- Pare de me beijar! - Ele diz com nossas testas ainda coladas, em um tom divertido e falso.
- Tem certeza que quer que eu pare? - Me afasto dele, o bastante para que eu consiga olhar seus olhos.
Me perco totalmente em seu olhar. Sei que não é nenhuma novidade e que já mencionei isso diversas vezes...mas não consigo evitar. Seus olhos me transportam para outro lugar. Um lugar onde só nós dois existimos e não nos preocupamos com nada nem com ninguém.
- Você sabe que não. - Ele me dá um selinho e volta a fazer nosso jantar.
Ele coloca o nhoque todo em uma travessa de vidro e o molho por cima. Fico o observando e pensando se ele percebeu que não paro de olhá-lo. Ele coloca a travessa em cima do balcão e pega dois pratos, talheres, dois copos e uma jarra de suco.
Charlie despeja um pouco da comida em um prato e me dá. Aceito de bom grado e ele fica me olhando como se quisesse ouvir o veredicto. Provo um pouco e mastigo lentamente, o deixando levemente irritado.
- E então? - Ele questiona, esperançoso.
- Hmmm...ótimo! Eu adorei! - Digo, radiante e ele dá um leve suspiro aliviado.
- Que bom que gostou. Seu voto positivo me faz muito feliz. - Ele sorri e eu começo a rir de sua cara - O que foi?
- Você está parecendo com meu avô. Essas suas frases...são um pouco demais, não acha? - Dou mais uma garfada, levo a boca e mastigo, olhando para ele que está com um sorriso envergonhado.
- Eu não acho que são demais. Acho que eu só estou tentando te agradar. - Ele me olha, dessa vez com um sorriso meigo e apaixonado.
- Mas eu não preciso de tudo isso pra te amar. Te amo se você ficar de boca fechada. Te amo se você ficar falando bobagens. Te amo até mesmo se ficar falando desse modo. - Olho seus belos olhos e revelo um sorriso, ao qual, ele retribui com um beijo.
- Eu te amo tanto, Marylin Collins. - Ele me dá um beijo apaixonado e acaricia meu rosto e cabelos.
Termino de comer o delicioso nhoque e fico encarando Charlie, que está mandando alguma mensagem.
- O que há de tão interessante nesse celular, Charlie? - Me aproximo mais dele na intenção de ver o que ele está fazendo.
Penso que ele certamente iria recuar, achando que eu estava invadindo sua privacidade. Mas não.
Ele ficou exatamente onde estava, com um sorriso maroto nos lábios.
Pude ler a mensagem: "Já está lotado esse lugar. Você tem que aparecer. Pode trazer a Mary, vou adorar vê-la de novo".Noto que Charlie está conversando com sua prima Michelle. Ela o está convidando para uma festa que está acontecendo na casa dela.
- Você quer ir? - Ele me olha com curiosidade, e sei que não vai ficar satisfeito enquando não ouvir um "SIM" como resposta.
- Agora? Amor, são 23:00! - Olho para ele com os olhos arregalados, e ele torna a rir.
- Mas, minha princesa, a festa começou faz uns 20 minutos. - Ele me dá um selinho demorado.
Pelo jeito dele, ele quer mesmo que eu vá a essa festa.
Repenso as possibilidades:
1- Vou a essa festa e me divirto juntamente a Charlie;
2- Faço chantagem com Charlie, para que ele tire essa ideia da cabeça.
3- Nego logo de cara.Obviamente que escolho a primeira opção. Não quero ver Charlie magoado mais do que já está. Essa festa pode fazer com que os sorrisos dele aumentem.
- Ceeeeeerto! Eu topo. - Ele rapidamente sorri e me abraça forte, me levantando do chão e rodopiando comigo.
- Ótimo!!! Vou te levar para sua casa para que você possa se arrumar pode ser? - Ele me coloca no chão e observa minha boca, a tocando levemente com os dedos.
- Claro que pode! - Dou mais um selinho nele, depois pego meu prato levando-o até a pia e o lavando.
Seguimos para a garagem, onde um dos carros de Charlie está estacionado. Entramos e vamos diretamente para minha casa.
Ele me dá um beijo e eu entro em casa. Agora reparo que ela está totalmente bagunçada. Meu Deus! Como sou desorganizada!
Vou para o banheiro e tomo uma ducha rápida, pois Charlie me disse que voltaria a me buscar em 30 minutos. Ele se arruma rápido, mas e eu? Como fico nessa história? Tenho que ir super depressa para poder ficar linda.
Saio do banheiro enrolada na toalha e sigo direto para o quarto, dando passos largos. Abro o guarda-roupa e fico revirando tudo e não acho nada. Sento na cama, cansada de tanto procurar algo descente para usar nessa festa. Até que me lembro de um vestido que comprei aqui mesmo em São Paulo.
Verifico onde o coloquei e o acho ligeiramente. Ele ainda está guardado em uma caixa preta com o nome da loja. A etiqueta também permanece nele, pois nunca o usei. O tiro do compartimento e o visto.
É um vestido de veludo vermelho escuro, com um cinto de pérolas que acompanha. Fico em dúvida em qual sapato escolher, então opto por um salto nude. (Mídia acima)
Não coloco nenhum acessório, pois não quero tirar a atenção do vestido.
A maquiagem, faço em tons de marrom e dourado, um pouco de lápis e rímel.
O cabelo prento em uma trança lateral, deixando minha franja solta.
Sinceramente, não sei como consegui me arrumar em tão pouco tempo.
Ouço a buzina do lado de fora de casa, e Charlie parece um louco, buzinando toda hora.
Corro até a porta, saindo de casa desesperadamente. Charlie está escostado no carro, onde tem livre acesso à buzina.
Tranco a porta e me viro, encarando Charlie que me observa de um jeito malicioso e sedutor. Ele vem até mim lentamente, ficando cara a cara comigo.
- Você está estonteante. - Ele diz no pé do meu ouvido, fazendo que eu me arrepie por inteira e que até eu me contorça.
- Queria mesmo te impressionar. - Dou um sorriso meigo, que ele retribui.
- Conseguiu. - Ele me dá um beijinho e passa os braços pela minha cintura, me conduzindo até o carro.
Quando estou prestes a entrar...
- MARY, MARY!
Viro para onde a voz está me chamando e me deparo com Abby. Me endireito e chego perto dela.
- O que está havendo, Abby? - Ela está tremendo e seu rosto está pálido.
- Eu...eu recebi...um telefonema... Mary, pelos Céus...era ele...era ele...
- Ele quem Abby? - Falo já desesperada ao ver Abby começar a chorar.
- Jo...Joey. - Ela desaba em choro e eu não penso em nada, a não ser em abraçá-la.
- O que ele fez dessa vez, Abby?
- Ele disse que precisava falar comigo, e que estava me esperando em um lugar.
- Que lugar? - Charlie chega perto de nós, parecendo com pânico e com raiva, sabendo que Joey pode aprontar mais alguma coisa.
- Um velho galpão. - Ela está em prantos e eu estou começando a ficar angustiada.
Afinal, o que Joey queria, justamente com Abby?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Escrito pelo Destino.
RomanceMarylin Collins é uma mulher ruiva, com seus belos olhos verdes e seu corpo de dar inveja. Ela trabalha rm uma editora, o que sempre foi seu sonho, além de, um dia, publicar algum livro em uma editora famosa. Ela vive uma vida normal e monótona, sem...