Capítulo 13 - Me Iludindo?

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Em quinze minutos, ou até menos que isso, já estávamos no estacionamento do hospital. Eu respirei fundo por alguns segundos assim que desci da moto e comecei a olhar o céu, na tentativa de conter algumas lágrimas e não transparecer ainda mais a minha apreensão.

— Me promete que vai ser forte, independente do que acontecer? — Tiago perguntou quando desceu de sua moto e veio até mim. Por mais que eu sabia que não iria cumprir isso, eu concordei, e seguimos andando até a sala de espera que era onde meus pais estavam.

— Filha! — minha mãe exclamou entre lágrimas e correu para me abraçar assim que viu entrar.

— Mãe, o que está acontecendo? — questionei. — Como o Gustavo está?

— O médico vai te deixar ver ele assim que voltar aqui.

Nesse momento meu coração já estava apertado e se preparando para ouvir as péssimas notícias que haviam de vir pela frente.

— Você não vai me falar nada, não é?

— Oi, Tiago — minha mãe o cumprimentou enquanto abraçava-o, totalmente me ignorando. Saí dalí indignada, para me sentar ao lado do meu pai, talvez ele me dê atenção, talvez.
Graças aos céus, nem a Maya, nem os pais do Gustavo estavam alí para me jogar mil e uma pedras.

— Oi, pai — apoiei minha cabeça em seu ombro.

— Oi filha, como você está? — meu pai disse. Ao contrário da minha mãe, ele estava calmo.

— Nada bem.

— É a sua mãe não é?

— Sim, ela tá me deixando mais do que preocupada.

— Não precisa se preocupar… Ah!… O médico está vindo — anunciou.

— Ela é a Eduarda? — o mesmo perguntou.

— Sim, sou eu.

— Me acompanhe, por favor — o médico caminhou para a mesma direção em que acabara de voltar sem mais nem menos, mas não hesitei sem antes olhar confusa para o meu pai. No entanto, minha mãe continuava no mesmo lugar e ainda por cima conversando com o Tiago. Enquanto eu caminhava com o doutor e só o que via eram portas e mais portas fechadas, finalmente entramos em uma delas, ou melhor, só eu entrei, o médico não, apenas fechou a porta, me deixando sozinha com o Gustavo.

Gus estava deitado em uma cama. Caminhei devagar até ela. Seus olhos estavam fechados, e ele respirava bem baixinho, com cabelos levemente bagunçados de uma forma encantadora.

Coloquei levemente uma de minhas mãos sobre o seu rosto, que me aliviou por tocar sua face e a mesma estar quente. Isso é um bom sinal, eu acho.

Ao perceber o meu toque…

Seus olhos se abriram…

E sem demora, encontraram os meus.

Ele sorriu, com dificuldade. Um sorriso lindo, que deixava a mostra seus dentes tão brancos quanto a neve.

Talvez estivesse com dores. Isso me dói também.

Mas não deixei de retribuir seu sorriso.

— Duda... — ele disse e meus olhos se marejaram, ficando repletos de lágrimas, mas dessa vez, de alegria. Alegria por vê-lo bem, já que eu não imaginava que ele pudesse ficar bem.

— Como você está?

— Tô melhorando... Eu acho — com uma certa dificuldade, ele se assentou na cama. Minha vontade era de abraçá-lo fortemente e dizer o quão culpada eu estava me sentindo, porém, eu tive que tirar minhas dúvidas, talvez por medo, de que Gustavo viesse a pensar como a mãe dele a respeito do acidente.

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