OITO

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Meu coração se aperta com cada palavra que eu digo, é inacreditável como eu pude amar tanto alguem, e esse alguem ter me humilhado tanto, mesmo que eu nao desconfiace dele.
- Eu tinha quatorze anos, ele quinze, sempre foi o cara mais bonito e mais desejado da escola, nós estudavam os na mesma escola, e todas as meninas caiam em cima dele, ele ate havia arrumado uma namorada pouco antes de ficar comigo, eu fui tao estúpida no começo - paro olhando para minhas mãos - ele estava com Jessica, ela era da turma dele, andavam sempre juntos, Carlos sempre foi o tipo galinha, que pega todas as meninas, ele não se importava muito com nada... no inicio de maio ele me chamou para ir na casa dele, conversar, já faziam semanas que ele não falava comigo, sempre me ignorava na escola, era difícil ele falar comigo na frente dos seus amigos. Então eu fiquei animada, eu fui tonta, eu sei, mas eu era louca por ele, então quando eu cv cheguei ele estava sozinho.. então, depois de alguns minutos ele me beijou, eai começou as mentiras - paro, sinto um aperto no peito e tento segurar as lagrimas que sei que logo logo cairam.
- Olha, não precisa continuar - Lucca pega na minha mão - se quiser, pode me contar outro dia.
- Não.. eu acho que consigo - digo e limpo a garganta - na época, eu datei esse dia como o melhor da minha vida, Carlos disse pra mim, que sempre me amou, que ele estava louco por mim, e que não suportava mais me ver e não me beijar, e eu claro, cai feito uma patinha... mas no outro dia não foi bem assim, ele me ignorou, literalmente, eu fui falar cm ele e ele simplesmente beijou Jessica e me deixou lá, parada no meio do patio com cara de idiota, não acreditava que aquilo estava acontecendo - paro, sei que se continuar falando vou chorar - Lucca, posso... eu não...
- Olha, esta tudo bem, vamos comer, depois você termina, se quiser... - ele diz apertando minha mão, que diabos aconteceu com ele, ele não e assim, carinhoso, e que merda eu fiz, não acredito que me abri assim, pra ele, tao fácil.
- Tudo bem - digo sorrindo.
- Eu só... ai da e difícil, achei que podia, mas não consigo - você não chegou nem na pior parte ainda, meu subconsciente diz.
- Olha, pra mim esta tudo bem, mesmo, não precisa me contar a historia toda agora, sei que ainda e difícil - ele diz sorrindo.

***

Depois de almoçarmos decidimos ver um filme, esse encontro estava indo melhor do que eu esperava - menos aquela parte, meu subconsciente grita pra mim.
Não haviam muitos filmes intereçantes em cartaz, entao optamos fazer algo mais animado, Lucca me levou para andar de carte, foi radical, e divertido, muito divertido.
- Se voce continuar dirigindo assim você vai perder sua carta de motorista - ele diz dando risada - me lembre de nunca deixar você dirigir meu carro!
- Não vem com essa - dou um soco de brincadeira em seu braço - eu sou uma ótima motorista! Vice que não sabe reconhecer uma quando vê.
- Imaginar se fosse ruim então! - ele diz rindo - Estou brincando babe - ele arregaka os olhos com essas palavras.
- Hmm... eu... olha - tento dizer mas não sai, fiquei extremamente surpresa com tamanha demonstração de carinho.
- Desculpa - ele se apressa em dizer - saiu sem querer...
- Tudo bem... eu... acho que gostei - digo corando - muito carinhoso da sua parte.
- OK, eu acho.

***

Lucca me deixou em casa por volta das oito e meia, passar esse dia com ele foi ótimo, pude conhecer um lado dele que eu realmente não esperava conhecer, ele foi atencioso, romântico e cavalheiro, coisas que eu julgava ser o estilo dele, devido aos tres dias na cabana. Cuidado Jasmine, meu subconsciente diz. Mas ele esta certo, preciso tomar cuidado, não posso me apaixonar, não por ele, eu mais que ninguém sei o quanto as pessoas podem mudar, ou fingir ser quem não são, e como sei.
Quando cheguei em casa não havia ninguém, então subi para meu quarto peguei um dos meus livros preferidos do meu escritor preferido e comecei a ler, mas meus pensamentos divagavam entre Carlos e Lucca, oque sera que eles querem? Ta legal, Carlos eu já sei, é sempre a mesma coisa, mas dessa vez não, não vou ceder a ele, nunca mais... agora Lucca.. eu realmente não faço ideia das intenções dele.
Por fim consigo me concentrar no livro, por volta das dez eu adormeço com o livro aberto ao meu lado.

