26 - Matt's back.

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- Matt? - Grito baixo.

- Isso aí, baby! - Ele sussurra, vindo em minha direção e me apertando em seus braços.

- O que você está fazendo aqui? - Pergunto, ainda sem entender como ele pôde aparecer de repente, com a perna curada.

- A escola onde estudo nos deu férias antecipadas, e como meus pais venderam a casa da frente, sua mãe disse que eu poderia ficar. Tudo bem? - Ele me encara, esperando por uma reação.

- Tá brincando? Essa é a melhor coisa que me aconteceu essa semana! - O abraço mais uma vez, matando a saudade do meu melhor amigo.

- Nossa, isso é realmente um alívio. - Ele suspira e passa a mão na testa, como se limpasse o "suor".

- Mas por que chegou essa hora? - Olho no relógio, vendo que passava da 1:00 AM.

- O avião atrasou, cheguei a pouco tempo. - Ele dar de ombros. - Mas, vem cá, que história é essa de que a senhorita estava presa?!

- É uma longa história. - Me afasto, tirando o casaco e o pendurando no cabide.

- Não importa, quero saber de tudo, Skylar! - Ele cruza os braços na frente do peito e me encara, com seus olhos azuis penetrantes.

- Matt, não seja chato! - Reclamo. - Foi apenas um erro, nada demais.

- Não foi isso que sua mãe disse. - Ele resmunga.

O encaro por um tempo e respiro fundo, soltando o ar e indo em sua direção.

- Tudo bem, vou contar a verdade. - Garanto.

Nós subimos as escadas a caminho do andar superior, logo que chegamos vamos para meu quarto e tranco a porta. Matt senta na cama e eu à sua frente. Tento o organizar as palavras na minha mente, antes de começar a contar a pequena "saga" que minha vida havia se tornado nesses últimos tempos.

- Bem... a alguns dias atrás, meu amigo, Niall, foi assassinado.

- Não me diz que você...

- Sim, eu o encontrei. Ontem os policiais disseram que haviam encontrado minhas digitais na arma do crime, por isso fui para a cadeia. - Suspiro ao terminar de falar.

- Nossa, isso é tão estranho. - Ele olha para o chão, como se houvesse alguma coisa que não quisesse falat.

- Matt, está tudo bem?

- Sim, sim. - Ele garante, nervoso.

- Matt... - O chamo.

- Tudo bem. - Ele suspira. - Algumas semanas atrás, logo que eu voltei para Londres depois do acidente, eu recebi uma ligação estranha. Era um cara que usava um "tune" na voz, ele dizia coisas tipo: "Não volte à Bradford!" e "Não se aproxime!" Eu não entendi nada, achei que era um trote ou alguma coisa assim.

- Matt, isso está cada vez pior. Tenho medo do que pode acontecer. - Admito.

- Só tem um jeito para isso tudo acabar. - Matt hesita.

- Como?

- Encontrando o verdadeiro culpado.

(...)

Eu consegui dormir pouco essa noite, logo depois de tomar um banho para tirar aquele cheiro de cadeia, fiquei observando o galpão onde Harry se encontrava. Tão misterioso com suas luzes fracas, que até tenho a nítida impressão de que haviam duas pessoas discutindo lá dentro.

O dia logo amanheceu. Levanto-me devagar, com meu corpo ainda dolorido da cama dura da prisão, praticamente me arrasto até o banheiro onde tomo um banho demorado, sem me preocupar em ir para a escola. A última coisa que quero agora, é ver muita gente.

Assim que volto ao quarto sinto uma forte dor no estômago, o que me faz desistir de ir lá embaixo. Visto um pijama folgado e me deito na cama, enrrolando-me em uma bola de tecidos, quieta. Deixo meus olhos abertos, olhando fixamente para a porta à minhafrente. Por um momento, não passou nada pela minha mente.

- Bom dia, margarida! - Matt sorrir, enquanto invade meu quarto com uma bandeja de prata nas mãos.

