndo até mim. O barulho da madeira sob seus sapatos acaba por ficar no mesmo ritmo que as batidas do meu coração, desesperadamente constante.
Algo agarra minhas pernas e me puxa para baixo, tudo que vejo é apenas um flash... verde."
Abro os olhos rápido, sentindo meu corpo completamente molhado de suor. Sento-me no sofá e olho ao redor, foi tudo um sonho. O dia ainda estava claro lá fora, na televisão passava um filme da Disney, dava para ouvir minha mãe cantarolando na cozinha, enquanto preparava a comida.
Ouço a campainha tocar e me levanto, indo até a porta. Abro-a e me deparo com dois policiais a minha frente.
- Skye Daltton? - Um deles pergunta, enquanto olha para um papel que tinha em mãos.
- Sim, sou eu. - Respondo, enquanto o olho com curiosidade.
- Pode nos acompanhar até a delegacia? - Ele pergunta gentilmente.
Logo minha mãe aparece ao meu lado, sem entender o que estava acontecendo. Falo que logo responderia a sua pergunta, então ela me acompanha junto com os policiais.
(...)
- Olá, Skye. - O mesmo polícial que falou comigo nas autras vezes entra na sala espelhada que haviam me colocado a alguns minutos.
- Oi, me chamaram aqui por causa do Niall? Tem alguma notícia?
- Na verdade, sim. - Ele recua um pouco, mas logo senta na cadeira do outro lado da mesa de metal, a minha frente.
- Então, o que descobriram? - Pergunto ansiosa.
- Reconhece isto? - Ele pergunta e polsa sobre a mesa uma foto de uma faca suja de sangue.
- Sim, tem uma igual na minha casa. - Falo normalmente.
- Essa faca foi usada para matar Niall Horan e um modelo similar causou ferimentos em Molly Stewart.
- O quê? - Quer dizer que quem matou Niall foi o mesmo que atacou Molly?!
- E existem digitais na faca. - Ele pausa e me olha profundamente. - As suas digitais.
- Mas isso... devem ter roubado da minha casa, eu...
- Skye, só existem as suas digitais. - Ele dar enfase no "suas".
- Mas... - Tento argumentar, porém logo desisto.
- Skye Daltton, você está presa pelo assassinato de Niall Horan. - Ele declara e logo um policial coloca algemas em minhas mãos, em seguida declara meus direitos enquanto me leva pelos corredores frios da delegacia.
Paramos em frente a uma cela, o guarda tira as algemas das minhas mãos e abre a "porta" para que eu entre, e assim faço. Logo que entro, me deparo com duas garotas me observando curiosamente. Ambas usavam um macacão laranja com sapatos brancos, sujos. A primeira delas levanta-se e vem em minha direção, fazendo com que eu recue.
- Olha só o que temos aqui. - Ela para à minha frente e me encara. - Quem é você?
- Skye.
- Belo nome. - Ela dar de ombros. - Sou Lauren e aquela - Ela aponta para a outra menina -, é a Leigh.
Eu apenas assinto e desvio o olhar de ambas.
- O que você fez para estar aqui? - Lauren interroga.
- Nada. - Me defendo.
- Claro, todas somos inocentes. - Leigh revira os olhos e sorrir.
- Quanto a vocês eu não sei, mas eu sou! - Falo com raiva.
- Claro, e eu não roubei um carro e a Lauren não matou um cara. - Ela apenas sorri.
- Você, matou alguém? - Já estava ficando nervosa, estou na mesma cela que uma assassina!
- O cara era um idiota, tentou me agarrar e eu cortei a garganta dele. - Ela fala simplesmente e senta-se ao lado de sua amiga.
- Pode relaxar, aqui não machucamos umas às outras. - Leigh me garante e eu assinto, não conseguindo ficar muito mais tranquila.
Caminho até uma das beliches e sento, Lauren tira um cigarro de debaixo da cama e me oferece, porém, obviamente, recuso.
Os corredores eram silenciosos, todas as outras celas estavam vazias, não havia um som se quer além do som das goteiras que pingavam do teto úmido. Lauren e Leigh conversavam apenas através de olhares, o que já me incomodava muito, quanto a mim, estava sentada brincando com os aneis em minha mão esquerda.
Olho pela pequena janela em uma das paredes e percebo que já havia anoitecido, não posso acreditar que estou na cadeia.
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Esse capítulo foi tenso '-' :v Só faz dois meses da fic e ja tem quase 20k vcs são demais :')
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Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]
Misterio / Suspenso"Abrir a porta" esse é um ato comum que exercemos todos os dias. Pode ser a porta do seu quarto, do elevador ou até mesmo do armário, abrimos ao menos uma porta diariamente. Mas e se esse simples ato, pudesse mudar tudo na sua vida? Se ao abrir a po...