Capítulo 23- Maioridade

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Muito obrigada a quem está lendo, comentando e dando estrelinhas. Só continuo postando por causa de vocês, talvez a trama não esteja bombante, mas em breve, novas emoções virão.

Maioridade

"Agora eu sei quanto eu cresci

Já acredito no meu caminho

Se até agora eu tô vivo

É que deve ser verdade

Vejo a cidade da minha janela

Debruçado nos meus erros

Extravagantes e comuns

Me guio sem razão

À casa de um homem

Ao coração de uma mulher

Mas meu coração não é ficção

Agora eu sei, nem contramão

Agora eu sei

Que eu cresci

Junto com os meus pecados

E aprendi como eles são engraçados

Eu já vivi de tudo um pouco

Mas tô esperando um truque novo

Que me largue caindo

Do alto de um abismo

O tempo vai dizer

Se o que espero me interessa

Se eu levo a vida

Ou se é ela que me leva"

Cazuza / Guto Goffi / Frejat / Denise Barros

O vulto foi ficando mais próximo, era um menino magro, pálido, de cabelos e olhos marrons, eu o reconheci. Era Julius do distrito 10, ele mancava bastante e não parecia uma ameaça. Eu me aproximei dele com as facas, não achava que corria perigo, já que seu aspecto era bem ruim, mas isso podia ser um truque.

O garoto se assustou, mas não conseguiu correr, caindo ao chão. Ele estava extremamente pálido e magro. Esses dias na arena parecia ter sido muito duros para ele. Além das roupas, ele carregara somente uma caixinha, a mesma pela qual o vira lutando no primeiro dia. Chamei as meninas. Lyra trouxe água e um pouco de comida para ele. Lisbeth só observava. Ele parecia menos assustado, aceitou a água, comeu um pouco e disse:

– Obrigado.

– Sem problemas. O que houve para você estar assim?- perguntei.

– Passei por maus momentos aqui – ele deu um sorriso meio sem graça- Pode ficar tranquila, só vou descansar um pouco e ir embora.

– Como se você conseguisse anda. - eu ri – Deixa de desconfiança, se nós quiséssemos matá-lo, já teríamos feito isso.

– É verdade – falou Lisbeth.

– O que é essa mancha na sua perna? – quando Lyra falou, algo diferente na calça dele, a garotinha realmente era observadora e curiosa.

– É uma sequela do primeiro dia.

– Você lutou com os carreiristas e saiu ferido. Devia ter fugido, em vez de tentar conseguir algo lá.

– Não, não podia. Eu precisava disso – ele mostrou a caixinha – minha vida depende disso! Mas agora não deve fazer muita diferença. Meu ferimento está infeccionado, não tenho muito tempo de vida. - era triste vê-lo falando daquela forma, eu não gostava de ver alguém desanimado assim.

O jogo da vingança (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora