Prologue

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Gods and Monsters — Lana Del Rey

As portas de mogno do elevador se abriram com suave barulho, com seus botões de ouro cintilando. Louis meio que queria sujá-los com suas impressões digitais, dar um pouco de textura em seu brilho excessivamente bem cuidado — ele estava com seus dedos engordurados devido os salgadinhos que havia encontrado na geladeira de um garoto. Qualquer que fosse o nome dele. Lucas? Algo do tipo.

Ele saiu, pisando no chão de madeira liso de cor chocolate amargo, com seus sapatos deixando pegadas um pouco sujas com cada passo. A sujeira danificava a madeira polonesa potencialmente fresca, o que era bom. Era sempre gratificante ver as coisas um pouco fodidas. As pessoas — especialmente aquelas pessoas — eram muito imaculadas. Muito preocupados consigo mesmos, sua aparência, preocupados com a aparência das coisas, preocupados em como são vistos.

Foda-se aquilo, na verdade.

Sorrindo para as pegadas, ele continuou seguindo pelo corredor, com Kurt gritando a pergunta 'onde você dormiu noite passada?' nos fones em seus ouvidos. Melhor cantor, aquele Cobain. Era como se, sempre que ele cantava, ele derramava toda sensação depreciativa e terrível que ele já tivesse sentido com suas cordas vocais e rasgou-as de seu corpo, jogou-as no ar e empurrado-as pela goela dos outros abaixo. Era bruto, sabe? E real. Apenas... real.

Louis gostava de realidade.

Mesmo assim, talvez ele devesse sair de seu realismo e ir para o mundo que estava vivendo naquele momento — um mundo falso. Irônico, não é?

Ele tirou seus fones de ouvido e colocou no bolso de sua jaqueta jeans de merda, a qual tinha cheiro de fumaça e manchas de nicotina. Com suas pequenas lágrimas de desuso e suas bordas afiadas. Machucados por ter sido empurrado para a rua. Rasgos por ter se esgueirado em cercas de ferro enferrujadas. Você sabe — o de sempre. Vivendo uma vida encantadora. Eles iriam colocar em sua lápide: 'Aqui Jaz Louis Tomlinson. Ele viveu uma vida encantadora.'

Para ser sincero, provavelmente era como ele seria lembrado. Como encantador. Talvez algumas outras coisas, mas encantador definitivamente iria fazer parte da lista.

— Estaremos de volta pela noite, querido — uma luxuosa voz feminina de repente disse enquanto Louis seguia seu caminho pelo apartamento. Soava como dezoito quilates de ouro e cetim. Soava como creme antirrugas e perfume caro. Imaculada.

— Tudo bem, mãe — a voz de Liam respondeu, indiferente — Estará de volta para o jantar? Ou vou ter que mandar alguém buscar alguma coisa?

Buscar alguma coisa? Louis não conseguiu deixar de bufar — Liam era uma porra de um príncipe. Um pequeno príncipe mauricinho mimado. Um mauricinho mimado e sexy. Era irritante, mas desde que Louis adoraria chupar seu pau de novo e administrar todos seus cartões de crédito, ele achou que poderia deixar aquelas pequenas peculiaridades de lado. Liam tinha gosto de dinheiro: o sabor favorito de Louis.

— É melhor — disse sua mãe e um arrastar de pano foi ouvido, seguido por um tilintar de uma bolsa — Vamos te avisar se jantarmos em algum lugar.

Ela disse a palavra com desgosto óbvio enquanto Louis virava o corredor e entrava na sala, com sua mão balançando em um gesto distraído. Foi então que ela olhou em sua direção, arqueando uma sobrancelha como um vilão da Disney e com desgosto eminente enquanto o avaliava com seus olhos cor de avelã que gritavam as palavras que seu batom muito educado não iria dizer.

Louis nem sequer tentou disfarçar seu sorriso quando encontrou seu olhar. Ela o odiava pra caralho.

Louis não tinha dinheiro, sabe. Ele era do outro lado da cidade (suspiro) e ele era "sujo", "rude", "perigoso", "desrespeitoso" e todas aquelas palavras de merda que estavam associadas a quem não tinha um motorista ou uma casa de verão.

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