O pouso do avião

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Já é final da tarde e meu avião começa a pousar, ele ainda está na pista inda muito rápido antes de parar,desligo a música do meu celular e ao olhar para o lado vejo o garoto pelo qual estou apaixonada, ele parece assustado, será que tem medo dos finais dos vôos? Sua mão começa desesperadamente a apertar o braço da cadeira, seus dedos imploram por outra mão para que possam entrelaçar seus dedos nela, seu corpo trêmulo implora por um abraço e alguém para acalma-lo dizendo:
-Está tudo bem, eu estou aqui.
Meus dedos poderiam entrelaçar nos dele, eu poderia dar seu abraço e dizer "está tudo bem, eu estou aqui", eu sou a pessoa certa para isso, mas não posso.
Não posso simplesmente por ele não ser Max, não ser o filho do dono na qual meu pai trabalha e nem por ele não ser o meu futuro marido, na visão do meu pai que deseja que seja Max, que vai me dar filhos loiros e eu ficarei com toda sua riqueza. Minha família depende do meu casamento com Max, e isso me impede de ser feliz. Será que devo viver apenas para agradá-la? Talvez esse seja o certo a fazer.
O avião para e após o comandante autorizar, uma fila enorme fica em pé no avião com suas malas, crianças e sacos de compras em lojas chiques, então perco o garoto de vista. Parece que perdi minhas chances de mudar meu futuro e o amor da minha vida.
Eu e Max descemos as escadas do avião que nos levam até o chão do aeroporto onde ficam todos os outros automóveis enquanto minha família segue atrás. Nós descemos rápido, eu digo para ele que desejo pegar as malas logo, mas na verdade desejo encontrar o garoto novamente. Apenas mais uma vez...
Estamos onde pegamos as malas, mas eu não o vejo. Onde está o garoto? Onde ele mora? Quem é ele? São perguntas que faço enquanto vou para o carro que Max acabou de comprar enquanto minha família vai em outro.
Eu e Max já avisamos aos meus pais que iriamos visitar a cidade antes de eu ir para meu apartamento e Max ir para o dele.
Após ele parar o carro num parque, nós saímos do carro e sentamos na grama para olhar a paisagem. Max faz carinho nos meus cabelos e após aproximar nossos rostos ele me beija.
Não sinto vontade nenhuma de beijá-lo, então eu afasto nossas línguas e rostos e digo para ele que estou com muito frio.
-Tudo bem, amor. Vou pegar uma jaqueta para você.
Diz ele enquanto se levanta e procura a tal jaqueta.
Max volta e quando eu percebo a jaqueta diferente, pergunto:
-Max, de quem é esta jaqueta?
-É sua, um garoto ruivo do avião entregou-a pra mim e disse-me que você havia deixado-a cair junto com algum papel que encontra-se em seu bolso esquerdo.
Responde ele enquanto veste a jaqueta em mim.
Logo percebo e lembro da jaqueta que o garoto estava vestido, era essa a jaqueta. Ele havia deixado-a para mim, mas por quê? Talvez minhas chances com ele não tenham se acabado e ele lembra de mim.
-ISSO! ELE LEMBRA DE MIM!
Digo na minha mente enquanto saltito no meu interior.
Meu coração dispara e meu corpo começa a transpirar quando lembro que Max me disse que havia um papel no meu bolso, o que será que há nele?
Minha mão treme enquanto retiro-o do bolso e meus olhos desejam lacrimejar de alegria quando estou prestes a abri-lo.

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