Capítulo 11- Pesadelo

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Muito obrigada a quem está lendo, comentando e dando estrelinhas. Vocês são importantes demais e só por vocês continuo postando.

Pesadelo

"De que servem os olhos meus

Se não veem os olhos teus

Muito embora estejamos lado a lado

Pra que servem os braços meus

Se não entrelaçam os teus

Como se eu fosse um mutilado

Eu queria dizer-te baixinho

Quanto és bela, és pura, és santa

Quando chego a teu lado

Me foge a voz da garganta

Eu pedi ao grande Deus

Que viesse aos sonhos meus

Sonhos estes, puro, eterno

E deitei-me satisfeito

Repousei as mãos ao peito

Olhos fixos ao teto

E qual foi a surpresa maior

E pior tive um pesadelo

Onde tu gritavas horrorizada

Não desejo vê-lo."

Cartola

Eu cheguei mais cedo ao treinamento no segundo dia. Havia conseguido dormir mais e melhor. Ainda sentia certa culpa por ter fracassado em minha vingança, era como se estivesse em falta com Mercy. Mas eu tinha percebido que não adiantava brigar comigo mesma, eu não ia conseguir matar Kent.

Em poucos dias, iria para a arena, e tentaria viver o melhor que conseguisse até lá. Ainda odiava Kent ou talvez não, era muito complicado, ele exercia um domínio em mim, que eu não conseguia ficar longe dele, era como se houvesse um imã me atraindo para os seus braços. E nossas noites! Ahhh! As nossas noites eram maravilhosas! A melhor parte do meu dia.

Fiz alguns exercícios com Lyra. Ela estava tentando se fortalecer, melhorar o seu preparamento físico nas corridas, até que ela era rápida, tendo uma boa resistência. Mas nesse quesito eu reparei em Lisbeth. A menina loirinha corria com uma rapidez incrível, seus movimentos eram ágeis e leves.

Julius, o garoto de 14 anos do distrito 10, passou mal e acabou sendo atendido durante o treinamento. Aquilo foi realmente bem estranho. Eu fiquei pensando se ele estava apenas cansado ou era alguma doença. De qualquer forma, houve muitos bochichos e risadas cruéis, a maior parte vinha dos carreiristas. Nossa! Minha raiva por eles só aumentava, sendo que Brody continuava firme na turma deles.

Gaiman novamente mexeu comigo, dessa vez seu objetivo era claro, ele queria me humilhar, pretendia que todos rissem de mim. Quando eu estava treinando nas barras, ele tentou passar por mim, movimentando de maneira rápida, literalmente me atropelando, sua intenção era que eu me desequilibrasse e caísse no chão. Mas sendo mais ágil do que ele imaginava, consegui mudar de mão rapidamente, me segurando. Machuquei a unha. Só que não demonstrei a dor, apenas o olhei impassível. Ele deveria entender que não seria tão fácil fazer isso, nesse jogo de colocar medo, eu era melhor do que ele.

Ele e mais dois carreiristas ainda pegaram no pé de Mikael, chamaram o garotinho para fazer alguns exercícios, não deram nenhuma chance para ele, o menino tentava de toda forma segui-los, seu esforço era louvável, mas acabaram o derrubando no chão, rindo dele. Ahh, aquele Gaiman precisava de uma lição!

O jogo da vingança (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora