Capítulo dois

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Aaron

Fazia um mês, um longo e insuportável mês desde a última vez que minha filha havia sorrindo. Agora ela estava à mesma garota introspectiva e fechada de antes. Eu confesso que não entendi aquele lapso de felicidade que ela teve. Ela nem conhecia a garota sorridente e simplesmente conseguiu se abrir para ela. A garota sorridente e pateticamente mal vestida, havia conseguido arrancar de Beer o que eu vinha lutando há anos para conseguir- um sorriso. Em menos de meia hora de conversa com minha filha ela a vez rir. Eu fiquei obcecado com a possibilidade dela vim trabalhar para mim, mas ela se recusou. Até poderia mexer meus pauzinhos para conseguir isso, mas depois que descobrir algumas coisas de sua vida achei melhor não infernizar a pobre garota que tinha a vida difícil o bastante. Com dinheiro e pessoas capacitadas você consegue descobrir muitas coisas. Acho que sei mais da vida dela do que ela mesma. Ela trabalha duro para pagar a estadia de sua mãe que é doente em uma clínica muito vagabunda. Paga a faculdade do irmão que a meu ver é um idiota preguiçoso que deixa a irmã se virar com as dispensa. O investigador garantiu que os vizinhos falam bem do rapaz que tem 18 anos. Que ele só não trabalha por que a garota sorridente não permite, ela o mima, pois são sós os dois. Ela também paga sua pós-graduação. Ela é pedagoga, mas está se especializando em terapia infantil. Descobrir que ela é defensora da causa do câncer infantil e que pelo menos três vezes nos mês vai visitar as crianças que sofre com a doença. Ela também tem um trabalho beneficente onde ensina crianças em um orfanato a fazer reciclagem. Só não sei como ela encontra tanto tempo e disposição para tudo isso. Descobrir que seu automóvel não passa de uma lata velha que além de trazer perigo a ela, trás grande risco a sociedade, a lata velha tinha uma porta cruelmente amassada que só abre com uns socos, os pneus daquela coisa era carecas e os parafusos mal apertados. A qualquer momento o pneu poderia sai rolando pela estrada e a inconsequente sofreria um acidente. Lembrar-se dessa palavra "acidente" me trazia um amargo na boca e um aperto no lugar onde costumava ficar meu coração. Ela era muito egoísta não valorizava a vida andando em uma arma nuclear como aquele lixo que ela chamava de carro. Descobrir que ela tem quatro meses de aluguel atrasado e que está a qualquer momento para ser despejada. Mas ela não era problema meu. Eu oferecia a ela um emprego dos sonhos onde muitas matariam para ter. Garota estupida! Oferecia vinte vezes mais do que ela ganhava. Sem contar que com certeza eu lhe daria um carro decente e ela poderia desfrutar de todo conforto da Fazenda. Mas ela foi bem enfática quando disse que jamais trabalharia para mim. Eu não estava mendigando seus serviços Até cogitei a ideia por Beer, mas provavelmente ela nem se quer lembrava mais de minha filha e nem minha filha dela. Era melhor deixar as coisas como estavam ela iria me irritar muito com sua impertinência sem contar que eram intrometida e infantil, coisas que eu não suportava nas pessoas. Eu sempre valorizei muito a seriedade gostava de pessoas centradas sérias e que se portavam decentemente. Ela era totalmente o oposto disso. Sua dancinha desengonçada e voz ridícula me mostrou isso. Outra coisa que eu detestava ao seu respeito era que embora ela tivesse uma vida miserável, ela sempre estava feliz. Quem poderia ser feliz morando em uma zona de guerra na qual ela vivia, suas roupas eram ridículas e totalmente fora do padrão do seu corpo, se é que ela tinha um, pois as roupas eram largas e a deixava sem forma parecendo um a criança com as roupas da mãe. Duvidava muito que ela já tivesse ido a uma loja decente comprar roupas decentes. Sua pobreza me causava nostalgia.

Eu estava em plena quatro horas da manhã acordado olhando para as imagens ridículas que o investigador tinha me conseguido. A garota era uma máquina de risos era patética a maneira que ela sempre estava feliz. Ela não tinha motivos para rir tanto e isso me irritava. As fotos que eu tinha dela era ridicularmente perturbadoras, havia fotos dela saindo da faculdade rindo, tinha algumas delas no orfanato com um monte de criança a abraçando como se ela fosse algum tipo de super-heroína ou alguma fada madrinha daqueles os contos de fadas bobos. Ela sorria como se estivesse no lugar mais incrível do universo. Eu não entendia como alguém conseguia ser tão feliz com tão pouco. Ela parecia ser iluminada todas as fotos sempre tinha alguém feliz ao lado dela como se ela iluminasse tudo a sua volta. Por que ela me irritava tanto? Eu odiava o fato dela sorrir tanto e mais ainda o fato de estar ficando obcecado por esse sorriso. Detestava o fato de me importar que ela não estivesse ninguém para protegê-la, e que ela era ridicularmente magra, será que os míseros centavos que lhe sobravam davam para ela se alimentar direito. Ela era tão raquítica que eu sentia pena. Não sei como conseguia ficar em pé em suas pobres pernas. Precisava tentar dormir um pouco, mas não conseguia a imagem dela me assombrava me perturbava e eu não conseguia tirar aqueles olhos esmeraldas da minha mente. Amanhã Beer teria sua segunda consulta com Dr. Shely, e seríamos obrigados a vê-la novamente. Por que diabos eu sentia um ansiedade insuportável se instalando em meu estômago? Levanto-me e procuro por algum sonífero, tomo uma cápsulas Diazepam e apago.

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