Capítulo 3

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"Crianças continuarão depressivas mesmo se você colocar remédios em suas mamadeiras. - Sippy Cup (Melanie Martinez)"

Como é ruim acordar cedo somente para ver a cara dos professores. Tentamos ser melhores,a cada dia que se passa.

Me levanto,faço as minhas necessidades e vou para escola. Novamente,sozinha. Pego um ônibus e sento bem perto do trocador. Começamos a conversar.

Ele diz que tem enxaqueca, e que somente quando eu passei por ele,uma dor de cabeça terrível o atingiu. Onde estão os meus anjos? Onde estão os meus demônios?

Chego na escola,passo a catraca e subo o corredor. Jurava que tinha visto um vulto passar ao meu lado. O vulto era um pouco menor que eu,e o engraçado foi que eu achei que era uma pessoa. Até desviei para ele passar. Mas novamente,era só a minha imaginação.

Espero o sinal tocar e vou até a sala de aula,sento no meu lugar e aguento mais um dia. Um professor havia faltado,então poderíamos conversar durante toda a aula.

Como não tinha amigos,conversei com o único que me compreendia. Meu boneco de chaveiro,o Smith. Uma certa vez,os garotos populares foram me zuar e quase quebraram o Smith. Eu não sei o que viram nele,mas ficaram com medo e nunca mais mexeram comigo.

Ele é um bom companheiro. Mesmo não podendo falar nada,eu sei que ele me entende. E eu entendo ele também. Conversamos sobre o demônio de Agosto. Esse era o nosso único assunto,o sobrenatural.

Smith consegue me passar mensagens mentalmente,e ele diz que já viu esse demônio. Mas não foi um encontro agradável.

Ouço uma voz grossa atrás de mim,chamando pelo meu nome. Olho assustada e não vejo nada. Não eram os garotos populares,eles estavam muito entretidos com as suas conversas sobre mulheres e futebol. Não havia ninguém próximo a mim,então pergunto a Smith quem fora que me chamara.

Smith não quis falar,disse que ele não permitiu e queria que eu fosse amiga dele primeiro. Perguntei como seríamos amigos e Smith respondeu que,somente o tabuleiro dirá.

Cheguei em casa,sozinha. Me sentei no chão e peguei o tabuleiro debaixo da minha cama. Coloquei Smith na minha frente e peguei o olho do tabuleiro.

Começamos a jogar. Você pode achar loucura,mas Smith se tornou um anjo. Ele sempre se torna um anjo quando jogamos. Mas é um anjo diferente,suas asas são grandes e completamente negras.

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