XII

9.9K 781 3.9K
                                    

*.¸ ¸.*Obrigada por lerem! Não esqueçam dos votos e comentários!*.¸ ¸.*   

Motion Picture Soundtrack—Radiohead

Era o momento perfeito do outono. Todas as árvores brilhavam, com suas folhas tomadas em diferentes tons de fogo, o céu estava branco e quente, ouro e prata que pairando sobre as bordas, e o ar estava tão nítido como os galhos que balançavam sob os pés de Louis.

Ele caminhava com um propósito, embora parecesse estar se arrastando um pouco. Arrastado assim como seu atual estado de espírito e seu cabelo de merda e gorduroso, o qual ele nem sequer se preocupou em lavar faz uma semana. Ele parecia uma merda completa, para ser sincero, com sua barba salpicando seu rosto um pouco demais para ser chamado de barba. Ele estava usando sua velha jaqueta suja, seus sapatos de merda, apertados demais, seu jeans skinny preto rasgado e sua camiseta do Rod Stewart com uma parte manchada.

Ao todo, ele não conseguia deixar de sentir uma pontada tranquila em sua autoconsciência.

Harry provavelmente iria mandá-lo embora o minuto em que ele o visse, com aquela aparência bagunçada e suja. E, honestamente, aquele seria o melhor resultado possível no momento, mesmo que aquele pensamento fizesse os dentes de Louis parecer serem feitos de madeira.

Mas não.

Não, Louis não tinha mais tempo para saciar aquela besteira sentimental. Ele já passou uma semana maldita inteira pesquisando seus sintomas, por medo de que ele pudesse estar morrendo — ele não precisava se debruçar sobre as coisas lamentáveis da vida por mais tempo. Ele havia se metido naquela situação atual. Ele voluntariamente se inscreveu para isso. Portanto, ele iria seguir adiante. Porque ele era Louis Tomlinson e se ele foi capaz de abandonar sua família enquanto dormiam sem pensar por um segundo, então era claro que ele podia lidar em quebrar o coração de um rapaz gentil.

Enquanto chegava mais perto da escola, os corpos envoltos em cachecóis e as bebidas da Starbucks iam aumentando, assim como os pavões e as risadas tilintadas e monótonas. Em um breve momento de distração, ele se encontrou encarando o chá de uma garota com um pouco de fome; Ela levantou a sobrancelha para ele, com uma mistura de desafio e irritação que Louis quase se envolveu, pois desafios eram uma de suas coisas favoritas. Ele meio que pensou em arrancar a maldita bebida de suas pequenas e delicadas mãos, bebê-la de uma só vez e entregar-lhe o resto vazio só porque podia. No entanto, felizmente, ele segurou aquele desejo e apenas voltou os olhos rapidamente para frente e seguiu seu caminho, mantendo o olhar atento para a única razão pela qual ele estava ali naquele dia tempestuoso e outonal do inferno. Ele procurou, lambendo os lábios rachados, por Harry entre a multidão.

Parte dele queria encontrá-lo imediatamente. Parte dele nunca mais queria vê-lo novamente. Era meio que uma situação de merda.

Irritado consigo mesmo (ele tinha que parar de pensar assim, porra), ele mordeu a almofada interior de seu lábio, afiando seu foco enquanto ele se arrastava ao longo da calçada e das folhas caídas, com o fio começando a revestir seus membros.

Ele conseguia fazer aquilo, tudo bem? Naquele momento, ele precisava fazer alguma coisa e precisava sair da sombra. Então ele tinha que fazer isso, porra. E o mais breve e rápido possível, mesmo que ele parecesse uma carcaça de galo naquele momento.

Então ele caminhou com passos duros, com sua postura rígida e suas juntas apertando, endireitando sua coluna como se houvesse hastes de aço empurrando seu corpo. A cada passo, ele montava uma fortaleza dentro de si mesmo, a cada batida que a calçada encostava-se a seus pés.

gods & monsters ➸ portuguese versionOnde histórias criam vida. Descubra agora