CAPÍTULO 7
Os dias iam passando e eu estava cada dia mais confuso. As atitudes do Raphael não faziam sentido, ora ele era atencioso, ora agia com indiferença, eu estava mais querendo que ele sumisse, desaparecesse, não queria ter de me preocupar com esse tipo de coisa, só me interessava atingir meu objetivo que era passar no mestrado, eu havia largado família, amigos, toda minha vida em Natal para seguir meu sonho profissional e não aceitava nada que me desviasse disto.
Mas era impossível ficar imune ao perfume dele, vê-lo sorrindo contando piadas de mau gosto, e eu gostava de dar alfinetadas na postura dele de bon vivant, O engraçado disso é que além do tesão que eu sentia por ele, também tinha uma certa admiração pelo espírito livre dele. Raphael só fazia o que queria.
Uma tarde eu estava no escritório de cabeça quente, resolvendo uns pepinos de uma empresa que era cliente de lá quando meu celular toca, era o Raphael, suspirei e atendi.
- Fala lek!! Ta fazendo o que?
- Livrando o mundo das cáries. O que você acha? To trabalhando ne?!
- Muito bem advogado do diabo preciso de uma ajuda sua.
Isso era novo... Raphael precisar de ajuda minha?! Já sei, deve ter aprontado alguma e entrado em cana!
- Vai, diz logo qual a delegacia que tu ta preso?
- hahahaha, não é isso não! De que hora você sai dae?
- Sei não.. acho que umas 18:00hrs...
- Belê, quando sair dae vem pro Barra Shopping, oks? To esperando, valeu!
Ele desligou o telefone sem dar tempo de eu dizer que não ia. Era realmente irritante o jeito dele.
Saí do escritório levando os 6 volumes do processo que eu estava analisando, como eu usava o carro da minha tia não teria problema em transportar. Cheguei no shop ligo pra Rafa, ele diz que ta na Osklen, e lá vou eu procurar onde era a Osklen ali. Chego lá ta Raphael conversando com uma vendedora.
- Fala leeekk!! - ele me estende a mão e quando eu dou a minha ele me puxa e me dá um abraço.
- Pronto Raphael, qual era emergência?
- Pow, eu preciso comprar umas roupas e tava precisando de uns conselhos e pah.
- Como é Raphael Cedeño?? Você precisava da minha ajuda pra comprar roupa?????
Nessa chegou um rapaz de lá que era atendente e perguntou se eu queria uma água ou um café..
- Se você tiver cicuta traga uma dose dupla... - respondi passando minhas mãos pelo rosto, com jeito de cansado.
O rapaz não entendeu nada, e saiu.
- Se você for um bom lekinho e me ajudar, eu te compro um sorvete! - falou o Rafa com jeito de criança.
Acabei rindo daquela palhaçada, ele foi provar roupa e eu tava lá vendo umas camisas. Dae ele abre o provado sem camisa, só com uma calça jeans justa e fala:
- Ficou boa essa lek?
Eu olhei pra ele com cara de "como assim??". Ele repetiu a pergunta dando uma segurada firme no pau e se olhando no espelho. Aí foi demais! Que puta madre! (ou seja, fudeu!), daí ele virou pra mim ajeitando o pau e dizendo:
- Hein? Gostou lek?
Olhei pra cara dele, Rafa com aquele sorriso de safado, e falei:
- Sei lá Raphael, vai perguntar lá pras tuas negas! - Saí de perto do provador e fui pra vitrine. Ele comprou a calça umas bermudas e umas camisas. Ele ainda me perguntou se eu não queria nada, eu queria sim, ele, mas eu num devia ne?! Hehehehe.
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Meu Primo Playboy Carioca
Short StoryÉ uma história linda e comovente pelo realismo e como pode ser os caminhos da vida. Espero que gostem e se emocionem com a história.