Capítulo seis

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Aaron
A tarde estava bonita e eu não via Beer e Cecília em parte alguma da Fazenda. Fazia quatro dias que Cecília estava conosco e a mudança que ela trouxe a vida de Beer era cada vez mais evidente. Sem contar os funcionários da fazenda. Ela tinha conquistado cada um. Eu tentava passar todo tempo que eu conseguia longe dela. Ela era perigosa demais para mim. E cada vez que um dia acabava, mais próximo chegava o dia dela ir embora. E mais apertado eu sentia o buraco em meu peito. Eu não queria admitir, mas ela me fazia bem, ela me fazia ter uma coisa que eu havia perdido a muito tempo. Esperança. Eu tinha vontade de pega-la para passear em lugares particular da Fazenda. Como na Cachoeira ou no Lago que tinha em uma da cavernas, mas eu não sabia se ela aceitaria. Eu me sentia intimidado por ela. Eu um homem, completamente autossuficiente e confiante. Sentia intimidado por uma garota pequena e sorridente. Vou para casa e assim que chego na porta ouço uma música agitada. A voz da cantora era juvenil e muito enjoada para meu gosto. Quando entro na sala, vejo Madalena parada de frente a porta que leva ao salão de festas. Ela estava com as mãos na boca, como se tivesse muito chocada com seja lá o que estivesse vendo. Eu vou até onde Madalena está e fico com a mesma cara abobalhada. Beer estava segurando as mãos de Cecília e as duas estavam dançando pelo salão. Beer sorria se balançando ao ritmo da música. Sua risada era estrondosa era uma linda melodia para meus ouvido. Era som que eu quis tanto escutar durante esses anos. Por um instante não existia mais nada no mundo, apenas minha filha gargalhando. Eu havia me esquecido como era o som vindo dela. Todo som que ouvi durante esses anos, foram sons de choros e desesperos. Mas hoje não. Hoje minha filha estava rindo.
-Senhor Becker, isso é um milagre. -diz Madalena.
Eu não acreditava em milagres, mas longe de mim ser grosseiro com ela.
-Faz tempo que elas estão aqui?
-Sim! Beer esta tão diferente essa moça é um anjo. -Eu também não acreditava em anjos. Mas gostei desta palavra relacionada a Cecília.
Madalena se retira me deixando só, com aquela cena magnífica. Para qualquer um aquilo podia ser uma coisa normal para qualquer outra pessoa, mas não para mim. Desde que Bliss morreu Beer parou com qualquer atividade incluindo músicas. Ela não escutava e muito menos se movia ao ritmo de uma. Eu não sei o que essa garota tinha, mas ela parecia ser mágica. Não que eu acreditasse nisso também. Mas era incrível o poder que ela exercia na vida da minha filha. E dava para ver que ela tinha muito carinho por Berr. Eu precisava conseguir fazer com que ela trabalhasse para mim. Beer se vira e me nota na porta. Cecilia olha para mim e congela no mesmo instante. Eu não gostei que Ela tenta parado. Seu sorriso bonito havia diluído com a camada de nervosismo que lhe atingia. Beer larga as mãos de Cecília e corre para mim. Ela segura minha mão e se move. A ideia era eu me mover também, mas aquilo era ridículo para um homem. Eu não estaria dançando. Beer fica decepcionada e solta minhas mãos. Cecília olha para ela desanimada. Ela deveria estar pensando em algo para dizer. Ela fecha os olhos com força temendo o que pudesse acontecer depois de suas palavras e diz:
-Beer seu pai não deve saber dançar.-Ela olhava com um sorriso travesso fazendo Beer olhar para e dar de ombros.-Acho que sou bem grandinho para esse tipo de coisa.-Digo rispidamente.
-Senhor Becker, um pai nunca é adulto demais para se divertir com os filhos.-Ela era uma intrometida das boas.
-Como se você soubesse tudo sobre filhos.-Digo áspero.
-As vezes você não precisa gerar uma criança para ser mãe ou pai. E posso te dizer isso por experiência própria. -Eu me lembrei de que ela praticamente criou seu irmão. Eu só não sabia desde quando. Olho para Beer e vejo sua carinha murchar. Odiava ser o idiota que estava estragando tudo.
-Eu não vou dançar por que não quero humilhar vocês.-Digo tentando quebrar o clima tenso que eu havia criado.
-Só pode estar brincando, prove diz Cecília rindo incentivando a Beer.-Aposto que o senhor mal consegue mexer as pernas.- Cecília me olhou desafiadoramente.
-Isso e um desafio senhorita Cecilia?-Considere desafiado senhor Becker.
-Depois não quero choro.-Beer bate palmas gostando da situação. Vou até meu som e escolhi uma salsa. Beer me olha surpresa, acho que ela havia se lembrado que eu costumava dançar com Bliss. Beer sempre foi mais tímida, mais Bliss não podia ouvir uma música que já estava se movendo.
-Seguro as mãos de Beer ela me olha e sorri. Começo a mover no salão com ela e ela começa a gargalhar. Olho para Cecília e ela estava sorrindo. Beer me solta e me leva até onde está Cecília. Eu não sabia qual seria sua reação, Mass ainda assim estendi minhas mãos e a convidei para dançar. Ela se fez de difícil um pouco. Se afastando no ritmo da salsa e eu entendi o recado. Ela queria ser um desafio eu deixaria ela ser se isso animasse minha filha. Sigo ela e quando ela vira o rosto para o lado. Seguro sua mãos e a puxo com força, seu corpo minúsculo se choca no meu. Aquela proximidade estava me assustando. Eu senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo enquanto segurava sua mão. Ela me olho como se estivesse sentindo a mesma coisa. Então dançamos. Eu a jogava de um lado para o outro e ela conseguiu me seguir. Na verdade ela era um péssima dançarina e aquilo só aumentou a diversão de Beer. No término da música eu a virei de costas para mim. E passei minha mãos suavemente pelas curvas de seu corpo. Senti ela congelar sobre meu toque e gostei mais do que devia de como seu corpo reagia ao meu toque. Eu a viro para mim e ela não estava mais sorrindo. Seu rosto era uma máscara seria e ilegível. Nossos olhares conversavam pedindo coisas impossíveis. Então eu me afastei dela e me dirigi a Beer. Beer começou a bater palmas eufórica e pulou em meu colo me abraçando. Ela estava me agradecendo. Meu Deus minha filha estava me agradecendo por eu ter feito algo que lhe agradou. Eu a beijei no rosto. Olho para ela e vi que ela estava realmente crescendo. Seus olhos estavam com brilhos nas pálpebras, sua bochecha estava corada, e ela estava usando baton. Minha filha estava crescendo e eu estava ocupado demais para notar. Então me veio uma ideia. Beer nunca gostou de fazer compras comigo. Eu até trouxe algumas estilista com algumas roupas da moda para idade dela, mais ela nem se quer olhava. Talvez era isso que minha filha precisava. Uma amiga e não de pessoas que desconhecidas lhe mostrando roupas.
-Filha eu estava pensando se você e a senhorita Cecília gostaria de ir fazer umas compras comigo no Shopping. Ela me olhou assustada. E eu pedi socorro para Cecília com os olhos.
-Eu acho que vai ser bem divertido Be. Podemos comprar algumas daqueles modelos que você me mostrou no site. Você já é uma mocinha está na hora de mudar o guarda roupa.
Beer olhava com cautela para mim então assentiu.
-Então as damas podem irem se aprontar que eu vou esperar por vocês aqui. Cecília segura nas mão de Beer e as duas desaparecem pela porta.

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