31 - Ravenna/Eric

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Estamos no elevador, subindo para o apartamento do Eric.

Ele nem sequer me olhou até agora, não abriu a porta do carro pra mim como sempre faz, nem segurou na minha mão daquela forma possessiva dele, apenas saiu andando na minha frente, me ignorando completamente.

Ah, e não preciso nem entrar em detalhes sobre o silêncio pesado e muito desconfortável que manteve um clima de enterro dentro do carro, no caminho pra cá.

Que saco!

Assim que entramos no apartamento e Eric fecha a porta de entrada, a casa cai:

- EM QUE MERDA VOCÊ ESTAVA PENSANDO?!? - ele grita pra mim. Seu rosto vermelho e os dentes ainda trincados.

- Não tinha nada demais, era só um show artístico. - eu sei, minha cara de pau não tem tamanho e eu devo parecer uma imbecil achando que ele vai cair nessa, mas vocês não podem me culpar por não tentar.

Eric ri descrente e depois rosna, passando as mãos pelos cabelos e virando de costas pra mim:

- Caralho, eu preciso bater em alguém.

O quê?!

- Pode parar com isso! - tento colocar algum juízo na cabeça dele. Pelo seu estado é provável que comece a quebrar o apartamento todo.

- "Parar com isso"? - me encara com os olhos pegando fogo - Eu te tirei de um maldito clube de strip-tease, Ravenna!!

- Não exagera, os caras só estavam dançando!

Quando digo isso, a expressão dele parece clarear, como se tivesse entendido do que se tratava.

- Então é isso? É por que eles sabem dançar? - Oh Deus, sua fala e sua feição chateada deixa óbvio que ele pensa que prefiro homens que dançam.

Podia estar mais errado?

Logo depois ele volta à ficar irritado:

- Você quer que eu dance? Eu danço pra você! Quer que eu tire a roupa como aqueles otários? Eu tiro porra! Eu e só eu! Ou você precisa daquela merda? Precisa ver aquilo?!

- Não! Claro que não, amor! Na verdade, é mais engraçado que excitante, foi só pela diversão da Susan.. - tento tocar seu rosto, mas ele segura minhas mãos antes que eu possa e me interrompe.

- Não me venha com essa, eu não sou idiota! - rosna tão perto de mim que seu fôlego bate na minha boca. Enquanto isso, continua segurando meus pulsos.

- Eu juro, não sabia pra onde íamos até estar quase chegando. Elas esconderam de mim porque sabiam que eu não iria querer participar. Além do mais, eu pensei em você quando assisti aquilo. - Isso é verdade e vocês aí sabem.

Ele parece quase acreditar, mas depois reclama outra vez:

- Não brinque comigo, porra, e não me subestime. Acha que eu sou burro? Assuma seus atos e vê se cresce. - ele diz isso com uma cara tão convencida que me faz perder a paciência.

Eu aqui tentando concertar as coisas e ele achando que é uma maldita disputa de quem mija mais longe?

Mas isso não vai ficar assim mesmo!

- Ah Eric, na moral? Para de exagerar e reclamar feito um velhote. - solto de forma insolente, revirando os olhos.

Eu sei, agora fodeu, mas não consegui me segurar.

Te Encontrei Quando Não Procurava - Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora