A tortura

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Sinto um peso em meu colo, é isso o que me faz acordar. Abro meus olhos e vejo que ainda estou amarrada na cadeira, queria que tudo tivesse sido um sonho.

O peso no meu colo é de um objeto frio e familiar, com um tipo de relógio, logo percebo que é uma outra bomba. Limpo a garganta num gesto desesperado.
Olho para cima, mordendo o lábio inferior, e encontro Max olhando nos meus olhos.
-É assim que pretende me matar também?- pergunto corajosa, me referindo à bomba.
Ele sorri maliciosamente e diz aproximando seu rosto do meu:
-Claro que não, meu amor. A bomba foi apena um aviso do que eu posso fazer, quem vai te matar é você mesma.
Franzo as sombrancelas, do que diabos ele está falando?
Eu estou sendo torturada, talvez seja uma previsão bem provável de acontecer.
Os dias naquela tortura parecem intermináveis. Dias sentada na cadeira dura e desconfortável com as mãos e pés amarrados. As vezes eu recebia as visitas nada agradáveis de Max, mas as vezes não.
Nesses dias eu comia uma refeição da pior qualidade, feita pelos seus empregados.
À noite, a sala ficava escura e fria, Max parecia cada vez mais louco, eu recebo punições dolorosas, estou sendo queimada, violentada e machucada emocionalmente. Sinto saudade do corpo de Matt no meu, dos seus abraços calorosos e beijos molhados. Eu queria ver Nina também, eu a perdi uma vez e a reencontrei, agora a perdi novamente.
Parece que todos estão desaparecendo da minha vida, um por um, meus pais, Nina, agora o abrigo...
Já cansei de chorar, não tenho mais forças para isso, preciso poupar a força que resta.
A porta se abre e eu vejo um dos empregados de Max para minha refeição, ontem eu recebi uma folha de alface para o dia inteiro.
Emagreci muito desde que cheguei aqui, dá para contar facilmente minhas costelas.
Como dois biscoitos. Meu estômago ainda ronca muito, estou sangrando e as marcas de tom roxo tomam conta do meu corpo. Não sei quanto tempo vou aguentar isso.
-MAX!-grito enquanto tento me balançar na cadeira, a porta pode estar fechada, mas existem câmeras na sala. Preciso falar com ele.
Um tempo se passa, a porta se abre eu vejo Max com um macacão amarelo. Ele sorri e diz:
-Olá, Analua. Sorria, você brevemente estará livre.- ele limpa a garganta. Como assim livre? Essa palavra ecoa na minha mente confusa. Ele continua- ...livre de um mundo onde existam as pessoas daquele abrigo. Principalmente aquele ruivinho chato.
Ruivinho... MATT!
-NÃO TOQUE NELE!- Não penso, apenas grito.
-Então ele é especial para você?-Max senta em meu colo, ele pesa mais do que eu lembrava, principalmente porque estou fraca devido à falta de alimentos.
-Ele é a coisa mais especial da minha vida.-Confesso. Nunca amei ninguém como eu amo Matt.
Os olhos de Max se arregalam, suas sobrancelhas se franzem e ele morde o lábio. Parece suar, segurar lágrimas.
Por fim, ele se levanta e faz um gesto com as mãos para seus empregados.
A tortura começou.

Autora: "Leitores, perdão pela demora, percebi que poucos estavam lendo meus capítulos por causa das férias.
Analua também tirou férias, porém, Pronta Para Amar voltou! Com capítulos maravilhosos.
-Giovanna Paola

Pronta para amarOnde histórias criam vida. Descubra agora