O novo abrigo

57 6 2
                                    

Acordo e ainda vejo o abrigo ao meu redor, sento-me e procuro Matt, ele não está ao meu lado.
-Matt?
Pergunto para saber onde ele se encontra.
Olho ainda mais o ambiente.
-MATT?
Grito.
Não ouço mais nenhum ruído, apenas uma respiração, a minha. O ambiente está totalmente calmo, Matt não se encontra aqui.
Retiro rapidamente os cobertores sobre o meu corpo. Levanto-me e percebo que a porta do abrigo está aberta, Matt deve ter saído, mas ele estava sozinho no meio dessas bombas, será que ele está bem?
Tento sair pela porta que se encontra bem acima da minha cabeça, sou baixa e isso parece quase impossível.
Pulo e me agarro na porta, sustento meu peso e faço força para sair do abrigo e chegar no solo. Uma lágrima escorre do meu rosto, faço muita força, meu rosto e principalmente bochechas se avermelham muito até que consigo fazer força suficiente nos meus braços para sair.
Estou cansada, mas corro e o procuro no que sobrou de sua casa.
-MATT!
Não ouço respostas, parto para a rua sem vida.
Paredes, móveis,cadáveres e dor é tudo que vejo naquele cenário abalado e destruido pelas bombas.
Corro descalça num mundo sem chão.
-MATT!
Minha garganta dói, estou forçando minha voz.
Imagino tantas coisas, o que deve ter acontecido com Matt?
Vejo num beco uma mulher de cabelos azuis, ela está viva. Atravesso a rua que nos separa e corro para seu ládo.
-V-você sabe onde está Matt?
Pergunto com a respiração ofegante, usei muito o meu corpo.
-Matt? Como seria este Matt?
-Bem.. Ele tem cabelos ruivos, olhos castanhos, uma boca carnuda, ele é branco, tem um corpo bem definido e-
-Ah!-sou interrompida pela moça- Ele está por aqui, venha.
A moça me leva para de trás do beco, é uma rua sem saída.
Vejo Matt e seus cabelos ruivos, nada neste dia parece brilhar, mas o seu cabelo me fez mudar totalmente de ideia.
Matt leva nos braços uma senhora ferida em direção à uma casa.
Corro até ele.
-Matt!
Grito ao me aproximar um pouco mais.
-Analua?!
Matt vira o rosto e diz no seu tom baixo e doce de sempre.
Ainda segurando a senhora nos braços ele diz que volta depois de resolver alguns problemas.
Não entendo o que Matt foi fazer e não fui convidada para entrar na casa que se encontra quase toda destruída.
-Matt é um bom rapaz.
Ouço uma voz vinda por trás de mim falar.
Viro-me e vejo a moça dos cabelos tingidos de azul, sua boca é carnuda, ela tem olhos verdes, um corpo moreno e magro, seus seios são bem volumosos e ela tem um quadril perfeito.
-Ele veio hoje de manhã procurar pessoas para ajudar e descobriu que nosso abrigo é enorme e está cheio de pessoas que precisam de ajuda e foram resgatadas por nós.-ela completa- então Matt com sua força levou sacos com remédios e comidas que guardávamos em casa para o abrigo, nos ajudando a ajudar pessoas.
-Matt é realmente um ótimo rapaz, disso eu sei bem.
Confirmo com um sorriso.
-Oferecemos um lugar no abrigo para ele, e como ele é um ótimo rapaz oferecemos para seus familiares.
Sinto a presença de Matt e vejo que ele já havia chegado antes dessa fala da moça.
-Apenas familiares?
Pergunto para confirmar.
-Sim, apenas para familiares.
Matt observa a cena calado, segura minha mão e já se prepara para sairmos, pois só somos apenas amigos e não temos nenhum laço familiar.
-Sou a irmã dele.
Matt se surpreende soltando minha mão.
-Então seja bem-vinda ao nosso abrigo.
A moça me dá as boas vindas e pergunta para Matt:
-Matt, por que não entra e vê no que pode ajudar? Eu farei questão de mostrar para sua irmã o lugar.
-Certo! -Matt responde e dá mais um de seus sorrisos, seu olhar é de cansado agora, mas seu sorriso continua brilhando como sempre.
Matt vira-se de costas para nós e volta ao seu trabalho.
-Vamos, garota.
Chegamos no abrigo, diferente do de Matt ele é enorme e tem escadas, o que facilita muito a entrada e a saída.
Descemos as escadas e chegamos no subterrâneo, ele é bem organizado, a moça me mostra tudo, vejo onde fica a cozinha, o refeitório, onde ficam as pessoas doentes e onde são os quartos das pessoas sadias.
-Bem, esse é o nosso abrigo, pode ficar a vontade para explorar ou ajudar mais pessoas.
Ela diz por fim.
A moça vira-se e anda até seu posto.

Pronta para amarOnde histórias criam vida. Descubra agora