CAPÍTULO 2
Enquanto eu me preparava pra seleção do mestrado, eu consegui emprego como advogado num grande escritório da cidade graças ao esposo da minha tia, trabalhava muito e num ganha lá essas coisas, mas tava trampando, ne?!
Assim passou a ser minha vida, trabalho, estudo e malhar, havia voltado a treinar jiu-jitsu também, desde pequeno eu lutava, meu pai dizia que era bom saber defesa pessoal e Deus sabe que ele tinha razão, quando se é nerd é preciso saber se virar. O jiu-jitsu ajudava a deixar com um corpo bem legal.
Meu primo não decepcionava na descrição dada pela minha tia, dormia até tarde, chegava sempre de madrugada. Minha tia e o esposo dela viajavam muito, daí passávamos muito tempo em casa à sós com a Maria, empregada de lá.
Durante o primeiro mês eu mal vi o Raphael, ele viajou com uns amigos pra ir acampar ou algo assim e eu estava trabalhando muito no escritório, levando processos pra casa, queria me destacar e crescer no trabalho, tinha que dar muito duro pois minha cara de pirralho num ajudava muito, o pessoal sempre olhava pra mim com desconfiança, como se eu não fosse capaz de dar conta do trabalho.
Certo dia eu estava sentado na mesa da cozinha, tomando meu café da manhã sozinho (Maria estava de folga) entra Raphael com um cara de ressacado só de cueca CK branca. Eu ainda não tinha visto nem meu primo sem camisa!!!
Eu logo cuspi o café quente em cima da minha gravata e da camisa branca. Ele olhou pra mim com uma cara do tipo "Algo errado?". Eu só consegui falar:
- Café quente..
Levantei e fui correndo pro banheiro limpar minha camisa e a gravata, só então eu reparei que meu coração tava acelerado e comecei a lembrar... Caralhoooooooo! O peito dele era bem lisinho e todo malhado, o abdome trincado, braço enorme com uma tattoo no ombro, e as pernas?!!! Putz as pernas eram grossas, com uns pelinhos dourados e parecia que ele tava com um... grande volume na cueca!!!
Respirei fundo, lavei o rosto (a gravata e a camisa já eram, totalmente manchadas), voltei pro quarto e fui trocar de roupa, daí ele entrou no quarto, de cueca enquanto eu tava sem camisa.
Ele ficou olhando pra mim e eu tentei me concentrar apenas nos olhos dele e não olhar pro corpo dele:
- Oi? Alguma coisa Raphael?
- Não.. é que... a Maria não chegou? - era impressão minha ou ele não desgrudava os olhos do meu corpo?
- Não, hoje ela tá de folga.. - me esforçava pra olhar só para os olhos dele
- E não deixou nada preparado pra gente comer?
- É.. acho que estamos hoje por nossa própria conta..
- Putz.. logo hoje... tô com uma ressaca monstro...
Então eu fui até minha pasta, tirei um comprimido pra dor de cabeça e dei pra ele:
- Toma isso com leite, depois beba muita água, volto na hora do almoço, dae a gente vê o que faz.
Eu pensei: "Porque eu tô sendo legal com ele? Deve ser porque eu moro na casa DELE!" Raphael saiu meio cambaleado e grunhiu algo parecido com um "obrigado". Não pude deixar de reparar na bunda dele quando saiu... putzzzzz, apertadinha naquela cueca e as pernas.. que pernas!! Coxas grossas e umas panturrilhas malhadas! No tornozelo esquerdo tinha uma tornozeleira de couro trançada.
Fui trabalhar com a cabeça a mil! Só pensava no que tinha visto e ficava repetindo pra mim mesmo "Eduardo, de todos os caras, esse é o pior com quem você podia fantasiar! ESQUEÇA!!!". Mas no final, eu só lembrava: "Que corpo gostoso!!"
Na hora do almoço voltei pra casa e encontrei ele dormindo ainda, pedi comida chinesa e deixei dentro do microondas com um lembrete "Tem china in box no microondas". Voltei pro escritório e como tava com a tarde mais livre, pensei bem no que tinha acontecido e cheguei a conclusão que meu problema era falta de mulher, desde que eu tinha me mudado pro Rio não tinha comido ninguém. Pensando dessa maneira acabei relaxando mais e cair na gargalhada sozinho.
No final do dia, quando chego em casa Raphael tá sentado na cozinha, dessa vez vestido com uma de suas bermuda e camiseta, recém tomado banho, comendo o chine in box "Não acredito, o cara dormiu o dia todo!!!".
- AEEEE LEK!! Valeu pelo chinês!!
- De nada Raphael...
- Que tal a gente dar uma volta mais tarde pra tomar uma cervejinha e jantar?
- Cervejinha?? Tu num tava com ressaca???
- Ahuahauha, pô muito engraçado esse jeito de vocês do norte falarem "tu num tava..." hauhauhauah
- Eu não sou do NORTE, sou do NORDESTE!
- Bah! Que seja lek, ou vai dizer que cê num bebe? Afinal tu é todo certinho e tals...
- Bebo Rapahel, mas tenho que ir treinar, vou tomar banho e ir pra academia...
- Então quando cê voltar a gente faz a parada, valeus?!
Como eu tinha de jantar de todo jeito, acabei aceitando. Se bem que eu tava mesmo com vontade de passar algum tempo do lado dele...
Voltei da academia vestindo a calça do kimono e uma camiseta, com a parte de cima do kimono enrolado no ombro, o Raphael tava fumando na varando e quando me viu, deu uma olhada estranha pra mim:
- Po, que kimono é esse?
- Ué, é do jiu-jitsu...
- CÊ TREINA JIU LEK??????
- É.. faz tempo... porque? - Respondi meio desconfiado
- Acho muito du caralho!! Sou maluco pra treinar! Po, nem combina contigo..
- Tá e o que combina comigo? Deixa eu adivinhar? Xadrez?!
- Deixa de ser mané Kadu e vai trocar de roupa pra gente sair!
Fui pro quarto pensando "Agora me chama até de Kadu, isso num vai dar certo..." Tomei banho e resolvi colocar uma camisa polo branca da Lacoste que ficava bem colada no corpo, com uma calça jeans preta meio justa e um cordão de prata que eu tinha.
Quando saí o Raphael tava com uma camisa de malha justa azul que deixava o olho dele acesso como neon, e uma calça jeans justa que marcava bem o pacote... heheh
- Olha só, o Doutor! Ele tem outra roupa além de terno.. e ele tá usando até cordãozinho de prata, ta virando lek do Rio é?? - Ele falava com aquele sotaque e com um risinho de safado na cara... isso me irritava pra caralho!
CONTINUA...
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Meu Primo Playboy Carioca
Short StoryÉ uma história linda e comovente pelo realismo e como pode ser os caminhos da vida. Espero que gostem e se emocionem com a história.