Meu Primo Playboy Carioca

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CAPÍTULO 9

Acordei antes de o dia nascer, o Rafa estava deitado, com a cabeça no meu peito me abraçando!

Pera lá! Como é? Minha cabeça ainda dava voltas, aos poucos fui me lembrando... E pensei: "QUE PORRA QUE EU FIZ?"

Não que eu não tenha gostado, não que tenha sido ruim, mas e agora como ia ser? Eu não tinha resposta. Comecei a me mexer para levantar, o Rafa abriu um pouco os olhos, segurou meu braço e falou:

- Fica aqui... - Reconheço, não parecia nem um pouco com aquele marrento que quebrava boates e virava carros... Era só um pirralho com cara de sono, um muleke.

Eu sorri, me deitei junto abraçando ele, esperei ele adormecer de novo então me levantei, procurei minha calça. Liguei o ar condicionado, cobri-o com o edredom e fui pra sala. Comecei a arrumar a sala e a cozinha antes da Maria chegar, na verdade eu queria era organizar minha ideias. Nada mais fazia sentido.

Contei que minha cabeça doía? Pois bem, além de pesar uma tonelada, minha cabeça doía muito, amaldiçoei a tequila. Terminei de arrumar tudo e fui pro meu quarto, procurei uma aspirina, tomei duas, um banho e cama.

Eu não conseguia para de pensar! Odeio quando existe algo que eu não consigo resolver e era totalmente impossível prever como as coisas seriam. Sinceramente, eu não queria ficar de namoradinho e melação com meu primo, sair com uma cesta de piquenique para a floresta da tijuca e ir pro zoológico alimentar os macacos (eu achava que namorar era isso). Nem queria ficar como um total estranho naquela casa. Quanto mais eu pensava, menos eu sabia o que queria o que faria e como seria. Gostava de ficar junto do Rafa, de conversar com ele e a noite anterior, putz, o perfume dele ainda estava no meu corpo, mesmo depois do banho!

Não, a verdade é que eu estava com uma ressaca moral terrível, talvez maior que a ressaca etílica. Dormi, não sei por quanto tempo.

Acordei um pouco melhor da dor de cabeça, mas meu corpo estava dolorido, fui pra cozinha. Era domingo, Maria não viria, havia limpado a casa de besta.

Bebi água, gosto forte de cabo de guarda-chuva na boca. Preparei sucrilhos, eram umas treze horas. Fui espiar o quarto do Raphael, ele não estava lá, havia saído. Pronto! Alea jacta est... (A sorte estava lançada)

Fiquei na sala vendo desenho animado, alguma coisa que não precisasse pensar. Lembrei que eu ainda estava sem meus livros, onde será que ele havia escondido?

No final da tarde, já recuperado da cabeça, decidi ver algo pra comer de verdade. Quando estava na cozinha, a porta da sala abre, Raphael passa com roupa de surfe, a parte de cima caída, usando só a calça e uma prancha embaixo do braço. Olha pra mim e vai pro quarto calado.

Fiquei parado com cara de "hã?".

Ele nem me cumprimentou? Pronto! Deu merda! Larguei a lasanha congelada no refrigerador, fui pro meu quarto, vesti uma bermuda, uma camiseta, meu tênis de correr e saí. Não estava afim de ficar naquela casa!

Dirigi até o posto 4, parei o carro e fui correr. É parecia que eu tinha feito uma merda em ficar com meu primo, Raphael tinha surtado e agora não estava mais falando comigo. Sabia que ele era inconsequente, não podia ter entrado na onda dele.

Enquanto tudo isso passava pela minha cabeça eu corria, começou a cair àquela chuva típica de final de dia do Rio. Eu não ligava, só queria correr, esquecer aquilo tudo. Pela primeira vez eu quis voltar pra casa (Natal).

Eu havia enfrentado a solidão de uma cidade grande e impessoal como o Rio, a distância da minha família, dos meus amigos, a pressão do trabalho, de estudar para o mestrado. Mas eu estava cansado, parei. Olhei em volta, aquela cidade talvez fosse grande demais pra mim.

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