Capítulo oito

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Aaron

Não acho que essas coisas de milagres possam existir, mas alguma coisa aconteceu na noite passada. Depois de anos finalmente eu conseguir dormir. Acabei adormecendo no balanço com Cecília em meus braços. Ela ainda estava dormindo e ve-la encostada em meu peito era uma visão e tanto. Seus cabelos estavam em seu rosto escondendo sua face. Delicadamente eu afastei algumas mechas e a observei. Decorei cada manchinha de sarda que havia em seu rosto. Alguma coisa estava acontecendo comigo, isso estava me assustando. Eu não queria que ela fosse embora, e a verdade era que não tinha nada ver com Beer. Eu a queria aqui por mim, para mim. Como é que uma pessoa que nem ao menos conhecemos direito pode ter tanta influência em nossas vidas. Seu sono era suave ela respirava lentamente e sua boca estava com uma pequena abertura. Seu braço direito estava possessivamente em torno do meu pescoço e seu braço esquerdo estava em volta da minha cintura. Eu pensei que pudesse estar desconfortável para ela, mas vendo ela em um sono tão tranquilo, percebo que meu corpo era confortável. Seu pijama havia levantado expondo um pequeno pedaço de sua pele branca, na parte de sua cintura. Tive um desejo ardente de passar meus dedos sobre sua pele, e senti-la lisa e sedosa sob meus dedos. Mas eu jamais me aproveitaria de uma mulher dormindo. E se um dia eu tivesse essa liberdade com Cecília, queria que ela estivesse totalmente despertada. O sol apareceu por uma fresta dentre as árvores, e ela apertou os olhos. Eu não queria que ela acordasse agora, queria poder desenhá-la daquele jeito em minha memória. Ela se mexe em meu colo e sua blusa sobe mais um pouco. Eu conseguia ver seu umbigo pequeno e raso. Era uma belo umbigo. Mais um raio traiçoeiro de sol toca em sua linda face, e ela abre os olhos. Ela estava com dificuldade, para abrir os olhos devido a claridade que seu rosto estava exposto.
-Bom dia dorminhoca.-Seu sorriso aparece grande deslumbrantes para iluminar minha manhã.
-Bom dia Aaron.-Eu rio. Ela estava me encarando e aquilo de fato me deixou sem jeito.
-Posso saber por que está me olhando assim?
-Seus olhos.
-O que tem meus olhos.
-Ele são tão límpidos e azuis. Quando te vi pela primeira vez fiquei em dúvida em relação a verdadeira cor de seus olhos, mas definidamente são azuis.
-Então quer dizer que a senhorita andou pensando sobre a cor do meus olhos?
-Ouvindo o senhor falando desse jeito realmente soou bastante estúpido.
-Eu não disse que era estúpido. E a senhorita me chamou de senhor.
-E o senhor ainda está me chamando de senhorita.-Ambos olhamos um para o outro e rimos. Era isso mesmo, eu estava rindo com mais frequência a cada dia.
-Acho melhor entrarmos teremos um dia longo e agradável pela frente.
-Sim e eu estou ansiosa.
Eu a coloco no chão e fomos para casa ela estava ao meu lado. Propositalmente deixo minha mão toca na dela. E sorrio para mim mesmo. Ela me fazia sentir como um garoto bobo. Todo caminho até a casa fui deixando isso acontecer e ela não se afastou dando a permissão que eu precisava para dar um passo a mais. Cuidadosamente entrelaço meus dedos nos delas e sua minúscula mão corresponde dando-me um aperto fraco. E eu era o bobão de trinta e sete anos que tinha um enorme sorriso no rosto. Ninguém diz nada o momento disse por si só.
...
