Três semanas se passaram voando. Chegamos no meio de Novembro com o tempo começando a ficar cada vez mais frio e as correrias de fim de ano cada vez maiores.
Os ensaios pra nossa apresentação estão tomando horas seguidas de todos os nossos dias, Dezembro está quase aí e a competição será logo no início.
Serão três dias de apresentações e uma apresentação por dia. Vinte equipes no total, primeiro eliminarão dez equipes, em seguida eliminarão cinco e por fim decidirão a primeira, segunda e terceira equipe colocada.
As coisas entre mim e Eric estão indo as mil maravilhas, mas ele está meio contrariado por não estarmos mais passando tanto tempo juntos.
Vai chegando o fim do ano e os trabalhos vão aumentando, a empresa dele recebe cada vez mais pedidos de serviço, seja por conta de políticos querendo mostrar serviço - mesmo que porco - através de comícios e palestras, ou seja por conta dos "homens do dinheiro" - como diz o Ekon - que querem fazer eventos beneficentes e mostrar toda sua singela caridade para com os mais necessitados.
Eric não tem paciência pra esse tipo de gente, mas como estão pagando e muito bem por sinal, ele apenas diz que faz parte dos negócios.
Eu passei todas, exatamente todas as noites no apartamento do Eric. Como quase não nos vemos durante o dia, ele me pediu pra, pelo menos, estar o esperando em casa quando chegar do trabalho.
Na grande maioria das vezes ele sai tarde da empresa e quando chega eu já estou na cama, no décimo sono. Eu tenho terminado o dia muito mais cansada que o normal, uma exaustão toma conta do meu corpo. Cochilo até em qualquer lugar que eu encosto e sinto certas tonturas e enjoos as vezes.
Acredito que isso tudo seja por conta da maratona de ensaios que estamos tendo, além da faculdade com as provas intermináveis e do trabalho na livraria. E pra somar, não tenho me alimentado direito, é tudo tão corrido que acabo comendo mal e fazendo poucas refeições.
Comecei a tomar algumas vitaminas pra ver se me ajudam a encontrar energia nos lugares mais improváveis, mas não comentei nada com Eric porque vocês o conhecem bem, o esporro seria enorme e a preocupação então... Capaz dele colocar todos os seus homens atrás de mim.
Quanto ao sexo, nem pensar. Posso dizer que estamos na época das vacas magras. Quem via - ou ouvia - a gente algumas semanas atrás não nos reconheceria agora.
Eric ainda tentou começar alguma coisa quente nos primeiros dias, mas eu apenas resmungava, virava para o outro lado e voltava a dormir, então ele parou de tentar e agora apenas me abraça e dorme também.
Tentei me desculpar, claro, e dizer que esses dias estavam exigindo demais de mim, sua resposta foi dizer que só minha presença e poder me sentir tão perto dele já são o suficiente.
Sei que não é bem assim, até porque ninguém merece ficar sem sexo, mas não posso negar a escola de samba que surgiu dentro do meu peito ao ouvir suas fofas palavras.
Enfim, depois de jantar a comida que eu deixo pronta dentro do microondas, ele apenas toma um banho e se aconchega comigo na cama. Esse é o único momento que ficamos juntos de verdade durante todo o dia.
Mas preciso confessar uma coisa que vem martelando na minha cabeça há alguns dias... Eu tenho medo que Eric vá procurar em outro lugar o que não está tendo dentro de casa.
Minha mãe sempre achou que havendo amor está tudo bem porque é o que importa. Já minha avó falava que é função da mulher satisfazer seu homem ou ele realmente vai procurar prazer fora de casa. Uma grande merda esse pensamento. Tudo bem que era coisa da época dela, eu sei, mas hoje em dia essa merda ainda existe e eu não consigo negar a apreensão que toma conta de mim.
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Te Encontrei Quando Não Procurava - Livro Um
RomansRavenna Garcia tem 19 anos, é brasileira e cursa Dança na Juilliard em Nova York, é orgulhosa e chegou aonde está com muita garra, trabalho duro e perseverança. Assim que começa seu segundo ano de faculdade, tem uma bela surpresa: seu professor da...