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- O que aconteceu Angel? Finalmente encontrou alguém a sua altura? - Melissa perguntou ironicamente, percebendo os machucados na filha.

A menina fez sinal positivo com a cabeça, e sorriu para a mãe, esta retribuiu, e a abraçou. - Mamãe ligou, talvez volte mês que vem e te mandou um beijo, Halley e Marcela também. Estão todos com saudades de você... Agora tenho que ir trabalhar, comporte-se minha anjinha marrenta. - Disse Melissa despedindo-se para ir ao trabalho.

Alicia ficou sozinha como de costume, foi para o quarto, pegou sua mochila e de dentro dela retirou um cigarro, essa era a hora que podia fumar em casa, já que a mãe não estava.

Ela escutou pequenos passos apressados, em frente ao quarto, então abriu a porta rapidamente, e nada viu. Então voltou, entrou novamente no quarto, fechando a porta, deitou-se na cama. Alguns segundos depois, a porta abriu-se devagar, assustou- se, pois poderia ser um assaltante, encolheu-se na cama, quando rapidamente a porta fechou-se, fazendo um grande barulho.

- Droga... - Com o susto da batida, queimou-se com o cigarro, então o apagou, foi até o banheiro e o jogou no lixo. - Devo estar enlouquecendo de verdade.

Não era a primeira vez que isso acontecia, ela costumava ver e ouvir coisas a qual não sabia se era real ou imaginário, ter os mesmos sonhos quase todas as noites, porém ultimamente ocorria com mais frequência.

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Era mais uma manhã de aula qualquer, Alicia estava sentada na última cadeira, sem falar com nenhum colega de sala de aula, lia livros, escrevia, fazia qualquer coisa, menos concentrar- se na aula, não por que queria, mas porque não conseguia. Sem pedir licença ao professor, como de costume, saiu da aula, e foi até ao banheiro. Ao entrar viu a menina novata, a qual tinham brigado dias antes, estava enfrente a pia, chorando.

- Se está querendo se matar, está fazendo errado. - Disse Alicia para a menina, que estava com uma gilete cortando os próprios pulsos, o sangue pintava toda a pia. - Corte na vertical, não conseguem costurar... - Completou.

A menina apenas a olhou, ela saiu, fechou a porta, deixando a novata sozinha no banheiro. E segundos depois retornou.

- Você veio me dar mais dicas, de maneiras para eu me matar? - A menina perguntou ironicamente.

- Não... Meu nome é Alicia Angel... Você quer um cigarro? - A menina fez sinal positivo com a cabeça, então ambas silenciosamente começaram a fumar, sem pelo menos olhar uma para a outra.

- Não conta para ninguém que me viu fazendo isso, por favor. - A novata interrompeu o silêncio.

- Você não é nem um pouco educada, nem agradeceu pelo cigarro, e nem falou o seu nome.

- Luísa... E obrigada pelo cigarro. - Ela disse, estendendo a mão para Alicia, que percebeu vários cortes em seu pulso, Luísa ficou sem jeito e soltou sua mão, baixando a cabeça.

Alicia que estava usando várias pulseiras no braço, retirou- as, deixando a mostra para a menina, vários cortes em seus pulsos - Não tenho motivo nenhum para te julgar.

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Obrigada por ler anjos, abraços fraternos e fui...


Ao nascer da lua cheia (O Livro de Angel 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora