Capítulo um

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Dallas,Texas dias atuais...

A vida não passa de momentos, momentos esses que não sabemos aproveita. Você nunca prever quando uma doença está se alojando em seu corpo, ou quando um acidente te fará refém ou até mesmo vítima. Você simplesmente vive um dia de cada vez, esperando que a vida te presentei com coisas lindas, nunca imaginando que a tempestade está sempre a espreita, esperando o momento certo para te assombrar. A imagem de uma tempestade com raios é bonita de se ver, mas ela nunca te prepara para o estrago que vai deixar.
A vida é instável, incerta, difícil, e insuportavelmente desejável para a maioria das pessoas. Mas não para mim! Eu preferia a doce companhia da morte. Sim! A morte me acolheria melhor, ela seria uma excelente anfitriã.
Nos somos como poeira alojada por toda parte, esperando sermos removidos, isso tanto pode demorar anos, meses, dias ou até mesmo segundos para acontecer. Nunca sabemos ao certo. Uma hora você existe e segundos depois não existe mais. Morrer é fácil, viver é que é difícil, quando morremos não sentimos saudades, tristeza, dor, angústia, não sentimos alegria, fome, não amamos nem odiamos, não desejamos, não temos luxúria, ambição, não somos egocêntricos. Não sentimos nada apenas paramos de existir. Viver é que é doloroso, te priva de tantas coisas, te leva para o buraco, esmaga seu coração até que ele vire pó, te faz perder o controle, a sanidade e até mesmo a humanidade. Faz você buscar seus próprios interesses, sem se preocupar com quem ira machucar no percurso, ou com o fato de machucar a si próprio. A vida é como um grão de areia que a brisa leva em instantes. É como uma onda no mar que cresce bonita, forte e se quebra, voltando a ser apenas água. Ninguém diz olha a água ali no mar! Mas quando vemos uma onda por menor que ela seja ficamos impressionado e paramos para observar. Minha vida era uma onda gigantesca. Eu sempre fui um homem muito rico, promissor e feliz ou pelo menos achava que era. Até que conheci Mariana, a mulher que arruinou minha vida. Depois que ela engravidou, claro que eu não era homem de fugir de minhas obrigações, então nos casamos. Foram apenas meses para que ela me fizesse odiá-la. Por diversas vezes ela quis abortar minhas filhas. Mas por algum motivo nunca funcionou. Depois que ela teve as meninas, o inferno começou de verdade. Ela era irresponsável, e levava uma vida de promiscuidade, era alcoólatra e como se não fosse o suficiente, era dependente química. Ela conseguiu me destruir. Certamente esse sempre foi o plano. O homem Alegre que amava a vida que habitava em mim, morreu a seis anos atrás com Bliss. O que restou de mim foram cacos que eu tento dia após dia reconstruir, sem obter êxito. Sou um fantasma, um homem vazio e sem alma. Se minha vida fosse um borrão seria bem mais fácil, assim eu poderia fazê-la e refaze-la sempre que desse algo de errado. Mas não é, temos apenas uma chance, e depois disso, nada mais.
Eu quis muito que essa paz chamada morte me levasse, mas havia um ponto de luz que me dava alguma força para existir, era minha filha Beer, ela era a única razão para que eu me levantasse todas as manhãs e olhasse para esse mundo cinzento cheio de dores e tristeza. Tentando encontrar uma forma de me consertar. Poderia também ser de barro assim também poderia me reconstruir. Mas sou de carne e osso sou humano imperfeito, destruído. Não durmo então, vivo o mesmo inferno todas a noite. Quando tento tomar algo para apagar simplesmente o pesadelo me faz enlouquecer. É horrível viver dia após dia a mesma cena que me leva de volta ao abismo escuro e sem volta. Diversas vezes o pesadelo muda e eu consigo fazer Mariana parar o carro, consigo descer com Beer, mas sempre que estou para tirar Bliss, o caminhão aparece descontrolado e novamente escurece tudo, não importa quantos formas diferente de salvar Bliss aparece em meus pesadelos eu nunca consigo salva-la, eu sempre a perco. Então as vezes prefiro ficar simplesmente acordado. Eu mereço cada centelha de sofrimento. Tudo que aconteceu foi minha culpa. Eu só tinha que falar o que aquela maluca queria ouvir e tirar minhas filhas daquele maldito carro, mas eu estava ensandecido, louco demais para raciocinar e por minha culpa, por culpa do meu temperamento horrível eu pedir minha filha e todo castigo para mim seria pouco.

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