48 - BLACKOUT

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18:00 - CASA DOS DALTON

Terminamos os preparativos para o jantar, a louça e os talheres já estavam postos à mesa, os últimos pratos saiam do forno enquanto eu subia as escadas para me preparar para o que seria o primeiro "jantar em família com direito a um convidado que mora em nosso quintal".

Após terminar o banho, volto para o quarto e procuro uma roupa " não muito simples, nem muito social" - penso comigo mesmo.
Opto por um vestido branco de linho fino, pouco acima dos joelhos, acompanhado por sapatos com detalhes em dourado. Prendo uma parte do meu cabelo e termino escolhendo um par de brincos simples. É suficiente.

Respiro fundo, pois não sabia o que esperar desta noite e, após uma última olhada no espelho, volto para a sala.

Enquanto meus pés seguiam descendo os degraus, sentia um aroma de rosas silvestres ficar cada vez mais forte, até que, ao chegar no andar de baixo, meus olhos vão de encontro a Harry, que já se pode encontrava na sala, uma vez que Thomas o havia aberto a porta.
  Em suas mãos havia um lindo buquê, as flores eram vermelhas como rubis, seu aspecto estava mais leve -  apesar de estar sempre de terno e chapéu, algo havia mudado no rapaz

- Boa noite, Skye. - Fala, ao notar que eu iria ao seu encontro.

- Boa noite. - Sorrio.

Antes que outra palavra seja pronunciada, meus pais entram no recinto.

- Olá, sr. e sra. Dalton, mais uma vez agradeço pelo jantar.

- Oh, senhor Styles, eu só o esperava para daqui a alguns minutos. - Coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha. - Perdão pela minha aparência. - Remove o avental e a tolca de cozinheira.

- É um prazer, seja bem-vindo! - Papai o cumprimenta com um aperto de mãos. - E essas flores, são para mim? - Brinca.

- Não, são para sua... - neste momento já o imaginei dizendo "filha" e logo corei, até que... - esposa.

Harry estende as mãos e entrega o buquê para minha mãe.
O vermelho tímido de minhas bochechas tornam-se em vergonha.

"eu não poderia se mais boba!" Penso comigo mesma.

- Que houve, filha, está mais vermelha que minhas rosas! - Ela sorri.

Já tenho uma ideia de como será esta noite.

18:15 - ALGUM LUGAR NO GERADOR DE ENERGIA DA CIDADE.

- Então, o plano é bem simples: vamos acabar com a energia da cidade, assim o sistema de segurança do Banco Central vai ser desligado por dez minutos, tempo suficiente para esvaziar os cofres.

- Só tenho uma perguntinha, chefe... como faremos isso?

- Com uma sobrecarga de energia!

18:17 - CASA DOS DALTON

  O jantar prosseguia em silêncio. Às vezes alguém fazia alguma pergunta a Harry, sobre o trabalho ou família, mas suas respostas eram sempre iguais; curtas e pouco esclarecedoras, embora, depois de tanto tempo, eu já esteja acostumada.

  Eu não falava muito, minha mente estava cheia de pensamentos sobre o que havia acontecido nos dias anteriores, a morte de Niall, o surgimento de Mason, aquele sonho estranho...

- Skye, já convidou o Harry para sua festa? - Mamãe interrompe meus pensamentos.

- Mãe, eu já disse que não quero festa.

- Está bem, já ouvi isso antes. - Acena com a cabeça, pouco convencida.

- E quando é seu aniversário? - Harry pergunta.

- Ainda faltam alguns meses. - Volto a olhar ao prato.

18:53 - CASA DOS DALTON

Após o fim do jantar, nos reunimos na sala.
Thomas conecta a video-game à TV e parece vidrado ao jogar. Mamãe, papai, Harry e eu nos sentamos no sofá e conversamos sobre assuntos aleatórios, até que um "zoom", nos interrompe, então percebo tratar-se do meu celular.
Me aproximo de onde o havia deixado e pego-o.

      " número desconhecido "
Era o que havia na tela, então atendo.

- Esteja na esquina em cinco minutos, ou dê adeus a sua família.

Foi tudo o que disse a voz horripilante do outro lado.

  Sinto um arrepio súbito percorrer todo o meu corpo, minhas mãos gelam e o sangue some da minha face.

- Está tudo bem? - Harry aproxima-se.

- Tudo... tudo. - Replico, insegura. - Você pode ficar com meus pais e Thomas?

- Claro.

  Solto o celular ainda ligado no sofá e saio de casa.

Caminho pela rua vazia. A maioria dos nossos vizinhos haviam ido ao festival de cinema ao ar livre.
A cada passo meu coração palpitava, eu não sabia quem ou o que me aguardava.

Ao parar na esquina não noto nada, olho para os lados e então percebo...

As luzes dos postes  começam a explodir, em cada lado da rua, dois de cada vez.

  Assim que já não vejo nada à minha frente, ouço algo que jamais irei esquecer.

- SKYE! - Um grito na escuridão.

Corro de volta para casa e por onde passava, as luzes que ficavam para trás explodiam.

Corro desesperadamente ao ver  a porta da minha casa aberta e Harry em pé, a fazer sinal para que eu entre.

Até que...

Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora