24 - Eric/Ravenna

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Point of View - Eric

Estou dormindo no sofá de conchinha, agarrado à Ravenna, quando sinto um leve cheiro que queimado.

Levanto rapidamente e ando rápido pra cozinha. Uma fumaça preta está saindo do forno e quando eu o abro, a mesma se espalha por toda a cozinha.

A pizza está preta e torrada, tenho certeza que se eu bater com isso na cabeça de alguém é traumatismo na certa.

A minha sorte é que a Marinha e todo o meu treinamento me fez ter um sono leve e um faro bem apurado, se não...

Bom, vamos dizer apenas que eu só cozinho bem quando Ravenna não está por perto.

E não precisamos entrar em detalhes sobre o motivo disso.

Volto pra sala e a encontro ainda em um sono pacífico no sofá.

Essa sim dorme feito uma pedra.

Eu me agacho ao seu lado e acaricio seus cabelos:

- Anjo, nosso jantar queimou. - ela suspira e se vira pra mim, adormecida - Na verdade, aquilo ali pode se passar por arma branca sem problema algum.

Ravenna abre um pequeno sorriso ainda com os olhos fechados.
Dou alguns selinhos na sua boca e pergunto:

- Quer sair pra jantar?

Agora ela desperta e me encara atentamente.

- E se alguém... - começa a se preocupar com sermos pegos, mas eu logo a tranquilizo.

- Conheço um lugar mais afastado. A comida e o ambiente são muito bons e eu tenho certeza que você vai gostar. Vai ser uma surpresa.

Ravenna me olha com um sorriso desconfiado por alguns segundos e depois concorda.

Eu a pego nos braços e vou com ela para o meu banheiro.

Depois de um banho bem tomado com muitas carícias, nós chegamos no restaurante que falei.

É em uma região tranquila do Brooklyn e quando Ravenna lê o nome pintado na entrada do lugar ela ri:

- "Miss Favela"? Você me trouxe em um restaurante brasileiro? Não acredito, Eric!

- Você gostou? - pergunto, preocupado se agradei com a minha escolha.

- Eu amei! - ela se vira pra mim e me abraça. - É bom lembrar da minha terra, sinto saudades.

- Foi o que imaginei, por isso escolhi esse lugar. Claro, por isso e porque aqui vende a famosa picanha de vocês.

Ela ri divertida e me puxa pela mão para entrar no lugar.

A decoração é quase toda em verde e amarelo e tem pequenas bandeiras penduradas na prateleira de bebidas no bar.

- Olha, Havaianas coladas no teto. - Ravenna aponta para os chinelos. - Já adorei!

O lugar está bem cheio, mas não avisto nenhum conhecido.

Eu escolho uma mesa um pouco mais para o fundo de uma maneira que tenhamos privacidade e que dê pra assistir a banda que está tocando ao vivo.

- O melhor lugar de Nova York, Eric! - diz, sentando na cadeira que eu puxei pra ela e observando os detalhes em volta.

O garçom logo chega para nos atender, muito simpático e com um forte sotaque.

- Pensei em pedir a picanha com uma guarnição. É sem dúvida o melhor prato daqui. - sugiro pra Ravenna e ela logo concorda.

O garçom se afasta e nós aguardamos, assistindo a banda tocar uma música bem brasileira, que eu acredito ser um samba.

Te Encontrei Quando Não Procurava - Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora