XV

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Eles chegaram no bar por volta das sete, com sua porta escura se fechando com rangidos repetitivos enquanto corpos entravam e saiam para as pausas para fumar, com bolsas batendo, saltos tilintando no asfalto, tecidos roçando em tecidos.

Louis pensou ter visto Anthony desviando de corpos, carregando uma bandeja de shots — ele tinha certeza que ele estava trabalhando àquela noite — e um punhado de outros rostos familiares trabalhando. Não era incomum que todos iam para aquele lugar sempre que tinham shows ao vivo. Especialmente daquela banda.

A pequena multidão reunida no lado de fora consistia principalmente de crianças que se achavam legais (aqueles tipos artísticos de olhos esfumaçados e entediados que Louis odiava e às vezes olhava atravessado) e algumas pessoas mais velhas e estoicos com jaquetas de couro empoeiradas. Ao todo era um mar de tatuagens malfeitas, camisetas sujas e calça jeans horrorosas e fora de moda, todos segurando garrafas de cerveja enquanto formavam grupos, as risadas se misturando no ar junto com as nuvens de fumaça dos cigarros entre seus dedos.

Só uma noite típica na vida de Louis, na verdade.

— Então, aqui que eu trabalho — ele explicou enquanto abria a porta do carro para Harry, sorrindo para o menino de olhos arregalados, parecendo absorver cada detalhe. — Sei que não é muito, mas... o dinheiro é decente e não preciso fazer muito, então... essa é minha área. Apenas sirvo bêbados ingleses, esse sou eu.

— Você é velho o bastante para trabalhar em um bar? — Harry perguntou, piscando como uma coruja enquanto levantava, imediatamente colando ao lado de Louis como se fosse questão de sobrevivência, olhando maravilhado para a cena diante deles. O calor do seu corpo veio instantaneamente, com Louis sentindo eles colidirem imediatamente, seus casacos roçando e seus dedos voltados um para o outro, meio amontoados e isolados da cena diante deles, o que não significava nada mesmo. Mas, de alguma forma, aquilo fez Louis se sentir estufado com algo, o fez se sentir mais quente e mais entusiasmado, apenas sentindo Harry ao seu lado e olhando para todos. Ele nunca iria admitir aquilo na luz do dia.

Mas a sensação foi o suficiente para Louis colocar a mão na parte inferior das costas do garoto, com uma pequena emoção subindo por suas pernas quando Harry imitou o movimento com ele, quase sem pensar, com os olhos ainda arregalados e observantes.

— Tenho quase vinte anos, sabe — Louis comentou divertidamente, olhando o rosto de Harry. — Sou um pouco mais velho que você.

Harry piscou, desviando o olhar para Louis.

— Tenho quase dezoito. Você não é muito mais velho que eu.

Louis deu de ombros, completamente à vontade.

— Tanto faz. Idade vira apenas um número depois de um tempo, afinal. Então... — Ele sorriu, olhando um sorriso brilhante surgir no rosto de Harry enquanto olhavam fixamente um para o outro, com as vozes e o barulho completamente fora de sua bolha. — Está pronto para ver o show? Vou te avisar, Harry, eles são bons. Muito bons. Você pode ficar maravilhado com minha incrível descoberta e bom gosto quando os ver. Eu poderia me tornar um mestre da música. — Eles começaram a andar, com Louis deixando sua mão cair das costas de Harry enquanto seguia para frente, sorrindo para o garoto ao seu lado e piscando abobado, com o peito muito mais leve do que esteve a noite toda, seus pulmões preenchidos com o máximo de ar. E fumaça dos cigarros.

Harry riu, satisfeito enquanto o seguia de perto.

— É mesmo? Vou ficar maravilhado?

— Você já está maravilhado, não seja tímido — Louis brincou, revirando os olhos exageradamente.

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