***

Meu despertador toca, oito horas, levanto rápido e vou ao banheiro, depois de tomar um banho ponho uma regata branca e um shorts jeans escuro, calço minhas havaiannas e desço para cozinha, me sirvo de uma xícara de cafe e um pedaço de bolo que ainda esta quente, minha mae deve ter acabado de fazer. Procuro um corpo feminino mas não vejo, então tomo meu cafe com calma, as aulas acabaram, não tenho muito oque fazer, depois de tomar o cafe da manha resolvo fazer faxina em casa.
Já são quase meio dia e ai da não encontrei mamãe em nenhum lugar da casa, ela deve ter ido trabalhar mais cedo. Escuto meu celular tocando, olho no visor e aparece um número desconhecido, minha reação imediata sempre e ignorar essas chamadas, mas eu resolvo atender.
- Alô - digo me jogando no sofá da sala - quem é?
- Oi docinho, sou eu - congelo ao ouvir estas palavras.
- Ca-carlos? - solto - como conseguiu...
- Precisamos conversar - ele diz me cortando- assunto serio. Sobre nós.
- Oque? - digo sentindo a raiva se espalhar pelo meu corpo - você deve estar brincando!
- Estou falando super sério, eu preciso que você me ouça, esta bem? Chego em sua casa de aqui cinco minutos, tchau Jessie - ele desliga sem dar tempo de eu protestar.
Droga, oque ele quer conversar? Não existe mais "nós" ele deve estar tirando uma com minha cara... não vou atende-lo, simples assim, ele vai embora, como sempre faz.
Uma porta se abrindo me tira de meus pensamentos, ao ver o corpo alto e musculoso entrando pela porta, a raiva toma conta de mim, minha vontade e de socar o rosto lindo dele, mas me contenho.
- Quem você pensa que é, pra ir entrando assim nanminha casa?- digo calma de mais.
- O carro dos seus pais não estavam aqui, então entrei, como nos velhos tempos - ele sorri, sinico.
- Você não tem esse direito - digo - diga logo oque você veio pra falar, e saia.
- Você mudou - ele diz se sentando no sofá - esta mais bonita, linda ate, mas esta muito grossa, oque aconteceu? - ele sorri, filho da puta.
- Vai embora Carlos - aumento meu tom de voz - saia daqui, agora - aponto para porta.
- Calma... eu vim aqui pra me desculpar - ele diz - estava com saudades de você - quando vejo ele já esta na minha frente passando a mao no meu rosto, minha pele formiga com o seu toque - você sempre foi tao bonita, linda, eu não devia ter feito nada daquilo, não devia ter te abandonado, te deixado de sem para da aqui no Brasil, eu queria ter levado você comigo mas...
- Mas o que? Você escolheu levar outra não e? - rosno - Como foi que você disse mesmo, "me esquece Jasmine, eu nunca senti nada por você" - grito, a raiva tomando as rédeas no momento.
- Ow, não fala assim - ele diz pegando minha mao e a beijando - eu sempre amei você, você sempre foi...
- Seu filho da puta! - grito - Você não tem o direito de vir aqui e falar essas coisas, como v oi cê tem coragem? Me diz? Você não tem amor próprio! E incrível, você e tao ridículo Carlos, eu tenho pena de você! - grito e ele arregala os olhos.
- Jasmine eu estou fala...
- Cala boca! Chega! Eu não v oi um mais ouvir suas besteiras, você não cansa de falar sempre as mesmas coisas não? Sempre as mesmas promessas, você é previsível, isso e escroto! Você me traiu por dois anos, dois anos e eu sempre te perdoei, então ai, você vai embora, pra Nova Iorque, com outra garota que por sinal estava gravida de vice - grito, estou a um passo dele - Você foi bem claro quando me disse que iria embora, e eu quero ser bem clara agora, presta atenção... some da minha vida Carlos, desaparece, eu odeio você, entendeu - chego bem perto do seu rosto - odeio, sabe o que restou daquele amor todo que eu sentia por você? Nada, nada! Eu tenho pena de você, muita pena, sabe porque? Porque você não tem amor próprio, nenhum, você e sozinho, você não e capaz de amar ninguém, e ninguém, ninguém Carlos vai amar você como eu te amei um dia, você vai morrer sozinho e infeliz, porque e isso que você merece! - dita essas palavras eu não havia notado que ele estava chorando, chorando? Finalmente eu falei tudo o que estava entalado na minha garganta, e isso e tao bom, um alivio passa pelo meu corpo, me afastou dele e vou para a cozinha, preciso de agua. Me sirvo de um copo e bebo calmamente enquanto ele esta na sala, chorando.
- Pare de ser ridículo uma vez na vida, vai embora Carlos, eu não quer mais ver você, nunca mais - digo me aproximando com o copo de agua na mao, ele se levanta e vem em minha direção, em segundos ele cola os lábios nos meus, mas eu me mantenho parada, observando, enquanto ele luta pra me beijar, ele por fim desiste, e se afasta, meu peito se aperta e em dois segundo sinto minha mão arder, devido ao tapa que descarreguei no rosto dele, ele geme de dor, e eu posso ver os meus dedos no rosto dele.
- Nunca mais encoste em mim - cuspo nele - você é nojento, saia daqui, ande! - grito.
- Isso não acabou - ele diz se virando - ainda não acabou.
- Vai embora - digo no momento em que a porta da frente se abre e meu pai entra em casa, ele observa o Carlos sair e parece confuso.
- Oque... - antes de ele terminar a frase eu subo correndo para meu quarto.
Entro correndo e bato a porta, como ele teve coragem! Aquele filho o da puta! Penso.
Não acredito que ele veio ate minha casa, pensando que eu irira voltar com ele, e também não acredito que disse aquelas palavras pra ele, ele mereceu, meu subconsciente diz, sim, ele mereceu, mas não acredito que eu, eu, disse tudo aquilo.

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