Assim que entro em casa vou direto para o quarto de Beer, Cecília vai ajudar Madalena a preparar as coisas para o piquenique. A porta do quarto de Beer estava fechada, por mais que eu sabia que deveria bater, preferi arriscar entrando. Abro a porta e não a vejo no quarto. A porta que levava ao seu closet estava parcialmente aberta. Olho para dentro e a vejo se olhando no espelho. Ela estava com uma das suas roupas novas. Ela se olhava sorrindo no espelho. Acho que minha filha estava se descobrindo. Ela meche nos cabelos e faz uma fina trança de um lado e do outro. Ela une as duas na parte de trás da cabeça e coloca um grampo. Seu rosto estava mais corado que o habitual, e eu via uma coisa que minha filha tinha perdido a muito tempo atrás, vontade de viver. Ela estava cada dia mais radiante.
Ela se mexe anda para porta onde tinha sapatos e eu me afasto para que ela não me pegue a espionando. Vou para fora de seu quarto e espero até ouvir a porta do closet ser fechada. Então eu finjo ser o pai que dar espaço a filha e bato na porta. Ela demora uns segundos, mas acaba abrindo.
-Bom dia meu amor.-Ela me dá um sorriso gentil.
-Minha nossa filha, você esta muito linda.-Ela se vira de costas e da um giro me mostrando seu novo look.
-Uau!-Assobio e ela balança a cabeça se divertindo.
- Amor sei que você não gosta muito de sair, mas Cecília teve uma ideia de fazer um piquenique. Gostaria de saber se você viria?
-Ela balança a cabeça freneticamente dizendo um sim.
-Que bom! Então acho que vou agora mesmo resolver isso. Não esqueça de pegar, repelente, protetor e tudo que achar necessário.-Ela balança a cabeça concordando. Eu saio mais assim que chego até a porta retorno e a beijo no rosto.
-Eu te amo minha pequena.-Ela me olha e me diz que me ama em libras. Como eu queria ouvir a voz de minha filha. Me afasto e saio.
Vou até a fazendo do Senhor Robert e peço permissão para usar seu campo de flores azuis. O homem era um típico texano hospitaleiro e muito gentil. Ele fica todo vaidoso por eu querer usar suas terras. Até tentei oferecer um dinheiro pelas horas que eu ia ficar, mas o homem quase me citou nas ponta dos pés de tão ofendido que ficou, mas enfim consegui contornar a situação.
Na volta passo na cidade e compro algumas coisas. Encontro grades chapéus cor de Rosa de cowboy e levo uma para Beer e outro para Cecilia eu sabia que isso as fariam ri.
Cecília, ela não saia da minha cabeça. Eu cheguei tão perto de beija-la, mas eu tinha muito medo de sua reação. Se ela me rejeitasse coisa que eu acho bem improvável, mas se acontecesse eu me afastaria definitivamente, se tinha uma coisa que me sobrava era o meu orgulho. Então era melhor deixar as coisas acontecerem de forma natural. Meu Deus, era isso mesmo, eu estava fazendo planos com Cecília e ela nem sabia.
Depois de comprar tudo que achei necessário voltei para Fazenda. Beer e Cecília estavam no aras elas observavam os visitantes andarem de cavalo. Percebi que nem se quer havia convidado Cecília para cavalgar. Era tanta coisa que eu tinha vontade de fazer com ela, mas não conseguia convida-la para nada. Quando foi que eu me tornei um homem tão frouxo? Paro o carro perto do aras e vou até onde elas estão.
-São lindos, não é mesmo?-Cecilia se vira assustada. No enteando Beer permanece imóvel vendo os cavalos.
-São sim.
-Você já andou a cavalo?
-Meu Deus, não. Tenho muito medo de cair. Eles parecem tão selvagens.
-Quando voltamos do nosso passeio poderia ensina-la. Claro se você quiser?.
-Adoraria, mas acho que vou dar muito trabalho.
-E eu pareço ser um homem que desiste fácil?-digo me aproximando de suas costas. Eu conseguia sentir a corrente elétrica que manava de seu corpo. Parecia um imã me puxando.
-NÃO, não parece.
-Que bom que deixei isso claro.- Ela me olha com um pouco de preocupação e me da sorriso fraco.
-Se estiverem prontas, acho que podemos ir. Beer segura minha mão e seguimos para casa.

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