gods & monsters ➸ portuguese version

XXIX

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Novamente agradecendo harrymaricona por ter me ajudado com a tradução <3

O dia seguinte foi praticamente a mesma coisa. Ele foi à casa de Anne por volta das quatro, como sempre, e ela balançou a cabeça, esmagando as entranhas de Louis. Praticamente a mesma coisa.

Quando ele estava prestes a se afastar, ele sentiu um toque quente de dedos contra sua pele e aquilo o assustou — já fazia um tempo desde que alguém o tocara e era estranhamente alarmante. Ele não falou mais com Zayn, Niall ou Liam, não interagira com ninguém além de Stan e os clientes do bar. Então ele parou e se virou, sendo pego de surpresa quando Anne o envolveu em um abraço sem palavras.

Ele piscou, sentindo seus braços prendendo-o firmemente no lugar. Ele nunca foi fã de abraços. A sensação de estar sendo sufocado sempre o desanimou. Mesmo assim, ele gostava dos abraços de Anne, gostava deles porque eram familiares e, sabe, eram bons. Reconfortantes, ele achava. Mas, mesmo assim, algo devia estar muito errado dentro dele, pois, de alguma forma e por alguma razão apocalíptica, ele percebeu seus olhos começando a lacrimejar enquanto envolvia suas mãos incertas ao redor dela, sentindo algo grande e sufocante arranhando sua garganta. Algo irregular e doloroso e — Deus, de onde estava vindo aquela água? Por que os humanos choravam?

Ele não correu o risco de se mexer, em tola esperança de que não cairia nenhuma maldita lágrima. Ele não iria chorar.

— Ele vai voltar para escola amanhã — ela disse calmamente, enfatizando suas palavras com um aperto.

A respiração de Louis falhou.

— Ele vai estar lá, então... — Ela suspirou, se afastando enquanto levava uma mão à testa, tirando os fios de cabelo do rosto. — Não sei, talvez nem deveria estar te contando. Não sei. — Ela suspirou novamente antes de olhar para cima, encontrando os olhos de Louis com uma firmeza que ele nunca vira antes. — Mas o que sei é que nunca vi os dois tão tristes, nunca vi Harry... — Ela interrompeu, como se não tivesse certeza se estava falando demais, com sua emoção claramente tirando seu dela.

Então Louis apenas assentiu, quase freneticamente, enquanto as lágrimas milagrosamente começavam a secar e sua garganta se abria novamente, se agarrando em uma pequena centelha de esperança; Suas mãos frias agarraram as dela suavemente.

— Obrigado — ele sussurrou, com medo que sua voz falhasse se tentasse falar mais alto. — Me desculpe.

Ela não sabia o que aquilo significava, mas aceitou de qualquer forma, roçando a mão quente em seu rosto.

— Vai ficar tudo bem, Louis.

Ele assentiu, horrorizado quando seu corpo o traiu e ele começou a chorar de novo.

Felizmente, ele foi embora antes que qualquer dano fosse feito, capaz de salvar o máximo de dignidade que conseguia enquanto se afastava com um sorriso torto. Parecia que o sol estava se pondo quando ele  foi embora, enxugando as malditas lágrimas com raiva que de repente não paravam de vazar por suas pálpebras e molhando as mangas de sua jaqueta — aquela que ele ganhou de Harry. Caralho.

O pensamento lançou outra enxurrada de lágrimas, escorrendo quentes, e ele enxugou e enxugou, enquanto seus pés se arrastavam pela calçada, seguindo para casa.

**

A fraca expectativa de que talvez fosse ver Harry no dia seguinte estava alojada no fundo do cérebro de Louis. Era tão assustador quanto incrível.