Love And Fear

Capítulo 2 - Beetlejuice

* ANTERIORMENTE EM LOVE AND FEAR *

- Cara, como não percebi antes. o paletó...

- Você estava com despersonalização. - Bradley riu.

- Beetlejuice.

Sophie Miller

            - Isso. Você conhece?

            - Claro. Onde acha que eu moro? Numa caverna?

            - Você não aparenta ter mais que 20.

            - Tenho 21. – sorri.

            - Ah. É bem difícil alguém que tenha menos de 25 anos conhecer.

            - Ah, claro, e você deve ter uns 30.

            - Quase isso. 29.

            Oh, mais velho. Não aguento mais os meninos de minha idade; são os mesmos lesados que só querem saber de farra e não te convida para jantar com os pais dele. Espero que Brad seja solteiro.

            A porta foi aberta e meu olhar se desviou de Brad a ela.

            Congelei. Novamente a peruca roxa se mostrou em minha frente e o palhaço se aproximou.

            Senti minha boca ficando seca e lutei para não fechar os olhos e parecer fraca mais uma vez.

            Eu tentava fazer com que meus olhos se virassem para outro lugar, mas ele continuava vidrado nas roupas e na maquiagem pesada.

            Nos ataques de pânico, não ouço quase nada além de murmúrios e palavras soltas enquanto olho o escuro.

            - Sean... Favor... Água... Sai.

            O som estrondoso da porta sendo fechada ecoou pelo banheiro e uma voz suave veio a seguir.

            - Sophie... Sou eu. Brad.

            Queria abrir os olhos, mas não conseguia. Gostaria de poder falar algo.

            - "Tem problema com os vivos? Tem gente se metendo na sua casa? Eles estão aborrecendo vocês? Querem se livrar deles? Então venha pra cá me procurar." – Brad começou a interpretar Beetlejuice. – "Vocês não vão se arrepender, pode crer. Sim, senhor. Dê u pulinho aqui e eu vou explicar. Eu atendo todo mundo. Eu aplico o velho golpe. O amigo aqui fará qualquer coisa para resolver seus problemas." – abri meus olhos, e ele continuou com o sorriso formado recentemente ao ver meus olhos. – "Eu posso acabar com os intrusos. YHUL. Eu tenho solução para todos os males. Venha aqui, agora. Venha aqui me procurar. E se você vier agora, grátis libertarei os demônios em cada exorcismo. Você não vai perder vai? Dê um pulo aqui hoje mesmo. Tenho aqui serpentes encantadas. Tenho de tudo, não é problema nenhum".

            Eu estava rindo, novamente ele conseguiu me distrair facilmente.

            - "Diga uma vez, diga a segunda, a terceira é a magia. E lembre-se:" – ele fez uma pausa e depois começou a cantar e dançar como se estivesse num rodeio. – "Só eu vou poder ajudar vocês. Só eu sou capaz de tudo. Apareçam aqui e vocês vão saber". – e pra finalizar ainda fez um sonzinho esquisito.

            Sorri e ele soltou um gritinho de caubói. E eu ri mais.

            - Obrigada. – eu não conseguia parar de sorrir. – Beetlejuice.

            - Novamente.

            - Beetlejuice.

            - Mais uma vez e veja a magia.

            - Beetlejuice.

            - Jump in the line, rock your body on top. – ele cantou uma parte do refrão de Shake Senora.

            - Okay, i believe you. – respondi e ri junto com ele.

            Ele desabotoou o paletó, pegou o copo de água que jazia no balcão e sentou ao meu lado.

            - Aqui. Seu namorado trouxe para você, mas não pôde ficar.

            - Mas... Eu não tenho namorado. – bebi um pouco da água, talvez o copo todo.

            - O de peruca roxa...

            - O palhaço é meu namorado?

            - Sean.

            - Sean Greenwood? Ele é meu ex.

            - É que ele falou... Enquanto eu te socorria.

            - Não. Não. Não mais. – desmenti rapidamente.

            - Por que acabou?

            - Ele não quis me levar para conhecer os pais dele. Já fazia um ano, e eu não queria ficar em um relacionamento que só eu levasse a sério.

            - Ah sim. Bom, tecnicamente, você conheceu um pouco da família dele.

            - Quê?

 

            - Eu sou o irmão do palhaço. – ele riu.