- Hum. - Resmungo, me cobrindo por completo.

- Vamos, Skye, levanta! Temos trabalho para fazer, lembra? - Sinto um lado da cama baixar, indicando que Matt havia sentado.

- Sim, mas não quero levantar. - Sinto minhas palavras serem abafadas pelo pano grosso da colcha que estava sobre mim.

- Skye. - Ele chama. - Não me faça te tirar daí!

- Como você o faria? - O desafio, abaixando um pouco o lençol, deixando meus olhos descobertos.

Matt me encara com olhos cerrados, até que tira as cobertas de mim e começa a mover seus dedos sobre meu abdômen, me causando cócegas. Tento lutar contra, mas sou vencida e a alegria supera qualquer indisposição. Quando tento me sentar, sinto Matt me levantar e em um movimento rápido, jogar-me sobre seu ombro esquerdo. Divertidamente bato em suas costas e o mando me largar, porém minha atitude só o faz voltar para as cócegas.

Ele começa a andar em direção ao corredor, descendo as escadas - quase nos deixando cair, e chegando ao andar de baixo. Estranho não ver minha mãe na sala, porém, assim que entramos na cozinha ouço sua voz. Pelo fato de estar atrás de Matt, não consigo vê-lá, mas ouço uma segunda voz a conversar com ela.

- Skye, olhe quem está aqui! - Ela exclama.

De forma surpreendente, levanto até conseguir olhar sobre o ombro de Matt, vendo Harry sentado na mesa, segurando uma xícara de café e nos observando com um pequeno sorriso no canto de seu lábio.

- Olá. - Falo desajeitada, enquanto sou posta no chão.

- Quem é? - Matt sussurra para mim, de forma que mais ninguém ouvisse.

- Ah! Matt este é Harry, o inquilino. Harry, este é Matt. - Apresento um ao outro. Logo eles são cumprimentam, cada um com seu jeito.

- Prazer em conhecê-lo, Matthew. - Harry quase sussurra, do modo mais formal possível.

- Só meu pai me chama de Matthew, e quando está muito bravo. - Matt comenta, o que nos faz rir.

- Certo, Matt.

Minha mãe fala que convidou o senhor Styles para tomar café da manhã conosco, o que me parece estranho, mas talvez tenha sido apenas uma forma de agradecer pelo que ele fez por mim. Logo Thomas desce, juntando-se a nós na mesa redonda dacozinha. Harry, como sempre, ficava apenas calado, observando enquanto conversávamos sobre coisas divertidas que aconteceram no passado. Cá entre nós, vez ou outra o peguei me olhando fixamente e sorrindo, como se lembrasse de algo.

- Então, Harry, você tem irmãos? - Matt pergunta, dando uma mordida em sua torrada.

- Eu? Ham... não, não tenho. - Ele limpa a garganta, antes dar sua resposta.

- É de onde você é? - Agora é Thomas quem entra na conversa.

- South Shields. - Ele responde.

- Engraçado, seu sotaque não parece de lá. - Thomas revida, franzindo o cenho.

- O.k garotos, chega de perguntas! - Minha mãe interrompe, levantando-se da cadeira onde sentara.

- Pode deixar, senhora Daltton, são crianças! - Harry sorrir, o que quase disfarça o fato de ele ter nos chamado de crianças!

- Por favor, me chame de Roselle. - Minha mãe retribui o gesto, quase me fazendo vomitar.

- Vem, Matt! - Pego na mão de Matt e nos levantamos da mesa, de certa forma, grosseiro.

Nós subimos as escadas até meu quarto, ao chegar pego uma t-shirt e uma calça jeans no guarda-roupas, indo até o banheiro e vestindo-as, enquanto Matt me espera no quarto.

Assim que termino de me vestir, abro a porta, porém não encontro Matt, mas sim o homem alto de terno e olhos verdes que me encaravam.


Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora