XXXI

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Quando Louis chegou na loja de discos no dia seguinte, as palmas de suas mãos estavam suadas, seus joelhos continuavam batendo uns nos outros e o ritmo irregular de seu coração estava batucando seus ouvidos. As nuvens no céu pareciam como almofadas e estavam macias, as pessoas ao seu redor pareciam estar se divertindo e o mundo continuava como se aquele não fosse, sem rodeios, o momento mais decisivo de sua vida. E aquilo também não era um exagero.

Ele não podia estragar tudo, sabe. Aquilo era tudo que ele tinha e ele não podia estragar tudo.

Quando ele abriu a porta, seu diário estava em suas mãos (talvez ajudasse? Quem sabe?) e a campainha tocou suavemente antes de fechar, silenciando eficientemente os barulhos irritantes do mundo exterior e tudo se voltando para aquele momento, bem ali. E ali, como esperado, estava Harry.

No minuto que ele levantou a cabeça para encontrar o olhar de Louis, toda sua postura mudou e sua expressão se endureceu em indiferença. Onde segundos atrás ele estava sentado encolhido e solitário, naquele momento ele se erguia com determinação, força, até mesmo poder. Foi uma atitude tão clara, foi tão clara sua determinação em permanecer forte, e aquilo acabou tudo que restava em Louis, pois aquilo nunca deveria ter acontecido daquela maneira entre eles. Harry nunca precisaria endurecer para olhar nos olhos de Louis — ele deveria sempre permanecer confortável, desprotegido e ele mesmo.

Aqueles pensamentos queimavam e Louis os engoliu, hesitante, caminhando na direção dele.

Harry o olhava com cuidado, os lábios mal se mexendo.

— Tenho algumas perguntas — ele disse calmamente, com seus olhos firmes nunca deixando Louis.

Louis assentiu com a cabeça enquanto se colocava diretamente à sua frente, colocando o diário suavemente no chão antes de enfiar as mãos nos bolsos da jaqueta. Ele não teve coragem de falar, com a distância entre eles palpável de alguma forma. Harry parecia tão distante e, ainda assim, Louis conseguiria estender a mão e tocá-lo, se ele quisesse.

Algum tempo depois, Harry continuou olhando, sem ao menos piscar. Enfim o tom baixo e rouco de sua voz soprou no ar de repente.

— Você alguma vez dormiu com Liam enquanto estava comigo?

A pergunta fez com que um suspiro pesado saísse das narinas de Louis, mas ele não se abalou. Ele não podia estragar aquilo.

— Não, nunca — ele respondeu firmemente, suas palavras muito suaves. Seus olhos encaravam os de Harry, tanto quanto ele conseguia suportar, pois ele estava determinado a fazer com que Harry visse a verdade neles. Porque aquilo era tudo que Louis tinha — a verdade. Ele não tinha a si mesmo, mas ele tinha a verdade. — Nunca, nunca dormi com Liam. Há muito tempo, anos atrás, eu chupei ele — ele admitiu, real e indiferente, mas Harry apenas estremeceu, apenas uma contração no olho direito, mas Louis percebeu. — Foi na noite que o conheci. Ele foi no bar com seus amigos, ficou por perto e acabamos brincando no beco. Depois disso, nos tornamos amigos, por assim dizer, mas nada além disso.

Ele lambeu os lábios, ficando um pouco mais ereto quando o silêncio caiu entre eles, com o rosto de Harry indecifrável. Era assustador não saber o que ele estava pensando, era assustador saber que Louis já poderia ter estragado tudo, mas ele apenas ficou quieto, pronto para que Harry dissesse a próxima palavra.

Ele tinha que fazer aquilo direito, certo? Não havia tempo para desmoronar or entrar em pânico.

Então Harry disse:

gods & monsters ➸ portuguese versionOnde histórias criam vida. Descubra agora