Quando minha mãe dizia que um dia amaria alguém mais que a mim mesma, nunca pensei que isso tivesse um significado tão literal. Há sete anos descobri que isso era totalmente verdade no momento que fiquei sabendo que estava grávida de Sophie, agora olhando o álbum de fotografias voltei a lembrar o quanto foi difícil àquela época, tinha dezessete anos, acabara de ser aceita em uma faculdade na Bélgica para cursar Arquitetura e pretendia não contar para o pai do meu bebê.
Pensei que meus pais ficariam extremamente zangados comigo, e realmente ficaram quando contei, meu papai ficou três dias inteiros sem falar comigo, mas lembro-me como se fosse ontem o que ele me disse ao fazermos as pazes.
"- Sabe, sempre pensei que você nunca iria crescer, você sabe que sempre será minha princesinha. Sei que não quer contar quem é o pai, porém vamos te ajudar a cuidar desta criança. - Ele disse e o abracei.
- Me desculpe por ter te desapontado, papai. - Disse chorando.
- Sabe de uma coisa Rose? Ninguém é perfeito, todo mundo erra um dia, mas não importa o que acontecer sempre vou te amar filha. "
O que ele me disse fez com que eu respirasse fundo e tomasse um novo rumo em minha vida, a final não era apenas eu, agora tinha um pequeno ser dentro de mim.
Mudei-me para a Bélgica para que ELE não ficasse sabendo de minha gravidez e não parei de estudar de jeito nenhum. Quando Sophie nasceu todos simplesmente ficaram apaixonados por minha princesinha.
Fui interrompida de meus devaneios por uma porta sendo aberta, levantei os olhos do álbum para ver quem havia chego.
- Não sabe o trânsito que está lá fora Rose, já vou dizendo não vim pra Bruxelas te visitar para ficar no trânsito. Amanhã você que pegue a Sophie na escola. - Disse Lily indo para a cozinha.
- Tudo bem. - Disse revirando os olhos - Onde está minha princesinha?
- Foi guardar a mochila.
- Sophie, não vai me dar um abraço? - Gritei.
Cinco minutos depois ela apareceu extremamente séria.
- O que aconteceu querida? - Perguntei estranhando, ela sempre chegava animada e não parava de falar um segundo.
- Aquelas meninas na escola ficam falando que eu não tenho pai, mas eu disse pra ela que eu tenho, só não conheci ainda. Só que elas ficam rindo de mim. - Ela disse sentando-se no sofá.
- Ei não se preocupa princesa, é porque elas têm inveja porque não tem uma madrinha tão legal quanto a sua. - Lily disse dando um beijo em sua testa.
Sophie deu um pequeno sorriso, mas voltou a ficar séria.
- Madrinha, preciso conversar a sós com a mamãe.
- Tudo bem. - Lily disse erguendo as mãos e saindo da sala.
Sophie se levantou, se aproximou e cruzou os braços.
- Mamãe, precisamos conversar.
- Sobre?
- Sobre "ele". - Já sabia a quem ela se referia.
- Sophie, agora não, já conversamos sobre isso.
- Mas porque não conheço ele? Todo mundo da minha sala conhece o pai menos eu.
- Já te disse que um dia você vai conhecê-lo.
- Quando?
- Um dia.
- Quando formos pra Londres?
- Quem sabe. - Disse e ela deu um pequeno sorriso.
- E se eu me comportar bem?
- Não sei Sophie, isso não depende só de mim.
Ela veio e se sentou no meu colo e eu a abracei queria tanto que ela não passasse por isso, mas tenho certeza que conhecer o pai agora não será uma boa ideia.
- Sophie, preciso te contar uma coisa.
- O que? - Me olhou curiosa.
- A empresa que eu trabalho quer que eu feche um contrato com uma empresa em Londres, por isso precisaremos ir para lá.
- Vamos para Londres?! - Ela disse sorrindo e não consegui evitar sorrir também.
- Se tudo der certo iremos semana que vem.
- Oba! Assim vou poder... - Ela parou no meio da frase e me olhou.
- Vai poder o que Sophie? Posso saber? - Perguntei séria já tendo em mente que ela estava querendo aprontar alguma coisa.
- Nada mamãe, nada. - Ela disse com um sorriso torto que me fez lembrar seu pai.
***
- Sophie, não adianta enrolar, vai logo tomar banho, senão você não vai para Londres comigo. - Eu disse tentando convencer Sophie, já fazia meia hora que estava tentando convence-la a ir tomar banho.
- Tudo bem mamãe. Mas você promete que vai me levar se eu tomar banho?
- Se você tomar banho sim.
Ela foi imediatamente para o banheiro, por que não pensei nisso antes, por mais que fosse mentira, pois nunca a deixaria aqui sozinha. Suspirei e fui para a cozinha onde Lily estava tentando fazer o jantar, mas como a maioria das coisas que ela cozinhava não era o que digamos ser comestível, eu resolvi ajudá-la.
- Acho que você deveria contar mais sobre o pai dela. - Ela disse de repente.
- Por quê? Para que ela alimente esperanças de conhecê-lo? Se for para ele magoar ela, prefiro que minha filha nunca o conheça.
- Mas acho que ela gostaria de conhecê-lo mesmo assim.
- Agora ela é muito pequena para entender, mas quando ela for maior explicarei tudo para ela.
- Mas e se ela quiser ver o Malfoy?
- Não diga esse nome na minha casa Lily.
- Mas você não respondeu minha pergunta: E se ela quiser vê-lo?
- Ainda não sei Lily e nem quero pensar nisso por enquanto. - Eu digo colocando minhas mãos no rosto.
- Tudo bem Rose, mas acho melhor você começar a pesar nisso logo. Sophie é muito esperta e logo ela irá querer saber mais sobre sua própria identidade e isso significa que ela irá querer respostas sobre o pai.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Surprise, Dad!
FanfictionRose Weasley volta para Londres após seis anos na Bélgica, e traz consigo uma peça importante do passado: sua filha Sophie. Sophie é uma menina muito esperta, inteligente e que tende a amolecer o coração dos adultos que se aproximam, não vê a hora d...