"Oh meus Deus, Eric!"
Eric está com a cabeça no meio das minhas pernas enquanto eu sento escarranchada no seu piano. Eu agarro seus cabelos e solto um gemido desejoso.
"Isso, não para..."
- Porra! - eu rosno pro despertador do meu celular.
Acabei de acordar do melhor sonho da minha vida: Eric me chupava como um maldito profissional.
Desgraçado...
Levanto ainda meio grogue e vou pro banheiro tomar um banho rápido e me arrumar pra primeira aula.
A sorte é que temos dois banheiros porque já posso ouvir gemidos vindo de um deles.
Cacete, a Cinderela está trepando até agora com o príncipe?!
Deixa as criancinhas saberem disso...
Tomo meu banho e vou para o meu quarto me vestir.
Hoje o dia amanheceu frio.
Nova York é uma bagunça em Outubro, um dia quente outro frio... É sempre uma surpresa.Mas é a época mais linda pra se visitar o Central Park. As árvores já estão perdendo seu verde para aquele alaranjado maravilhoso que só o Outono é capaz de mostrar.
Minha primeira aula é Contato-Improvisação, uma das minhas preferidas.
O professor Diego é um colombiano hippie que adora atividades em grupo.
Ele é muito louco e espontâneo, isso só faz a gente amar sua aula.
Assim que chego na sala vou me sentar ao lado do Kyle, mas só depois de retirar os sapatos na porta.
Diego acha que os sapatos carregam a energia negativa dos lugares por onde a gente passa, por isso é proibido entrar calçado na sua sala.
E não se espantem por eu chama-lo de Diego, ele prefere assim.
Aqui é diferente do Brasil, quando não usamos o Sr. ou Sra., temos que chamar pelo sobrenome.
É realmente estranho, mas eu já me acostumei.
- Bom dia, gatinha. - Kyle diz com um sorrido radiante a essa hora da manhã. Como ele consegue?
Só tenho tempo de mandar um sorriso forçado em resposta quando o professor começa a falar, chamando nossa atenção.
- Como vocês dormiram, meus seres de luz? Bem? Maravilha, vamos começar? - ele fala com uma voz pacífica e despreocupada. Acho que isso resume seu estado de espírito habitual.
Bom, vou explicar mais ou menos como é a aula dele: basicamente, a gente fica rolando no chão e se esfregando um no outro parecendo um bando de retardado.
Agora vou falar de forma mais glamuorosa, como Diego gosta de explicar: "São exercícios a dois e em grupos que aprimoram as noções de vetores, de distribuição do peso do corpo nos pontos de apoio e de pressão.
É para desenvolver uma sensibilidade mais perceptiva na relação com o corpo do outro, a coordenação motora, o tônus muscular, conquistando a arte do prazer pleno e livre."
Pelo menos é isso o que ele sempre fala.
O professor coloca uma música relaxante e a aula passa depressa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Te Encontrei Quando Não Procurava - Livro Um
RomanceRavenna Garcia tem 19 anos, é brasileira e cursa Dança na Juilliard em Nova York, é orgulhosa e chegou aonde está com muita garra, trabalho duro e perseverança. Assim que começa seu segundo ano de faculdade, tem uma bela surpresa: seu professor da...