A manhã fria

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-Nina, você quer sair comigo?
Pergunto e sento na cama ao lado dela em seguida.
-Claro, eu adoraria!
Nina dá um sorriso.
Seu sorriso brilha como diamantes ao Sol.
Combinamos em nos arrumarmos e sairmos às 2:00. Penso em comunicar a Matt, porém ele já saiu.
Vou para meu quarto e abro o guarda-roupa. Lembro da primeira vez que fiz esse ato e me deparei com essas lindas roupas que Matt me deu.
No fim, escolho um vestido curto floral. Acho que neste vestido meus cabelos pretos e meus olhos azuis-esverdeados se destacam.
Chamo Nina e saímos andando na rua. Ela parece feliz, observa cada canto e cada paisagem da rua, lembro de um local que gostaria de ir com ela e a levo até lá.
-Oh meu Deus, maninha! Vamos para o balanço!
Diz Nina quando chegamos no parque que frequentávamos quando éramos crianças.
Nina corre para trás do balanço e eu sento nele. O balanço continua o mesmo. Coloco minhas mãos na corda que segura o balanço, olho para Nina e digo:
-Vamos, balance-me!
Nina começa a me balançar enquanti ri e lembra dos nossos momentos.
Ficamos muito tempo no balanço até que ela para de me balançar, fica em minha frente e diz para mim:
-Eu te amo, maninha.
Dou um abraço apertado nela e depois saímos andando de mãos dadas.
Paramos em outro parque, e desta vez tomo a iniciativa, deito-me na sombra de uma árvore, num jardim de flores roxas e olho para o céu.
Nina deita ao meu lado e faz o mesmo. Sinto as flores e o vento balançando meu cabelo.
Vejo o Sol brilhando, como uma forma de encantar a Lua, e imagino as nuvens presenciando o momento da declaração de amor.
Minhas mãos estão no chão, abertas, e sinto algo familiar nela. Olho para baixo e vejo que Nina colocou meu celular lá.
-Eu o peguei assim que você fugiu.
Nina diz enquanto olha pra mim.
-Valeu, senti falta dele.
Agradeci juntamente com um sorriso.
Coloco o celular no bolso e me desligo do mundo, apenas fechando os olhos.
Acordo em outro local, porém familiar. Estou deitada na cama da casa de Matt, percebo ao ver o quarto, suas decorações e a cor do lençol.
Imagino como cheguei até aqui.
Viro para o lado e vejo fios ruivos, percebo que é Matt. Me aproximo e o abraço. O olho magnífico dele se abre, parece que a cada dia ele brilha ainda mais, como é bom dar de cara com essa constelação.
-Bom dia, princesa.
Matt diz e me dá um beijo molhado na bochecha em seguida.
É bom sentir seus lábios em mim, sorrio e retribuo com outro "bom dia".
-Onde está Nina?
Pergunto enquanto retiro o cobertor sobre nossos corpos.
-Eu achei vocês no parque e coloquei as duas em suas camas.
Matt levanta da cama e vai em direção a cozinha para cozinhar algo para todo mundo.
Ando nas pontas dos pés até o quarto de Nina, o chão está frio assim como o ambiente. Os céus parecem tristes, será que algo está por vir? Que sensação horrível.
Abro a porta e vejo seu corpo de baixo dos lençóis, parece dormir tão quieta, nunca a vi assim.
Sento ao seu lado e digo enquamto sorrio:
-Bom dia, bela adormecida! Vamos passear hoje?
Olho para cada mobília do quarto e brinco com os dedos esperando sua resposta, porém não houve nenhuma reação.
Retiro o lençol de sua cabeça e me assusto. O formato do corpo que eu estava vendo era feito de travesseiros. Travesseiros propositalmente colocados ali para dar essa impressão.
Olho em cima de um criado-mudo uma carta com meu nome. Abro-a, a carta parece molhada pelas possíveis lágrimas de Nina ao escrevê-la. Leio:
Analua, me encontre no aeroporto da cidade. Estou te aguardando, venha sem demora, por favor.
-Matt, vou ter que sair.
Digo depois de ter colocado um casaco muito quente junto com cachecóis.
-Analu-
Bato a porta antes de Matt terminar sua frase e corro o mais rápido possível até um ponto de táxi.
Logo um táxi para e entro em seu carro.
-Para o aeroporto, por favor.
Digo apressada.
Olho para a janela no caminho e penso porque Nina saiu de casa sem me avisar.
O trânsito está um inferno, o carro do táxi para num engarrafamento. Não tenho tempo para engarrafamentos, entrego o dinheiro ao táxi, e sem falar nada abro a porta e vou para a calçada.
O engarrafamento é perto do aeroporto, será mais fácil chegar lá. Corro depressa no clima frio e tenso da manhã até o local.
Entro no aeroporto e continuo correndo a procura de Nina, sem descansar, olho em cada canto, para cada pessoa, estou desesperada.
Não consigo imaginar o que deve estar acontecendo com ela, ficamos tanto tempo sem nos falarmos, agora ela volta e foge novamente.
Mesmo com pouco tempo me acostumei com a presença de Nina, parece tão estranho ficar sem ela.

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