Te Encontrei Quando Não Procurava - Livro Um

06 - Eric

Meu apartamento é perto da Juilliard e minha academia de ginástica também.

Eu malho e continuo fazendo as aulas de boxe, jiu-jitsu e muay thai que já fazia antes de entrar para as Forças Armadas.

Quando tocar piano não é o suficiente para me relaxar eu me exercito dobrado.

Aqui esto eu agora, em plena quinta-feira batendo em um saco de pancadas há uma hora e meia.

Quarenta minutos a mais do que o normal pra mim.

Desde o início da semana eu já venho me exercitando ainda mais, mas hoje foi pior.

O por quê disso?
Simples: Ravenna.

Ravenna e sua boca atrevida e tentadora, seu corpo escultural, seus cabelos de ouro e seus olhos de caçadora.

Essa mulher não sai da minha cabeça.

Os dias foram difíceis.
As noites piores ainda.
Eu acordo sempre do mesmo jeito: suado e com o pau duro e pulsando.

Duas punhetas pensando na minha aluna não são o suficiente.

Devo confessar, eu já pensei em comer uma morena aqui da academia.

Ela é oferecida e tem um corpo maneiro, seria um serviço fácil, sem muito esforço.

Exatamente o que eu preciso: um alívio.

Um alívio pra me ajudar a tirar aquela perfeição loira da minha mente.

Infelizmente, só de olhar pra tal aluna daqui eu já perco o tesão.

Desde quando Eric Petrovich tão tem vontade de comer uma mulher gata e fácil?

Essas eram as minhas preferidas!

Porra, ela não tem a pele dourada, o rosto de feições sensuais e femininas, o corpo com as curvas e proporções certas pro meu gosto...

Ela não é aquela maldita loira insolente e isso está me deixando louco!

Segunda-feira, enquanto ajudava os alunos à corrigirem seus erros eu olhava pra ela o tempo inteiro, pensava nela...

Sentir seu cheiro de rosas me deixou em ponto de bala com o pau duro e desconfortável.

Tive que me afastar para me controlar.

Na segunda vez que fui até Ravenna, - depois de ter auxiliado Megan Phillips que ficou rindo, do quê eu ainda não sei, como uma idiota - ela me tratou fria e secamente sem eu nem ter feito nada.

Não entendi porra nenhuma.

E que merda foi aquela de pedir ajuda ao Brad?
Eu sou o professor aqui, caralho!
Não tem que ficar chamando nenhum marmanjo metido a Beethoven.

Isso me deixou puto!

Hoje Ravenna chegou cedo na aula.

Eu estava perdido em pensamentos, tocando uma música que eu tinha composto na noite - mal dormida - anterior.

Não notei sua presença logo de cara, mas quando senti um suave aroma de rosas percebi quem era.

Ela estava linda, como sempre.

Seus olhos mais astuciosos que o normal, estava tramando alguma coisa.

Eu me virei para tentar focar de volta na melodia, para tentar ignorá-la.