Capítulo 15

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Os olhos de Joey ardem como chamas. Tenho que atrasá-lo. Não posso deixar que ele faça algo comigo. Se eu dissesse que estou tranquila e sem medo algum, seria mentira. Estou morrendo de medo!

- Pensei que resistiria mais, Mary. - Ele solta uma risada rouca, o que mostra que o desejo dele está aumentando a cada segundo.

- Sei que não vai adiantar. - Abaixo a cabeça em um gesto dramático e o vejo indo até Abby, que pelo que pude perceber, acaba de entrar no velho galpão.

- Ainda não começou, Joey? Como você é lento. - Ela tira sarro dele sem a menor preocupação com o que ele pode fazer.

A fúria é visível nos olhos de Joey. O azul cristalino passa para um tom mais escuro, assustador. Joey desfere um tapa violento no rosto de Abby, que fica pasma com o que acaba de acontecer.

- Cale a boca, Abby! Você não tem que se meter em nada aqui. Se interferir mais uma vez, você vai ser castigada. E acho que você sabe o que isso significa, não é? - Ele grita com ela, e pega um tipo de chicote que está pendurado na parede.

- Dor. Seus castigos significam dor. - Ela murmura, com uma das mãos em seu rosto, local onde foi acertada com o tapa.

- Exatamente. Agora, saia daqui. - Ele fala com o chicote em mãos e pronto para bater nela.

Abby se levanta rapidamente e sai correndo do galpão. 

Joey se aproxima lentamente de mim, com o seu "brinquedo" em mãos.

- Como conseguiu me enganar por tanto tempo, Joey? - Mais uma vez, tento ganhar tempo, fazendo uma pergunta tola como essa.

Ele pega duas chaves no bolso e vai para trás de mim. Sinto que ele está me libertando. Me libertando dessas algemas que eu tanto odeio. Joey tira as algemas de mim e eu me sinto livre novamente. Mas essa sensação logo se esvai, pois lembro que estou sobre os malditos cuidados de Joey Christopher Manson.

- Aulas de teatro. Sempre gostei muito de encenar, e isso me serviu bastante. - Ele dá uma longa risada - E quanto a Abby...ela fez algumas aulas de teatro comigo. Por isso, também conseguiu te enganar.

Me levanto da cadeira lentamente, mas não consigo dar mais que um passo sem me arrepiar toda. O medo toma conta de mim novamente. Calafrios, espasmos e tonturas. 

- E por que eu? - Pergunto, irritada com toda essa situação. A essa hora, eu e Charlie estaríamos tomando um bom vinho tinto, na festa que ele ia me levar.

- Por que você? Simples! Você é a garota perfeita, Mary. Não sei como você ainda é toda retraída. Devia se expor pra todas as mulheres e provar que você é a verdadeira beleza. - Ele toca meus ombros e os beija. Me afasto violentamente de seu toque.

- E por isso você quer me dominar? Por status? Só pra falar pra todos os seus amigos...clientes ou sei lá quem, que você "me fez de submissa e que foi tudo ótimo"? - Faço aspas com os dedos e vou chegando mais perto dele, que vai ficando com cara de assustado e vai se distanciando - Mas vou te dizer uma coisa Joey: Você não vai me dominar. Não vai falar pra ninguém que fui sua submissa, porque não vou ser. E com absoluta e verdadeira certeza, não vai ser ótimo! Porque nada, entendeu bem? NADA, vai acontecer entre nós! - A esse ponto, tenho certeza de que estou vermelha e prestes a explodir de tanta raiva.

Ele parece assustado e está a pouco mais de 1 metro longe de mim.

- Mary...eu... 

- Já chega, Joey! Você não consegue ver o que está fazendo comigo? Não consegue ver que está me destruindo aos poucos? Tudo isso é...é loucura! Onde está o cara meigo e doce que eu conheci? Onde está esse Joey? - Pergunto, me aproximando um pouco dele, que abaixa a cabeça e parece estar constrangido.

Escrito pelo Destino.Onde histórias criam vida. Descubra agora