A casa

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Abro os olhos após meu desmaio. Eu devo ter desmaiado, não lembro bem.
Parece que minha posição mudou, ao invés de estar sentada, estou deitada numa cama confortável.
Estou em um castelo, eu diria, mas eu reconheço este lugar, é a casa de Max.
Sinto um calafrio correndo por todo o meu corpo, estou num vestido roxo-açaí, levanto-me e olho em volta, esse seria nosso quarto se nos casássemos.
Saio do quarto e vou para a sala, continua a mesma, exceto o fato de ter um cortina dourada numa parede.
-Bonita sua casa, não?
Ouço a voz de Max e viro-me para trás. Onde ela se encontra.
Fico em silêncio enquanto ele me envolve em sues braços, estou imóvel.
-Por que me trouxe aqui?- pergunto friamente
-Porque você é a minha esposa agora.
Olho para minha mão, algo brilha em meu dedo anelar, um anel.
-Não sou sua esposa e nunca serei!-aproximo meu rosto do dele e movo minha mão para um tapa certeiro.
Porém ele a segura, e me beija, puxando meu corpo, de maneira grosseira, para perto do seu. Põe suas mãos em minha cintura e a aperta com força, dando-me mais beijos.
Tento me afastar, e em seguida, ouço uma voz familiar:
-ANALUAAAAA!
Max me solta e eu me viro e vejo a cortina aberta, Matt está lá! Atrás de grades.
Ele arregala os olhos, bate com suas mãos na grade e grita meu nome mais vezes.
Corro em sua direção, minhas pernas doem ainda, mas eu forço a corrida, mesmo estando devagar.
Sinto um obstáculo, é o pé de Max impedindo minha ação de correr.
Meu pé bate na perna e meu corpo cai no chão. Solto um gemido, a dor de uma queda parece ter triplicado depois das torturas.
Matt grita meu nome novamente, porém Max o interrompe, ordenando para mim:
-Levante-se.
Faço força para levantar, tudo gira e eu estou mais fraca, meu corpo balança e Max me segura, não me deixando cair.
A cortina se fecha e Matt se silencia, o que deve acontecer atrás daquela cortina? O que Matt deve estar passando?
-Por que ele está aqui, Max? Por quê?-pergunto aos prantos.
-Como um tolo, ele foi pego nas ruas, te procurando. Como ousa procurar a minha esposa?
"Minha esposa", não sou esposa de ninguém. Olho mais ao redor e vejo uma novidade na sala, a porta de entrada está aberta. Planejo uma fuga, mas e Matt? Não iria deixá-lo aqui.
-Por que deixou a porta aberta?-pergunto.
-Ora, Analua. Nós dois sabemos que independente de uma porta aberta ou não, você está presa. Sei que não sairia sem o idiota, e se saísse, ele morreria.
Limpo a garganta, estou presa aqui. Matt também, quero reverter isso, mas como? Não o deixaria sozinho aqui por nada.
-Então enquanto eu estiver aqui, ele vive?
-Podemos dizer que sim, você está começando a entender.
É como um trato, eu fico aqui e Matt fica vivo.
-Faça minha comida, ande.-Max diz para mim.
Levanto-me, menos tonta, e ando em direção à cozinha. Não posso tentar matá-lo com comida estragada, é tudo da melhor qualidade aqui.
Faço um bolo de chocolate, eu devo agradá-lo, a vida de Matt está em suas mãos.

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