Não consigo mais controlar as lágrimas. Como ele pode estar fazendo isso comigo? Como eu deixei ele fazer isso comigo? Charlie me disse muitas coisas horríveis a respeito de Joey, mas eu nunca imaginei que ele fosse esse monstro.
- Joey...pare, por favor... - Minha voz sai fraca e eu estou deitada no chão, com medo de tocar minhas pernas, que a essa altura, estão com um aspecto horrível - O que eu fiz pra você?
- O que você me fez? Eu sempre te quis, Mary. Mas na primeira oportunidade, você me trocou. E o pior de tudo: me trocou pelo meu irmão. - Ele se abaixa e fica perto de mim.
Então é por isso? Uma mulher não pode mais se apaixonar por outra pessoa que já apanha? Meu Deus, o que está acontecendo? Charlie, onde está você?
- Joey...por que você faz isso?
- Pensei que já tínhamos conversado sobre isso, princesa.
Senti repulsa. Princesa? Eu não seria princesa dele nem se o mundo dependesse disso. O que eu estou fazendo? Com medo de um homem? Minha mãe não ensinou a ter medo de homens, mas sim respeitá-los...mas se ele não me respeita, ele não merece o mesmo de mim.
Me levanto e parece que não sinto mais as minhas pernas. Mas eu sou forte. Tenho que ser. Por mim e por Charlie. Sigo na direção de Joey que largou o chicote no chão e agora está me olhando, abismado. Se ele acha que vou ficar chorando no chão, está muito enganado.
- Sabe de uma coisa, Joey? Eu não sou sua princesa. E tenho certeza de que, da forma que você age com mulheres, você nunca vai encontrar uma. Sinto nojo de você, mas principalmente, sinto pena. - Aponto o dedo na cara dele, que abre um sorriso no canto da boca.
- Pena? Por que você sentiria pena de mim? Não deveria estar sentindo raiva? - Seu olhar é incrédulo e parece não se conformar com o que acabou de ouvir.
Então é isso!
Abro um sorriso e me aproximo mais dele.
- Então é isso, não é? Você quer que eu sinta raiva, para o seu prazer aumentar e você abusar de mim. É isso que você sempre fez e continua fazendo, não é? Você é louco! Tem que ser internado em um manicômio antes que mate a si próprio. - Cuspo as palavras e, pelo que vejo, os olhos dele ardem em chamas.
Ele vem rapidamente até mim e agarra meus cabelos, puxando pra trás. Minha única reação é segurar onde ele puxa, porque a sensação que tenho é que os fios estão sendo arrancados um por um, lentamente.
De uma hora para outra, suas mãos se suavizam e agora estão em minha cintura, apertando forte. Ele cola sua boca na minha e me beija ferozmente.
Repulsa. Tontura. Ânsia. Sinto tudo isso quando sua língua invade minha boca a procura da minha. Não penso duas vezes e mordo a língua dele.
Ele recua rapidamente, me empurrando um pouco e com a mão na boca.
- Por que você fez isso, piranha?
- Porque você tentou me beijar e eu não quero isso, Joey. Não sinto nada por você. Eu amo o seu irmão.
- Ama? Que lindo! - Ele fala ironicamente e chega perto de mim novamente, dessa vez com o chicote na mão que eu não sei como ele pegou tão rápido.
- Joey... - Minha voz sai quase em um sussurro e percebo ele sorrindo maliciosamente.
Ele levanta o chicote e se prepara para me bater novamente. Me preparo física e psicologicamente para o ato.Tento me proteger ao máximo, pois não sei onde ele vai apertar dessa vez.
- COLOQUE ISSO NO CHÃO! NO CHÃO! - Dou um pulo de susto com essa voz forte que ecoa da porta principal.
É ele. Charlie trouxe ajuda, como disse que traria. Ele voltou, como disse que voltaria. Ele voltou por mim. Não posso existir prova de amor maior que essa.
Joey olha assustado para o lugar de onde vem essa voz estrondosa. Ele rapidamente ergue as mãos, em sinal de rendição. Percebo que ele está sussurrando algo para si mesmo, mas não consigo distinguir o que é.
- Mary? Mary?! - É a voz dele. É a voz do meu Charlie.
Olho para a porta e vejo Charlie vindo até mim. Vi que ele nota os vergões nas minhas pernas e sua expressão muda completamente, mas mesmo assim, ele não deixa de abrir os braços para me envolver em um abraço apertado.
O aperto o mais forte que posso, na intenção de nunca mais me soltar dele. Ele beija o topo de minha cabeça e afaga meus cabelos, que estão totalmente bagunçados.
- Ele te machucou. Eu disse para você não deixar ele te tocar. - Sua voz é suave, mas eu sei que se trata de uma repreensão.
- Me desculpe. Não consegui acertá-lo de volta. - Tento fazer piada, mas percebendo que ele não está rindo, olho em seus olhos - Eu estou bem.
- Não, não está. Ele te feriu e vai pagar caro por isso. - Seus olhos estão cheios de amargura e de um sentimento que não consigo identificar. Talvez seja raiva ou repulsa.
- O importante é que você voltou. Obrigada. - Abraço ele novamente, que me aperta mais contra si.
- Eu te amo. Por isso eu voltei.
- Eu também te amo. - Me afasto para lhe dar um beijo, quando escuto um barulho perto de nós.
Joey está sendo agarrado por dois policiais e se debate todo.
- Eu vou voltar! Vou voltar e vou levar você, Marylin! - Ele aponta o dedo para mim, mas logo é detido pelos policiais.
Sinto um arrepio correr minha espinha.
Eu vou voltar! Eu vou voltar! Eu vou voltar!...
As palavras não param de ecoar na minha cabeça. Ele disse que vai voltar. E...eu acredito nele. Sei que Joey é capaz de qualquer coisa e sua cara de "santinho" ajuda muito.
Abraço Charlie um pouco mais forte e ele vai me levando devagar até o carro.
- E se...
- Shhhh. Não pense em nada agora. Você está viva e estou feliz por isso.
De fato! Estou viva e bem, na medida do possível.
Mas eu sei que ele vai voltar. Alguma hora, em algum lugar, ele estará lá, à nossa espera.
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**comentáriooooooooooooooos**
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Escrito pelo Destino.
RomanceMarylin Collins é uma mulher ruiva, com seus belos olhos verdes e seu corpo de dar inveja. Ela trabalha rm uma editora, o que sempre foi seu sonho, além de, um dia, publicar algum livro em uma editora famosa. Ela vive uma vida normal e monótona, sem...