A empregada doméstica rodava por toda a casa a procura de Isabella para lhe dar banho, mas não havia nem sinal da menina, chama-la não adiantava, pois ela nunca a respondia, por mais que tivesse próxima dela, a única pessoa a qual a menina trocava palavras era com a irmã.
Ela foi até o quarto de Luísa com esperança de encontra-la, mas também não estava, ambas começaram a preocuparem-se e juntas foram procura-la. Decidiram procurar fora da casa, pois a menina adorava flores, andaram por todo o jardim, mas também foi inútil.
Até que avistaram uma casa velha no final do jardim, parecia acabada, a metade do telhado já havia caído, a pintura feia, e janelas arrancadas, se tocassem na porta cairia facilmente.
Elas olharam pela janela, finalmente a encontraram, Isa estava sentada em uma velha cadeira, lápis de colorir e papeis espalhados pela mesinha empoeirada, parecia conversar com alguém a seu lado enquanto coloria um desenho, mas a cadeira estava vazia, havia apenas ela.
Elas empurraram a velha porta, que facilmente caiu de tão desgastada, a menina apenas as olhou, não parecia ter se assustado, e voltou a desenhar.
- Você conhecia esse lugar Gil? – Luísa perguntou a empregada.
- Pensei que já haviam destruído... Querida como você achou esse lugar? – Ela perguntou direcionado-se a Isa, que a ignorou.
- Não adianta, ela não vai te responder... E nem você me respondeu.
- O jardineiro que cuidava do jardim costumava a ficar aqui. Há alguns anos atrás... Agora vamos voltar para a casa, e nem voltem aqui, seus pais não devem saber que vocês vieram a esse lugar. - Elas juntaram os lápis e os papeis e retornaram para casa.
- Fiz esse desenho para Angel, me leva até a casa dela. – Isabella segurava uma folha dobrada.
Gil entrou no quarto, iria passear com a menina, porém Isa não queria, sem falar nada abraçou a irmã, fazendo sinal negativo com a cabeça.
- Só uma curiosidade... Ela é muda mesmo? – Gil perguntou surpresa.
Luísa a explicou que não, e disse-a que ela mesma levaria a irmã para passear, então a levou para casa de Alicia.
A menina sentiu-se a vontade, não era qualquer casa que ela sentia-se assim, nem na sua própria residência. Coversou com Melissa enquanto as meninas faziam brigadeiro. Sorriu bastante, o que era também de admiração, pois dificilmente dava um sorriso.
- Tenho uma coisa para te entregar Angel. – Isa disse enquanto saboreava pipocas com brigadeiro, ela tirou o desenho do bolso e a entregou.
Alicia observou o desenho, tentou entender, mas conseguiu ver apenas riscos coloridos. Mesmo sem entender elogiou a pintura da menina e a agradeceu
*** *** ***
- Moça me dar dinheiro para eu comprar um pedaço de pão, estou com fome. – Um menininho sujo pedia dinheiro pelas ruas, Luísa nem lhe deu atenção, uma jovem que passava, o lhe entregou algumas moedas.
- Afaste-se de mim moleque – Luísa disse-o.
A jovem a ignorou, dizendo-lhe que ás vezes Jesus se disfarçava de mendigo na rua para testar a bondade das pessoas.
- Charlatões também enganam idiotas pedindo esmolas nas ruas, ou exploram crianças inocentes, ao invés de trabalhar... E não me importo se esse cara teste bondade das ruas, perda de tempo dele, pois é raro bondade entre os homens. Se é que Ele exista mesmo ou é tão bondoso como quer que idiotas como você acreditem.
A jovem ficou admirada com as palavras dela, sentiu pena e raiva ao mesmo tempo, porém nada falou, retirando-se, ao longe viu o menino sentado, devorando um pedaço de pão.
Seu celular começou a tocar, porém quando viu que a ligação era de seu pai ignorou, depois de várias tentativas atendeu, perguntou onde ela estava, respondeu apenas que estava no inferno e desligou.
Nas bancas, via estampado nas capas de revistas e jornais, fotos dela com os pais e a irmã, teatro de família perfeita, pensava ela. Ela gostava em seus momentos de tristeza caminhar sem direção pelas ruas, como já estava sentindo-se melhor, decidiu voltar para casa.
Gil a recebeu na porta da sala aflita. - Onde você estava menina? Seu pai está furioso...
- Estão discutindo de novo? Grande novidade... - Ela respondeu indiferente. Vozes alteradas e barulho de objetos sendo quebrados eram tudo que conseguiam escutar. – Onde está minha irmã?
Gil a levou para cozinha, Isabella estava lá, chorava desesperadamente, ao ver a irmã, levantou-se depressa da cadeira e a abraçou, Luísa a pegou no colo a consolando, enquanto ela chorava cada vez mais.
*** *** ***
Era intervalo, Alicia estava afastada de todos os alunos, em um canto nos fundos da escola, parecia que estava chorando.
- Te procurei em todos os lugares... Por que está chorando?
- Só queria ficar um pouco sozinha. – Ela respondeu limpando as lágrimas. – Qual o motivo de ter tentado erroneamente se matar de novo? – Perguntou percebendo cortes recentes na amiga.
- Minha vida é uma droga... – Ela respondeu sentando-se ao lado de Alicia. – Ontem ele a agrediu, deviam se separar logo, seria tão mais fácil ao invés de pousarem de família feliz diante da sociedade.
Um garoto se aproximava delas, entregando algo à Alicia e saindo em seguida.
- Falando em drogas... Aceita?
- Não sabia que você usava maconha. – Disse Luísa aceitando.
- Só quando estou muito agitada.
As duas fumavam em silêncio até que Alicia se aproximou de Luísa, e inesperadamente lhe deu um beijo em sua boca.
- Por que fez isso? – Luísa perguntou surpresa.
- Não sei só sentir vontade. – Dizendo isso, retirou-se, a deixando sozinha.
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Olá meus anjos... final do capítulo postado.... peço desculpas a uma leitora especial por não ter postado ontem como prometi, né AminaValdez ? kkkkkk ... Estou recompensando aq....
Obrigada a todos por estarem acompanhando essa história... abraços fraternos e fui..
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Ao nascer da lua cheia (O Livro de Angel 2)
FantasíaAngel está de volta, com novas aventuras, dessa vez ao lado de novos amigos visíveis e invisíveis... Encarando o natural e o sobrenatural... "Ao nascer da lua cheia" vem para mostrar que nem tudo que parece é, que é possível realizar sonhos, se real...