Capítulo 2

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No final do dia, quando estou prestes a ir embora, Sara me chama:

- Srta. Mary... - Seus olhos dizem mais que as palavras, alguma coisa está acontecendo para ela estar agindo dessa forma - O Sr. Charlie lhe deixou isto.

Ela me entrega um pequeno papel, que está assinado com o nome de Charlie.

"Olá Mary...
Deixei este pequeno papel, com a esperança que seja retribuído com muito mais que isso.
Vamos sair hoje à noite?
Me ligue :)"

Entro em choque porque eu quero muito ligar pra ele, mas não posso. Vou deixá-lo na expectativa. Não quero que ele pense que eu estou caidinha por ele...e eu...suponho não estar.
Quando chego na porta de casa, completamente exauta, Abby me para e fala:

- Ei Mary - Ela diz como se estivesse com inveja - veio um cara hoje aqui, ele estava procurando por você. - Quando minha ficha cai, eu já estou dentro de casa pensando naquele sorriso misterioso de Charlie Manson.

Espero que eu o tire da cabeça antes do final de semana, já que tenho um encontro com Joey. Ele é um homem bem simpático e parece interessado por mim, mas eu não sei se sinto a mesma coisa por ele desde que esbarrei em Charlie.
Por que não consigo tirar aquele sorriso e aqueles olhos azuis da minha cabeça? Nos esbarramos uma vez, e esse turbilhão de sentimentos já está me invadindo?
Já passam das oito da noite, quando o telefone toxa, e sem pensar duas vezes, atendo:

- Alô.

- Olá moça! - Não acredito no que escuto...como ele descobriu meu número? - Como você não ligou, resolvi ligar para ver se o convite ainda está de pé.

- Eu...eu...não liguei porque não sabia seu número. - Nossa, essa foi a desculpa mais esfarrapada que já dei em toda a minha vida.

- Tudo bem...então...que horas eu passo aí? - Ele diz com um ar supreso e elegante, que me dá arrepios.

- Eu não disse que iria. - Falo com esperança de deixá-lo irritado, mas, como sempre, não consigo.

- Okay! Passo aí em 30 minutos. Adeus Srta. Mary.

- Mas... - Antes que eu termine a frase, ele já tinha desligado e eu fico sem palavras com essa atitude grosseira.

Acho que ele não estava de brincadeira, então vou correndo para o chuveiro. Quando saio, visto um vestido preto com detalhes em prata que ganhei da minha mãe de aniversário, coloco um sapato alto com rebites, faço uma maquiagem um pouco sedutora, mas não muito ousada e nem chamativa, e deixo meus cabelos ruivos soltos e um pouco encaracolados.
Já estou pronta quando ele buzina na frente de casa. Como ele descobriu meu endereço? Saio e tranco a porta, quando me viro, ele está atrás de mim.
Fico surpresa com a atitude dele, e isso me faz ficar sme fôlego.

- Você veio rápido Sr. Charlie. - Digo tentando puxar assunto com ele - Pensei que estivesse brincando comigo.

- Então por que se arrumou tanto Srta. Mary Collins? - Uau...o que será que ele não sabe sobre mim?

- Como sabe tanta coisa sobre mim, Charlie? - Digo esperando uma resposta como "Eu investiguei".

- Há muito tempo venho te observando Mary, sei muita coisa sobre você...mais do que você imagina. E além disso, tenho fontes confiáveis. - Fico chocada com essa resposta - A propósito...está realmente linda nesse vestido.

- Nossa...então sou...apenas uma pessoa que você observa a muito tempo? - Não sabendo mais o que dizer, fecho a cara e sinto que fixo vermelha.

Ele me conduz até o carro, sem me tocar, e abre a porta para mim. Entro e ele se senta no lugar do motorista.

- Não. Você é muito mais que isso pra mim! - Sinto que fico ainda mais vermelha, mas ele não tira os olhos de mim - É como minha protegida! - Ele sorri misteriosamente e começa a dirigir.

- Protegida? - Dou uma gargalhada - Não pensou em nenhum apelido melhor pra mim? - Meu sorriso aumenta e o dle diminui.

-Olha Mary, não estou enganando você. Não sou nenhum tipo de estuprador parnóico...só quero te conhecer melhor. - Ele diz com um grande sorriso, fico viajando naqueles olhos azuis por alguns segundos, até que ele me cutuca - Você está bem, Mary?

- Estou...só estava um pouco distraída. - Digo tentndo enganá-lo.

- Não é a primeira pessoa que me diz isso quando olha no fundo dos meus olhos. - Ele faz uma expressão que quase chega a ponto de me conquistar. - Eles são realmente muito bonitos não são?

- Você é assim todo tempo? - Digo, não acreditando no que ele acaba de dizer.

- Assim como? - Ele diz com uma expressão divertida, como se não soubesse do que eu estou falando, mas com certeza ele sabe.

- Você gosta muito de se gabar, não é nada educado comigo, você sabe tudo sobre mim, enquanto eu apenas sei que você é um escritor medíocre e falso. - Digo tudo isso em tom alto, e parece que ele se assusta. - E digo mais Sr. Charlie, procure outra editora para publicar seu livro. - Nesse momento, saio do carro e chamo um táxi.

- Mary, espere! - Ele diz com tristeza nos olhos, sai do carro e tenta me convencer a voltar - Eu não quis magoar você. - Não escuto direito o que ele diz e não quero escutar.

Deixo ele parado no meio da rua, e não olho nem um momento sequer para trás.

Escrito pelo Destino.Onde histórias criam vida. Descubra agora