- Como chegou aqui? - Pergunto.
- Escada. - Ele aponta para uma escada posta ao seu lado.
- Bem, de qualquer forma, não quero falar com você. - Viro meu rosto para o lado oposto ao que ele estava.
- Skye... me desculpe por ter agido como uma ' comadre fofoqueira '. - Ele fala a última parte de forma engraçada, me fazendo prender um pequeno sorriso. - Eu sei que não deveria ter falado nada, mas sua mãe estava preocupada e eu precisei contar o que vi.
- Não ajudou muito. - Reviro os olhos.
- Sim, eu sei. - Ele suspira. - Não quero que pense que fiz de propósito.
- Não estou pensando nada, Harry. - Bufo.
Ficamos em silêncio por longos minutos. Estavámos a apenas alguns metros de distância um do outro, mas não nos olhávamos. Tudo que eu queria era ficar só, Harry agia como se não tivesse feito nada demais e seu falso arrependimento só me deixava com mais raiva.
- Você disse que Luke é seu único amigo. E quanto a nós? - Ele pergunta.
- Amigos de verdade protegem um ao outro. - Resmungo.
- Caramba, Skye! - Ele chuta uma parte do telhado, me assustando. É a primeira vez que ele fala assim comigo, tão rude. - Eu só quis te ajudar. Aquele cara não me parece uma boa companhia.
- Não importa! Eu gosto dele e você não tinha o direito de se meter nisso! - Pela primeira vez, o encaro.
- Claro, afinal, ele é seu namoradinho, não é? - Ele fala de forma sarcástica.
- Sim, ele é. - Assinto.
- Mas parece que sua família ainda não sabe. - Ele sorrir, sinico.
- Se eles sabem ou não, você não tem nada haver com isso. - Me aproximo dele, ficando a apenas alguns centímetros dele.
- Você é tão... - Harry sussurra.
- Tão? - O desafio a continuar.
- Cabeça dura. - Ele suspira.
- Não fale assim de mim, senhor Styles! - Exclamo, me afastando dele.
- Desculpe. - Ele olha para o céu e em seguida para seu relógio. - Preciso ir. Boa noite, Skye.
Ele caminha até a escada e desce, mas não vai para o galpão. Respiro fundo e volto para dentro do quarto, apenas encostando a janela, sem fechar. Deito-me sob as cobertas e apago a luz do abajur, dormindo dentro de poucos minutos.
(...)
Acordo com uma brisa gelada sobre meu rosto, me fazendo despertar lentamente. Me movo na cama, até que algo me chama à atenção. No centro do quarto, a apenas alguns passos de distância da cama, estava alguém de pé. Aparentemente era um homem, apenas sua silhueta estava visível, ele usava um chapéu como o de Harry, porém as roupas eram mais "modernas". Mas o que mais me intriga são seus olhos; um tom diferente de azul, o mais lindo que já vi.
Ele se aproxima devagar, enquanto eu continuo em estado de choque. O homem se ajoelha próximo a minha cama, porém seu rosto ainda não está completamente visível. Ele coloca sua grande mão sobre meus olhos e em seguida eu o sinto se aproximar do meu ouvido.
- Durma, pequena Skye. - Ele sussurra, em seguida tira sua mão do meu rosto.
Após alguns segundos de tensão, eu abro os olhos, mas ele não está mais aqui. Apesar disso, sei que ainda não estou só.
Sem a mínima coragem de levantar, viro-me e me cubro por completo, tentando controlar minha respiração acelerada enquanto tento voltar a dormir.
(...)
Acordo pela manhã, mais cedo que eu esperava. O dia estava lindo, o sol reinava em um céu livre de nuvens e os pássaros apostavam corrida próximo à janela. Tudo parecia bem. Achando que a noite de ontem não passou de um sonho, sento-me na cama, disposta, até que noto algo próximo ao meus pés. Era um chapéu.
Pego aquele objeto e bufo, imaginando a única pessoa que poderia ter o deixado ali.
Me levanto e abro a porta, caminhando pelo corredor. Ao chegar no andar de baixo não ouço som algum, presumindo que estou só vou até a porta dos fundos e abro-a, indo em passos pesados até o galpão. Ao chegar lá bato com força na porta, e logo ela é aberta, relevando Harry com seus sapatos sociais, uma calça de tecido e uma camisa aberta. Seus cabelos estavam bagunçados e sua voz rouca.
- Skye? O que está fazendo aqui tão cedo? - Ele pergunta.
- Vim perguntar o que é isso? - Mostro o chapéu.
- Um chapéu? - Ele fala obviamente.
- Não, é o seu chapéu! - Dou ênfase no "seu" enquanto jogo o objeto contra seu peito.
- Meu?
- Sim, seu! Você entrou no meu quarto e o deixou lá para me assustar, não foi? - Cruzo os braços sobre o peito.
- Não, eu não... - Ele para, como se lembrasse de algo. - Que droga! - Ele exclama baixo. - Skye, você viu alguém ontem a noite?
- Sim. Tinha alguém lá dentro, parecia com você. A não ser os olhos... - Lembro.
- Ele fez alguma coisa? - Ele pergunta preocupado.
- Não. Mas por que tantas perguntas? O que está acontecendo? - Começo o ficar apreensiva.
- Nada demais, não se preocupe. Apenas vá para casa e fique lá, o.k? - Ele parece mais calmo. .
- O.k. - Assinto, voltando para casa, mas ainda confusa
Vou até o quarto e em seguida entro no banheiro. Lavo o rosto e faço minha higiene matinal, mas sem tirar o ocorrido dos meus pensamentos. Vou até o relógio e vejo que ainda tenho duas horas até ir para a escola, mas ainda há algo não resolvido; Onde estão todos?
Volto a cozinha e procuro com atenção, até encontrar um bilhete colado à geladeira.
" Fomos ao mercado, para a promoção especial, volto logo. Mamãe xx"
Suspiro por saber que estão bem, então pego a caixa de leite e despejo o líquido em um copo, em seguida vou para a sala e ligo a TV.
" Duas semanas sem assassinato; terá o Serial Killer nos deixado? "
Era essa a matéria do jornal matinal, ao menos uma boa notícia hoje! Bebo um gole de leite enquanto assisto o noticiário, até que, sem motivo aparente, a TV é desliga. Parece que acabou a energia.
- Ótimo! - Exclamo.
Sem o mínimo conhecimento nessa área - e sem a menor vontade de levar um choque, decido esperar a força voltar por si mesma.
- O que tem de errado com essa casa? - Resmungo, me referindo as tantas vezes que a luz acabou.
Deixo o copo no balcão da cozinha e volto para a sala vendo algo escrito no monitor da TV.
" Está com medo, bebê? "
A frase estava desenhada com a mesma letra do espelho. Exatamente igual.
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Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]
Mystery / Thriller"Abrir a porta" esse é um ato comum que exercemos todos os dias. Pode ser a porta do seu quarto, do elevador ou até mesmo do armário, abrimos ao menos uma porta diariamente. Mas e se esse simples ato, pudesse mudar tudo na sua vida? Se ao abrir a po...